sexta-feira, 5 de março de 2010

Parte 13º. A historia de um imigrante baiano na Europa. Anildo Motta







A morte do Patricy


Cheguei em Portugal pela estrada IP5 e fui directo para Braga, estava afim de rever os amigos que lá tinha deixado. Contactei com o Patricy que estava em Lisboa e o chamei para vir a Braga, que era um excelente mercado para as aquarelas dele e eu ficaria centrado só nos retratos portanto não haveria concorrencia.
Patricy chegou a Braga falei com a senhora responsável pelo apartamento em que eu estava morando e ela permitiu que o Patricy fosse morar lá com agente. O quarto era enorme e tinha duas camas portanto o Patricy podia ocupar uma das camas. Nesse dia fomos almoçar em um bom restaurante que havia na cidade, era caro mais a comida era excelente, evidentemente tinha que compensar o preço.
Durante a tarde fui com o patricy para a rua principal onde eu trabalhava mostrar para ele onde seria o seu novo local de trabalho. Ele estava muito feliz e radiante, tinha ganho um bom dinheiro em Lisboa fazendo uma colecção de aquarelas para uma galeria em Cascais que havia encomendado. Nesse dia não fizemos nada, apenas curtir a cidade, e a noite fomos a uma simpática casa nocturna recentemente aberta chamada Barberini, um ambiente agradavel o qual tinha uma mesa de bilhar e passamos a noite toda jogando sinuca.






No outro dia pela manhã chegou a altura de encarar o trabalho, apanhamos o material e nos dirigimos para a rua direita onde começaríamos o trabalho. Montei o meu cavalete e comecei a desenhar um retrato resultado de uma encomenda que tinha sido feita no dia anterior.

O Patricy colocou o material dele a uns 10 metros de onde eu estava e começou a pintar uma aquarela. Naquele dia ele estava muito feliz com a vida que levava, tínhamos tido um dia bem animado na noite anterior, ele sempre com aquela velha mania de gastar dinheiro com luxos e coisas finas, era uma caracteristica muito marcante no Patricy, eu achava que o fato de ter nascido em França, na cidade de Paris e aquele comportamento ser caracteristico na mentalidade daquele povo fazer com que o luxo e a boa etiqueta fizesse parte das suas vidas.
Passado algumas horas eu estava quase finalizando o retrato que estava fazendo quando ouvi o Patricy mim chamar, virei e respondi, só um minuto já estou quase acabando o desenho, e ele voltou a chamar por mim novamente, virei-me e fui em direcção a ele. Ao chegar perto do Patricy ele estava muito estranho, cheguei a pensar que durante o tempo que estive desenhando ele teria ido ao café abusar um pouco do vinho e que a aparência que ele carregava era resultado disto. Mais depois que ele mim pediu para tentar levanta-lo e coloca-lo de pé senti que a coisa afinal não era derivado ao vinho, se passava alguma coisa errada e o Patricy não estava nada bem.




