terça-feira, 2 de março de 2010

Parte 12º. A vida de um imigrante brasileiro baiano na Europa. Anildo Motta

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Holanda, amsterdam.

A casa do Fernando era muito agradável, tinha um quintal com mais ou menos uns 15 metros do qual ele mim revelou mais tarde que tinha como objectivo criar um jardim em estilo chineses ao fundo e montar um ginásio para treinar, depois que virou europeu começou a criar manias, disse eu para ele. É natural que o meu amigo estivesse diante da nova vida descobrindo coisas novas e procurando dar um ar de evolução social e adaptação ao sistema Holandês, e mim agradava esse sinal de realização que ele transmitia. A Marenca trabalhava em uma espécie de clínica que dava apoio a crianças que sofriam de Tricemia 21, não sei se é o termo correto, mais foi o que mim veio a cabeça para definir pessoas que sofrem de mongolismo, e ela parecia gostar muito do seu trabalho.
Fui muito bem recebido pela Marenca e conheci também a filhinha deles, não tinha dito antes mais o Fernando já era pai e já tinha realizado o sonho dele de ter um filho europeu. Depois de conhecer a casa e mim instalar apanhamos umas bicicletas que ele tinha na garagem e fomos da um passeio. Como vocês todos sabem a Holanda é um país estremamente plano, foi um país criado pelos homens. Há uma frase que conheci na Holanda que dizia: “Deus criou o mundo e os holandeses criaram a Holanda.”


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Um factor extremamente interessante é que o país é todo plano, por isso o uso da bicicleta é considerado um meio de transporte fácil, eficiente e barato, é um verdadeiro mar de bicicleta que encontramos próximo a locais de trabalho e estações, como por exemplo a Central Station. Ao você estacionar a sua bicicleta fique bem atento quanto a localização por que ao você retornar pode encontrar centenas de bicicletas ao lado da sua tornando uma odisseia descobrir qual é a sua.
O uso da bicicleta é tão grande e normal que temos até semáforos para bicicletas assim como temos para os carros no resto do mundo, e ao virar para esquerda ou direita devemos fazer a sinalização com as mão. Evidentemente que esses detalhes nós praticamente esquecíamos e andávamos da maneira tradicional esquecendo que estávamos em um país que as leis existem e são cumpridas.
Aproximadamente a metade do território holandez fica abaixo do nível do mar, muitas área são protegidas por diques e barragens. Parte dos países baixos inclusive quase toda província da Flevolândia foram conquistada ao mar, estas áreas são conhecidas como Polderes.

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Os Países Baixos são um país densamente povoado. É conhecido por seus moinhos de ventos, tulipas, tamancos, queijo de gouda, artistas visuais, e bicicletas e, além disso, pelos valores tradicionais e virtudes civis, tais como a sua tolerância social. O país, mais recentemente, tornou-se conhecido por sua política liberal em relação a homossesualidade, drogas, prostituição, eutanasia e aborto.
É interessante conhecer também os enormes moinhos de vento construídos pelos holandês usados para moer grãos e na produção industrial de óleo. Na Holanda foram desenvolvidos moinhos especiais para serrar madeira que era usada na indústria náutica.
Chegamos a famosa Central Station em Amsterdam que tinha sua frente uma enorme avenida que ia em direcção a famosa praça do Dam. Deixamos as bicicletas na estação para fazermos o resto da caminhada a pé, queria ter mais um pouco de liberdade.
Fomos conhecer as famosa Red Line onde fica as vitrines com as famosas prostitutas holandesas, uma visão simplesmente espetacular e liberal. São varias pequenas lojas com uma grande vidraça da qual podíamos ver lá dentro uma cama ou simplesmente um quarto apresentando o máximo conforto, e em frente na vitrine ficavam a meretriz a espera de um cliente mais excitado. No quanto da cama víamos o relógio para controlar o tempo referente ao serviço da profissional que cobrava por cada 15 minutos de serviço ficando o cliente o tempo que desejasse.
Era uma visão fantástica mesmo porque as prostitutas que lá trabalhavam em sua grande maioria eram mulheres bonitas e bem cuidadas não tinha nada a ver com aqueles verdadeiros “Jaburus” que havia em Portugal, e como se trata de uma profissão considerada normal pelo governo holandês e tendo os mesmos direitos sociais que qualquer outra profissão era muito bem controlada em termo de higiene e controle sanitário.
O Fernando mim contou uma situação bem engraçada que foi um brasileiro que ele conheceu que tinha uma irmã trabalhando em Amsterdam vendendo flores enquanto ele estava no Brasil, e esse irmão resolveu fazer uma surpresa a irmã. Depois de juntar um bom dinheiro no Brasil resolveu imigrar também para a Holanda e ir visita-la, só que não disse nada porque queria fazer-lhes uma surpresa. Quando chegou a Amsterdam foi passear na Red Line com uns brasileiros que havia conhecido e geralmente esse era o primeiro passo que todo os brasileiros davam quando chegavam a Amsterdam, conhecer a Red Line. Quando passeava com os amigos visitando as famosas vitrines, quem ele acabava por encontrar exposta em uma das vitrines? Exactamente quem vocês estão pensando, a irmã dele. Foi uma situação bem complicada para o rapaz que ficou atónito olhando para a irmã usando roupas interiores exposta a venda naquela vitrine. Para uma pessoa mais informada e liberal a situação pode não ser assim tão grave, mais para um rapaz vindo do interior do Brasil e membro de uma família pacata e humilde, aquilo foi um verdadeiro tiro no peito, bem quanto ao resto vocês devem imaginar.
Saindo da Red Line resolvi entrar em um dos diversos coffee shop que havia para ver de perto os produtos que eram possíveis encontrar nesses espaços sendo vendidos de forma normal e também sobre o controlo do governo holandês. Se tratava de drogas como. Haxixe. Marijuana… e diversas outras das quais não sou especialista e nem usuário, mais entrei para matar a curiosidade.
Já no interior do coffee shop pedi uma cerveja e durante o tempo que bebia observava na normalidade que se vivia ali dentro com os clientes consumindo drogas. Pedi o cardápio das ditas drogas para verificar as sua procedências. Havia drogas de varias parte do mundo. No cardápio alem da informação quanto a origem da droga havia também uma pequena amostra dela colada ao cardápio.
Depois de beber a minha cerveja em companhia do Fernando pagamos e fomos continuar a nossa visita, ou melhor, a minha visita já que para o Fernando já havia vasculhado todo o centro de Amsterdam e arredores. Ao deixar o coffeshop quando caminhava sentia uma sensação de leveza e relaxamento sem igual e atribui a qualidade da cerveja, dizendo ao Fernando que a cerveja holandesa era realmente boa e relaxante, eu estava mim sentindo como meio drogado. O Fernando disse o mesmo, só que ele não havia bebido cerveja e sim uma bebida sem álcool, portanto a conclusão final é que não era o álcool e sim o ar envolvido com a fumaça das drogas consumidas pelos clientes que lá se encontravam e como não estávamos acostumados com aquele ambiente era o suficiente para nos deixar tontos.