Todo o lado esquerdo do Patricy estava praticamente paralisado, ele já não conseguia exprimir uma frase em condições e de imediato cheguei a conclusão que deveria chamar uma ambulância. E foi oque fiz, apanhei o telemóvel e liguei de imediato para o 112, uma linha de urgência. Disse para ele ficar calmo que a ambulância chegaria rápido e depois de umas injecções ele retornaria a ordem. Ele riu e disse-me que não tinha tanta certeza assim. O aspecto dele não era nada bom, mais estava consciente e conversávamos naturalmente, até que chegou a um ponto em que o Patricy manteve um silencio melancólico e ficou olhando para o nada durante algum tempo. Perguntei se ele sentia alguma coisa, dores, desconforto… e ele respondeu que não, não sentia nada, apenas o lado esquerdo sem movimento.
As pessoas todas paravam para saber o que se passava com o pintor e eu disse-lhes que era apenas um mal estar e a ambulância já estava chegando. Passado uns 15 minutos a ambulância entrou na rua direita e parou a nossa frente, desceram três rapazes carregando uma mala grande com material de socorro. Pediram espaço para o analisar melhor e de imediato pediu ao os outros dois que trouxessem a maca, ele deveria ser levado para o hospital para ser melhor assistido. Colocaram o Patricy na maca e o puseram na ambulância, antes do enfermeiro fechar a porta da ambulância o Patricy olhou para mim deu um ligeiro sorriso e fez um sinal de adeus.
O hospital era perto do local em que eu estava trabalhando, então pensei, já não tenho espírito para trabalhar depois disso, fechei o material e levei.os para casa, para depois ir ao hospital saber como estava o Patricy.
Quando cheguei ao hospital eles disseram que naquele momento não tinha ainda nenhuma noticia, que o Patricy ainda estava sendo observado e que eu voltasse depois.
Ok, eu pensei que talvez os excessos da noite anterior tivesse feito mal ao Patricy e isso resultou naquele mal estar e que amanhã já estaríamos de novo jogando sinuca no Barberine e tomando uns copos.
E a noite foi o que acabei de fazer fui para o Barberine ter com umas amigas e acabei ficando lá até muito tarde. Quando deixei o Barberine já era por volta da 3 da madrugada, cheguei em casa já com uma boa quantidade de álcool resultado das cervejas que havia bebido, lembrei-me do Patricy e pensei, amanhã pela manhã assim que acordar vou ter com ele no hospital.
Cheguei tão cansado ao apartamento que tombei de imediato na cama, já passado algumas horas viro-me para o lado e vejo o Patricy sentado na cama dele olhando para mim com aquela cara de tranquilidade que ele carregava e o ar de que não havia se passado nada, e eu sonolento disse para ele, porra já está de volta! E virei-me para o lado dominado pelo álcool e o sono. Pela manhã acordo com os gritos da senhora que entrou no meu quarto gritando que o meu amigo tinha morrido e que haviam ligado do hospital dando a noticia.
Eu disse, deve haver algum engano, eu vi o Patricy ontem a noite, e ela perguntou-me você o viu? Eu de imediato achei melhor não aprofundar a conversa e disse que tinha tido a impressão que o tinha visto e na realidade foi o que aconteceu.
Coloquei uma roupa e mim dirigi até ao hospital para ter noticias mais concretas sobre o que havia acontecido. Ao chegar ao hospital mim dirigi a sector de atendimento e dei o nome do patricy e pedi informaçoes quanto ao estado dele. A senhora que estava no atendimento pediu licença e saiu para chamar o médico. Passado alguns minutos chegou uma doutora que perguntou-me qual era o meu grau de parentesco com o Patricy, disse-lhe que éramos apenas amigos que ele era francês e a família morava em Paris. Ela mim chamou a um canto e disse-me: Olha, lamento informar mais o seu amigo faleceu ontem a noite. Não mim recordo exactamente a causa da morte mais parece que foi resultado de uma espécie de acidente vascular cerebral.
Não sei exatamente que tipo de sentimento tive naquela hora, foi esquisito, muito esquisito. Como disse antes quando estive em visita ao Vaticano. Não sou nada religioso, não acredito em religiões, acredito apenas que o ser humano na sua busca desesperada de encontrar uma resposta para a sua existência, desde a origem das cavernas sempre procuraram criar religiões e Deuses para fugir ao medo e portanto para mim a religião não tinha significado algum a não ser desespero e medo.
Mais a sensação que fiquei com a morte do Patricy foi por incrível que pareça, de tranquilidade e paz. Sei que parece esquisito afinal eu e o Patricy éramos grandes amigos, ele era o maior amigo que eu tinha em Portugal, tínhamos passado por tantos momentos bons e maus tínhamos uma afinidade muito grande e eu havia aprendido tanto com ele, e agora eu estava com aquela senssação de paz e tranquilidade.
Mais eu sabia que havia uma forte razão para isso, como disse não tenho uma explicação lógica para isso, o que sei foi que naquela noite, na noite da morte do Patricy eu o vi sentado na cama dele a minha frente com aquele ar de tranquilidade que ele costumava carregar um ligeiro sorriso no rosto como se tivesse gozando com a situação, eu nunca vou mim esquecer daquele momento. Procuro Buscar evidentemente uma explicação lógica e cientifica para aquela situação, naquela noite eu havia bebido muito estava completamente bêbado e com toda aquela sonolência é normal que o cérebro entre em alucinações e fantasias e aquela cena do Patricy foi resultado disso, mais porque eu mim sentia tão tranquilo, tão bem, tão sereno? tanto é que depois que deixei o hospital apanhei o meu material e fui para rua trabalhar.
Cheguei na rua montei o meu material e comecei a trabalhar naturalmente. Lembro-me quando parou ao meu lado 3 senhores reformados que costumavam ficar na esplanada conversando e observando-nos a trabalhar e mim perguntou. O seu amigo está melhor? E eu respondi com a maior naturalidade. Não, faleceu ontem a noite. Um dos senhores se segurou no colega que estava ao lado e ficou simplesmente petrificado, ele que costumava ver o Patricy tão bem, animado e apresentando uma excelente saúde e depois recebe uma noticia daquela. E o outro exclamou, morreu? Mais como ele parecia está tão bem. Eu fiz um sinal com os ombros como se tivesse dizendo. Olha, é a vida! Os três senhores ficaram completamente espantado com a minha tranquilidade e devem ter pensado, aquele brasileiro é mesmo frio e insensível.
Mais uma coisa eu garanto a vocês, se não fosse aquela visão maluca que tive do Patricy naquela noite as coisas seriam bem mais diferentes, eu iria sentir muito a morte dele, não sou nenhum choramimgão mais iria precisar de algum tempo para mim recompor, de forma nenhuma iria trabalhar no outro dia, impossível, as vezes só por um simples acontecimento como partir algum objecto que eu goste ou acontecer alguma coisa que não mim agradasse já seria motivo o suficiente para eu não fazer nada nesse dia, eu simplesmente perdia toda a inspiração, e no entanto naquela caso do Patricy, lá estava eu na rua trabalhando como se nada tivesse acontecido.
Cheguei no quarto e fui nas coisas do Patricy em busca do contacto da família dele em Paris para dar essa lastimável noticia. Acabei por encontrar o numero do telefone do irmão dele. Apanhei o número fui até a uma cabine telefónica e consegui falar com o irmão dele o qual acabou recebendo a noticia. Ele disse-me que iria descer para Portugal com a mãe e ao chegar a Braga entraria em contacto comigo.
Fui ao hospital e disse que a família estava vindo de França para cuidar do funeral e tudo que correspondesse ao acontecido.
Depois de uns 3 dias estava em casa quando recebo a ligação do irmão dele. Eles estavam em Braga e fui mim encontrar com eles. Quando vi a mãe do Patricy fiquei com muita pena dela, carregava nos olhos as dores de uma mãe que acabou de perder o seu filho, o irmão também notavasse a dor mais ele procurava manter o controle e transmitir um ar de dureza. Quando eu havia estado em França com o Patricy tinha conhecido a irmã e a mãe quanto ao irmão na altura não estava em França e acho também que a relação deles não era muito boa já que o Patricy nunca tinha falado dele. Abracei a mãe do Patricy e dei os meus pêsames.