Rimos muito da situação e mais a frente entrei em outro coffee shop para tomar mais uma cerveja e o Fernando um outro refrigerante e procuramos respirar profundamente durante esse tempo. Eu e o Fernando riamos tanto com a situação, nos divertíamos tantos que as pessoas que olhavam para gente podia chegar a conclusão que estávamos consumindo muita droga e que a mesma estava nos pondo bem alegre. Mais era só a bebida acompanhada do cheiros das drogas e era o suficiente para ficarmos completamente doidões.
Sem dúvida os meu momento na Holanda em Amsterdam e Roterdam foram simplesmente marcantes, jamais irei esquecer aqueles momentos de muitos risos e curtições.
Estive cerca de 1 semana em Amsterdam, antes de deixar Amsterdam liguei para o Andreias, aquele alemão que conheci no Algarve, lembram? Quando disse que mim encontrava na Holanda ele de imediato disse-me que antes de voltar para Portugal deveria passar primeiro pela Alemanha para visita-lo e que iria ter o maior prazer em mim hospedar e mim apresentar a Stuttgart a cidade em que ele morava. Para mim a ideia era excelente, mesmo porque era isso que eu previa, e como havia dito antes, depois de estarmos no centro da Europa, tudo se torna mais perto inclusive a Alemanha.
Durante o tempo que estive na casa do Fernando procurei resolver o problema com relação ao adaptador para poder abastecer o carro com gpl, recordam-se que ao chegar a Bélgica de madrugada não consegui abastecer pelo fato do adaptador da bomba de combustível ser diferente do usado no meu carro, então contactei com uma amiga em Portugal e pedi-lhe que fosse ao local onde eu havia instalado o GPL e solicitasse ao responsável esse mesmo equipamento. Passado algum tempo recebo esse adaptador na casa do Fernando, mim disperso dele e da Marenca e sigo viagem em direcção a Stuttgart.
A viagem foi agradável, apanhei a estrada em direcção a Luxemburgo um pequeno país enfiado entre a Alemanha, Bélgica e a França e antes de chegar lá fiz o desvio apanhando em direcção a Stuttgart. Quando já mim encontrava em território alemão apanhei com uma chuva que nunca na minha vida tinha presenciado tal violência. Fui obrigado a parar o carro na estrada derivado a força com que a agua caia impossibilitando o carro a continuar. Mesmo com o limpador do parabrisa ligado ao máximo, não era possível enxergar nada com a quantidade de agua, o o limpador não dava conta, todos os carros na estrada estavam parado na berma aguardando que aquele mal tempo passasse, foi um sinal de boas vindas nada agradável por parte da Alemanha.
Mais estava curtindo muito a viagem, depois dessa forte queda d'agua o tempo limpou de repente e o céu voltou a mostrar a sua cor azul. O que eu achava interessante era o fato de tentar gravar na memoria o nome das cidades que via no mapa e que servia de orientação para chegar a Stuttgart, não era nada fácil, os nomes das cidades alemãs eram bem complicados e as vezes tinha que olhar varias vezes o mapa para não esquecer aqueles nomes complicados dos quais eu usava como referencia, mais correu tudo bem e finalmente lá estava eu chegando ao aeroporto de Stuttgart. Sim aeroporto porque foi o único lugar que mim veio a cabeça de onde poderia marcar para mim encontrar com o Andreias sem haver risco de nos perdermos.
Depois de mim encontrar no aeroporto liguei para ele informando quanto a minha localização, foi fácil passado pouco tempo aparece o Andreias guiando um Mercedes com um enorme sorriso estampado no rosto. Depois de nos comprimentar-mos entrei no meu carro e procurei segui-lo. Evidentemente conhecendo o Andrieas sabia que ele iria querer mim apresentar a capacidade mecânica daquela bomba que ele tinha e ia acelerar a fundo, e eu para não ficar para trás, desliguei o sistema GPL e accionei o de gasolina, sistema esse que daria bem mais a potencia ao carro e evitaria assim que o Andreias mim fizesse passar vergonha com o seu Mercedão. Mais não adiantou muito, o Mercedes corria que se fartava, era realmente uma bomba alemã e o meu bravinha italiano não conseguia apanha-lo.