Eles demoraram mais para chegar porque o irmão achou melhor fazer a viagem de carro para que ela pudesse durante a viagem ir se recompondo do choque e se tivessem vindo de avião seria mais difícil.
Procurei cuidar de toda a papelada referente a cremação do Patricy, que foi o mais indicado no caso e a família queria assim, levar para a França as cinzas do Patricy.
Estive com o irmão dele na câmara mortuária para nos despedirmos do Patricy, ele estava deitado nu em cima de uma cama de mármore, havia sido autopsiado e carregava uma grande costura em todo o tronco. Aquele que estava naquela mesa parecia com tudo menos com o Patricy.
Depois de tudo resolvido o irmão e a mãe sentiram-se muito gratos pelo o que eu havia feito no sentido de ajudar na papelada e resolução dos problemas referentes a cremação do Patricy, nos despedimos e seguiram viagem para França e disseram que se caso precisasse de alguma coisa deles deveria contactar de imediato já que a mãe sabia do quanto éramos amigos.
Depois de todos esses acontecimentos resolvi deixar Braga e fui para Coimbra.

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terça-feira, 2 de março de 2010

Parte 12º. A vida de um imigrante brasileiro baiano na Europa. Anildo Motta

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Holanda, amsterdam.

A casa do Fernando era muito agradável, tinha um quintal com mais ou menos uns 15 metros do qual ele mim revelou mais tarde que tinha como objectivo criar um jardim em estilo chineses ao fundo e montar um ginásio para treinar, depois que virou europeu começou a criar manias, disse eu para ele. É natural que o meu amigo estivesse diante da nova vida descobrindo coisas novas e procurando dar um ar de evolução social e adaptação ao sistema Holandês, e mim agradava esse sinal de realização que ele transmitia. A Marenca trabalhava em uma espécie de clínica que dava apoio a crianças que sofriam de Tricemia 21, não sei se é o termo correto, mais foi o que mim veio a cabeça para definir pessoas que sofrem de mongolismo, e ela parecia gostar muito do seu trabalho.
Fui muito bem recebido pela Marenca e conheci também a filhinha deles, não tinha dito antes mais o Fernando já era pai e já tinha realizado o sonho dele de ter um filho europeu. Depois de conhecer a casa e mim instalar apanhamos umas bicicletas que ele tinha na garagem e fomos da um passeio. Como vocês todos sabem a Holanda é um país estremamente plano, foi um país criado pelos homens. Há uma frase que conheci na Holanda que dizia: “Deus criou o mundo e os holandeses criaram a Holanda.”


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Um factor extremamente interessante é que o país é todo plano, por isso o uso da bicicleta é considerado um meio de transporte fácil, eficiente e barato, é um verdadeiro mar de bicicleta que encontramos próximo a locais de trabalho e estações, como por exemplo a Central Station. Ao você estacionar a sua bicicleta fique bem atento quanto a localização por que ao você retornar pode encontrar centenas de bicicletas ao lado da sua tornando uma odisseia descobrir qual é a sua.
O uso da bicicleta é tão grande e normal que temos até semáforos para bicicletas assim como temos para os carros no resto do mundo, e ao virar para esquerda ou direita devemos fazer a sinalização com as mão. Evidentemente que esses detalhes nós praticamente esquecíamos e andávamos da maneira tradicional esquecendo que estávamos em um país que as leis existem e são cumpridas.
Aproximadamente a metade do território holandez fica abaixo do nível do mar, muitas área são protegidas por diques e barragens. Parte dos países baixos inclusive quase toda província da Flevolândia foram conquistada ao mar, estas áreas são conhecidas como Polderes.

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Os Países Baixos são um país densamente povoado. É conhecido por seus moinhos de ventos, tulipas, tamancos, queijo de gouda, artistas visuais, e bicicletas e, além disso, pelos valores tradicionais e virtudes civis, tais como a sua tolerância social. O país, mais recentemente, tornou-se conhecido por sua política liberal em relação a homossesualidade, drogas, prostituição, eutanasia e aborto.
É interessante conhecer também os enormes moinhos de vento construídos pelos holandês usados para moer grãos e na produção industrial de óleo. Na Holanda foram desenvolvidos moinhos especiais para serrar madeira que era usada na indústria náutica.
Chegamos a famosa Central Station em Amsterdam que tinha sua frente uma enorme avenida que ia em direcção a famosa praça do Dam. Deixamos as bicicletas na estação para fazermos o resto da caminhada a pé, queria ter mais um pouco de liberdade.
Fomos conhecer as famosa Red Line onde fica as vitrines com as famosas prostitutas holandesas, uma visão simplesmente espetacular e liberal. São varias pequenas lojas com uma grande vidraça da qual podíamos ver lá dentro uma cama ou simplesmente um quarto apresentando o máximo conforto, e em frente na vitrine ficavam a meretriz a espera de um cliente mais excitado. No quanto da cama víamos o relógio para controlar o tempo referente ao serviço da profissional que cobrava por cada 15 minutos de serviço ficando o cliente o tempo que desejasse.
Era uma visão fantástica mesmo porque as prostitutas que lá trabalhavam em sua grande maioria eram mulheres bonitas e bem cuidadas não tinha nada a ver com aqueles verdadeiros “Jaburus” que havia em Portugal, e como se trata de uma profissão considerada normal pelo governo holandês e tendo os mesmos direitos sociais que qualquer outra profissão era muito bem controlada em termo de higiene e controle sanitário.
O Fernando mim contou uma situação bem engraçada que foi um brasileiro que ele conheceu que tinha uma irmã trabalhando em Amsterdam vendendo flores enquanto ele estava no Brasil, e esse irmão resolveu fazer uma surpresa a irmã. Depois de juntar um bom dinheiro no Brasil resolveu imigrar também para a Holanda e ir visita-la, só que não disse nada porque queria fazer-lhes uma surpresa. Quando chegou a Amsterdam foi passear na Red Line com uns brasileiros que havia conhecido e geralmente esse era o primeiro passo que todo os brasileiros davam quando chegavam a Amsterdam, conhecer a Red Line. Quando passeava com os amigos visitando as famosas vitrines, quem ele acabava por encontrar exposta em uma das vitrines? Exactamente quem vocês estão pensando, a irmã dele. Foi uma situação bem complicada para o rapaz que ficou atónito olhando para a irmã usando roupas interiores exposta a venda naquela vitrine. Para uma pessoa mais informada e liberal a situação pode não ser assim tão grave, mais para um rapaz vindo do interior do Brasil e membro de uma família pacata e humilde, aquilo foi um verdadeiro tiro no peito, bem quanto ao resto vocês devem imaginar.
Saindo da Red Line resolvi entrar em um dos diversos coffee shop que havia para ver de perto os produtos que eram possíveis encontrar nesses espaços sendo vendidos de forma normal e também sobre o controlo do governo holandês. Se tratava de drogas como. Haxixe. Marijuana… e diversas outras das quais não sou especialista e nem usuário, mais entrei para matar a curiosidade.
Já no interior do coffee shop pedi uma cerveja e durante o tempo que bebia observava na normalidade que se vivia ali dentro com os clientes consumindo drogas. Pedi o cardápio das ditas drogas para verificar as sua procedências. Havia drogas de varias parte do mundo. No cardápio alem da informação quanto a origem da droga havia também uma pequena amostra dela colada ao cardápio.
Depois de beber a minha cerveja em companhia do Fernando pagamos e fomos continuar a nossa visita, ou melhor, a minha visita já que para o Fernando já havia vasculhado todo o centro de Amsterdam e arredores. Ao deixar o coffeshop quando caminhava sentia uma sensação de leveza e relaxamento sem igual e atribui a qualidade da cerveja, dizendo ao Fernando que a cerveja holandesa era realmente boa e relaxante, eu estava mim sentindo como meio drogado. O Fernando disse o mesmo, só que ele não havia bebido cerveja e sim uma bebida sem álcool, portanto a conclusão final é que não era o álcool e sim o ar envolvido com a fumaça das drogas consumidas pelos clientes que lá se encontravam e como não estávamos acostumados com aquele ambiente era o suficiente para nos deixar tontos.