Depois dessa brincadeirinha para animar a situação finalmente chegamos a sua casa, ou melhor apartamento. Era um prédio pequeno de 8 apartamentos no qual o andreias morava logo na entrada. O vantajoso disso é que tinha um pequeno quintal do qual havia uma mesa de camping, cadeiras e um barbecue, onde fazíamos uns bons churrascos acompanhado de uma boa cerveja alemã.
A noite fui jantar na casa da mãe do Andreias que ele queria que eu conhecesse. Uma senhora extremamente simpática e educada, ela tinha em casa um salão de beleza do qual trabalhava cuidando da beleza das alemãs portanto não precisava sair de casa para ir ao trabalho.
Ela tinha se separado do pai do Andreias e tinha se casado com um outro alemão, era um cara tipicamente germany, ou seja, um comportamento frio e afastado, agia de forma educada mais mantendo sempre uma distancia. Quanto a mãe do Andreias era diferente, lembro-me que quando ele mim apresentou a ela eu de imediato mim aproximei e a cumprimentei com o típico beijinhos na face, como é comum na nossa sociedade, mais na Alemanha não é tão comum assim, notei que ela ficou meia inibida mais sempre sorrindo e amável.
Preparou para gente um belo jantar regado de um bom vinho que ficou a cargo do padrasto do Andreias. Ele era um grande apreciador de vinhos, o andreias já havia mim dito, ele tinha uma cave na casa da qual tinha uma variedade de vinhos alemãs e estrangeiros, mais ele precisava mesmo era o vinho alemão, dizia ser o melhor vinho do mundo, e vim concordar com ele depois.
Na hora do jantar estava criada uma mesa por parte da mãe do Andreias simplesmente magnifica. O padrasto do Andreia com o ar muito serio e fechado tipicamente alemão, sentou-se na ponta mesa e eu fiquei a sua esquerda, a direita ficou a mãe do Andreias e ao lado dela o Andreias. O pai tinha ido a sua adega e trouxe duas garrafas de vinho para acompanhar o jantar, o Andreias abriu-a e serviu a todos. Eu não percebo lá grande coisa de vinho, mais resolvi fazer o meu teatro. Cheirei o vinho na taça, analisei a cor do mesmo e depois bebi um gole, enquanto isso o pai do Andreias mim observava. Depois virei-me para o Andreias e disse: É o vinho alemão não é tão mal! O Andreias sorriu e de imediato o pai dele perguntou em alemão o que eu havia achado do vinho, e o Andreia traduziu a letra as minhas palavras. O Padrasto se levantou apanhou as duas garrafas e saiu, eu percebi que o meu teatro tinha surtido efeito mais não sabia se positivo ou negativo. O Alemão foi a cave e voltou com mais duas garrafas de vinho, afinal o meu teatro tinha surtido um efeito positivo. Ele abriu uma nova garrafa, apanhei ao lado uma bolachas para tirar o sabor do vinho anterior e logo depois sobre o olhar atento do alemão experimentei o novo vinho e evidente que para ficar bem no filme larguei um enorme elogio ao vinho, traduzindo o Andreias para o Padrasto de imediato causando um sorriso enorme na cara dele o qual mim deu um tapinha nas costas e apartir dai o cara se tornou meu amigão e bebemos durante e depois do jantar a ponto do velho não querer que eu fosse mais embora. O engraçado é que eu usava o inglês para mim comunicar com o Andreias já que ele não falava português, e o padrasto dele não falava inglés muito bem, mais com todo aquele vinho nos entendiamos que era uma maravilha.
O padrasto dele gostou tanto de mim que mim convidou para no outro dia ir com ele para uma local turistico que ele gostava de frequentar na Black florest, mais o Andreias sabia que eu iria ficar pouco tempo na Alemanha e portanto tinhamos muito para ver.
No outro dia pela manhã fomos para o centro de Sttutigart para eu conhecer a cidade. Gostei muito da Alemanha, pelo menos a cidade de sttutigart, é curioso um continente tão pequeno e povos tão diferentes em lingua, comportamentos, culturas, é realmente uma experiencia singular conhecer vários paises e costumes que nos leva a entender mais o nosso e a valoriza-lo também, embora acabamos por descobrir a quantidade muito grande de problemas que o Brasil possui derivado ao seu problema economico.
Depois de passar uma semana fantastica na Alemanha em companhia do Andreias chegou a hora de voltar a realidade.
Portugal ai vou eu de novo.


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