Rimos muito da situação e mais a frente entrei em outro coffee shop para tomar mais uma cerveja e o Fernando um outro refrigerante e procuramos respirar profundamente durante esse tempo. Eu e o Fernando riamos tanto com a situação, nos divertíamos tantos que as pessoas que olhavam para gente podia chegar a conclusão que estávamos consumindo muita droga e que a mesma estava nos pondo bem alegre. Mais era só a bebida acompanhada do cheiros das drogas e era o suficiente para ficarmos completamente doidões.
Sem dúvida os meu momento na Holanda em Amsterdam e Roterdam foram simplesmente marcantes, jamais irei esquecer aqueles momentos de muitos risos e curtições.
Estive cerca de 1 semana em Amsterdam, antes de deixar Amsterdam liguei para o Andreias, aquele alemão que conheci no Algarve, lembram? Quando disse que mim encontrava na Holanda ele de imediato disse-me que antes de voltar para Portugal deveria passar primeiro pela Alemanha para visita-lo e que iria ter o maior prazer em mim hospedar e mim apresentar a Stuttgart a cidade em que ele morava. Para mim a ideia era excelente, mesmo porque era isso que eu previa, e como havia dito antes, depois de estarmos no centro da Europa, tudo se torna mais perto inclusive a Alemanha.
Durante o tempo que estive na casa do Fernando procurei resolver o problema com relação ao adaptador para poder abastecer o carro com gpl, recordam-se que ao chegar a Bélgica de madrugada não consegui abastecer pelo fato do adaptador da bomba de combustível ser diferente do usado no meu carro, então contactei com uma amiga em Portugal e pedi-lhe que fosse ao local onde eu havia instalado o GPL e solicitasse ao responsável esse mesmo equipamento. Passado algum tempo recebo esse adaptador na casa do Fernando, mim disperso dele e da Marenca e sigo viagem em direcção a Stuttgart.
A viagem foi agradável, apanhei a estrada em direcção a Luxemburgo um pequeno país enfiado entre a Alemanha, Bélgica e a França e antes de chegar lá fiz o desvio apanhando em direcção a Stuttgart. Quando já mim encontrava em território alemão apanhei com uma chuva que nunca na minha vida tinha presenciado tal violência. Fui obrigado a parar o carro na estrada derivado a força com que a agua caia impossibilitando o carro a continuar. Mesmo com o limpador do parabrisa ligado ao máximo, não era possível enxergar nada com a quantidade de agua, o o limpador não dava conta, todos os carros na estrada estavam parado na berma aguardando que aquele mal tempo passasse, foi um sinal de boas vindas nada agradável por parte da Alemanha.
Mais estava curtindo muito a viagem, depois dessa forte queda d'agua o tempo limpou de repente e o céu voltou a mostrar a sua cor azul. O que eu achava interessante era o fato de tentar gravar na memoria o nome das cidades que via no mapa e que servia de orientação para chegar a Stuttgart, não era nada fácil, os nomes das cidades alemãs eram bem complicados e as vezes tinha que olhar varias vezes o mapa para não esquecer aqueles nomes complicados dos quais eu usava como referencia, mais correu tudo bem e finalmente lá estava eu chegando ao aeroporto de Stuttgart. Sim aeroporto porque foi o único lugar que mim veio a cabeça de onde poderia marcar para mim encontrar com o Andreias sem haver risco de nos perdermos.
Depois de mim encontrar no aeroporto liguei para ele informando quanto a minha localização, foi fácil passado pouco tempo aparece o Andreias guiando um Mercedes com um enorme sorriso estampado no rosto. Depois de nos comprimentar-mos entrei no meu carro e procurei segui-lo. Evidentemente conhecendo o Andrieas sabia que ele iria querer mim apresentar a capacidade mecânica daquela bomba que ele tinha e ia acelerar a fundo, e eu para não ficar para trás, desliguei o sistema GPL e accionei o de gasolina, sistema esse que daria bem mais a potencia ao carro e evitaria assim que o Andreias mim fizesse passar vergonha com o seu Mercedão. Mais não adiantou muito, o Mercedes corria que se fartava, era realmente uma bomba alemã e o meu bravinha italiano não conseguia apanha-lo.

Depois dessa brincadeirinha para animar a situação finalmente chegamos a sua casa, ou melhor apartamento. Era um prédio pequeno de 8 apartamentos no qual o andreias morava logo na entrada. O vantajoso disso é que tinha um pequeno quintal do qual havia uma mesa de camping, cadeiras e um barbecue, onde fazíamos uns bons churrascos acompanhado de uma boa cerveja alemã.
A noite fui jantar na casa da mãe do Andreias que ele queria que eu conhecesse. Uma senhora extremamente simpática e educada, ela tinha em casa um salão de beleza do qual trabalhava cuidando da beleza das alemãs portanto não precisava sair de casa para ir ao trabalho.
Ela tinha se separado do pai do Andreias e tinha se casado com um outro alemão, era um cara tipicamente germany, ou seja, um comportamento frio e afastado, agia de forma educada mais mantendo sempre uma distancia. Quanto a mãe do Andreias era diferente, lembro-me que quando ele mim apresentou a ela eu de imediato mim aproximei e a cumprimentei com o típico beijinhos na face, como é comum na nossa sociedade, mais na Alemanha não é tão comum assim, notei que ela ficou meia inibida mais sempre sorrindo e amável.
Preparou para gente um belo jantar regado de um bom vinho que ficou a cargo do padrasto do Andreias. Ele era um grande apreciador de vinhos, o andreias já havia mim dito, ele tinha uma cave na casa da qual tinha uma variedade de vinhos alemãs e estrangeiros, mais ele precisava mesmo era o vinho alemão, dizia ser o melhor vinho do mundo, e vim concordar com ele depois.
Na hora do jantar estava criada uma mesa por parte da mãe do Andreias simplesmente magnifica. O padrasto do Andreia com o ar muito serio e fechado tipicamente alemão, sentou-se na ponta mesa e eu fiquei a sua esquerda, a direita ficou a mãe do Andreias e ao lado dela o Andreias. O pai tinha ido a sua adega e trouxe duas garrafas de vinho para acompanhar o jantar, o Andreias abriu-a e serviu a todos. Eu não percebo lá grande coisa de vinho, mais resolvi fazer o meu teatro. Cheirei o vinho na taça, analisei a cor do mesmo e depois bebi um gole, enquanto isso o pai do Andreias mim observava. Depois virei-me para o Andreias e disse: É o vinho alemão não é tão mal! O Andreias sorriu e de imediato o pai dele perguntou em alemão o que eu havia achado do vinho, e o Andreia traduziu a letra as minhas palavras. O Padrasto se levantou apanhou as duas garrafas e saiu, eu percebi que o meu teatro tinha surtido efeito mais não sabia se positivo ou negativo. O Alemão foi a cave e voltou com mais duas garrafas de vinho, afinal o meu teatro tinha surtido um efeito positivo. Ele abriu uma nova garrafa, apanhei ao lado uma bolachas para tirar o sabor do vinho anterior e logo depois sobre o olhar atento do alemão experimentei o novo vinho e evidente que para ficar bem no filme larguei um enorme elogio ao vinho, traduzindo o Andreias para o Padrasto de imediato causando um sorriso enorme na cara dele o qual mim deu um tapinha nas costas e apartir dai o cara se tornou meu amigão e bebemos durante e depois do jantar a ponto do velho não querer que eu fosse mais embora. O engraçado é que eu usava o inglês para mim comunicar com o Andreias já que ele não falava português, e o padrasto dele não falava inglés muito bem, mais com todo aquele vinho nos entendiamos que era uma maravilha.
O padrasto dele gostou tanto de mim que mim convidou para no outro dia ir com ele para uma local turistico que ele gostava de frequentar na Black florest, mais o Andreias sabia que eu iria ficar pouco tempo na Alemanha e portanto tinhamos muito para ver.
No outro dia pela manhã fomos para o centro de Sttutigart para eu conhecer a cidade. Gostei muito da Alemanha, pelo menos a cidade de sttutigart, é curioso um continente tão pequeno e povos tão diferentes em lingua, comportamentos, culturas, é realmente uma experiencia singular conhecer vários paises e costumes que nos leva a entender mais o nosso e a valoriza-lo também, embora acabamos por descobrir a quantidade muito grande de problemas que o Brasil possui derivado ao seu problema economico.
Depois de passar uma semana fantastica na Alemanha em companhia do Andreias chegou a hora de voltar a realidade.
Portugal ai vou eu de novo.


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