sábado, 20 de fevereiro de 2010

Parte 10º. A historia de um imigrante brasileiro baiano na Europa

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Espanha Barcelona

Chego a Lisboa Lisboa completamente moído da viagem, mais com uma sensação de missão cumprida, missão essa já a muito planeada e que foi muito bem executada embora o dinheiro que deixei de parte para a viagem não fosse muito, mais consegui visitar e conhecer os vários lugares que já viviam no meu imaginário.
No outro dia chego a Praça da figueira onde o Patricy costumava ficar quando tinha preguiça de subir para o Castelo e não o encontrei, provavelmente amanheceu com mais disposição e foi para o Castelo vender.
Encontrei o doido do Fernando e acabamos por ir tomar um copo, ou melhor, eu tomar um copo e o Fernando um sumol já que ele não bebia álcool, pelo menos por enquanto até conhecer uma maluca sueca que o pois no caminho da bebedeira.

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O Fernando muito contente disse-me que encontrou uma discoteca africana que nos fins de semana ficava lotada de gringas, ou seja mulheres vinda do norte da Europa e elas adoravam homens de cor escura, e como o Fernando era negro, aquele era o ambiente perfeito para ele.
O Fernando não tinha muita sorte com as portuguesas, dizia que eram muito racistas e eu sei bem disso porque já havia presenciado situações bem desagradáveis nesse aspecto e sabia que o que ele estava dizendo era real. Quando não era a portuguesa racista, essa péssima qualidade ficava para os país dela, conheci muitos brasileiros de cor escura que tinha o maior problema com a família da garota, quando descobriam que ela estava namorando um imigrante brasileiro que além disso era de descendencia negra a coisa complicava.
Passei eu mesmo por diversas situações semelhante embora seja moreno mais não ficava atrás desse tipo de discriminação. As vezes quando não era a família que criticava a filha por está andando com um negro passava essa triste caracteristica para os próprios amigos dela e amigas.
O Fernando trabalhava na construção e sentia de forma muito forte esse tipo de discriminação, quando se tratava de algum trabalho menos desejável, os portugueses diziam sempre. Manda o preto! Lembro-me do Fernando mim contar que as vezes estava dentro da carrinha com os colegas portugueses indo para o trabalho e quando passava um africano, eles gritavam do carro, volta para sua terra preto! Com o Fernando ao lado deles e eles nem se incomodavam. É curioso um país que teve como colónia durante vários anos, roubando e explorando um povo, que naquela altura para a realidade que se vivia era considerado normal, infelizmente tenham uma relação tão discrimanatória com os africanos.

Uma frase que houve-se frequentemente dita pelos português que procuram criar a ideia de que não são racista é: Não sou racista, só não quero a minha filha namorando um preto!
Ouvi esse tipo de justificativa muitas vezes e infelizmente tínhamos que conviver com uma cultura com essa mentalidade, e assim era a vida de um imigrante negro em Portugal. Achava curioso e estúpido as vezes na televisão comentando esse tipo de assunto no qual os apresentadores e entrevistados que geralmente eram pessoas famosas diziam com toda convicção que Portugal não era um país racista, eu achava isso uma prova de estupidez enorme, porque só quem pode responder a essa pergunta é um imigrante negro, e não uma pessoa famosa que é tratada com a maior atenção pelos portugueses quando as encontram na rua e enche-as de carinhos e mimos, mais meus amigos, os imigrantes africanos que vem trabalhar em Portugal não são tratados assim de maneira nenhuma, acreditem! Bem mais a frente irei contar para vocês uma situação que passei quando fui morar em Coimbra e conheci uma garota a qual começamos um relacionamento sério.

O resultado foi uma guerra declarada por parte da família que alegava que eu não fazia parte do extracto social da mesma, o curioso de tudo é que o extracto social dessa família era bem pequeno, extracto esse que no que se referia a educação, princípios e inteligencia era zero, não passavam de pessoas com um nível de instrução muito pequeno, vindo de uma aldeia, que no virar da boa situação económica portuguesa, conseguiram algum equilíbrio financeiro, que o faziam a acreditar que eram pessoas de alta classe social. O que eu achava engraçado em tudo isso, e até hoje acho, é que há pessoas que podem não ter dinheiro, podem não serem ricas, mais avaliando pelo aspecto físico, postura, educação, atitude e maneira de ser, podemos as vezes avaliar de forma contrária acreditando que se trata de uma pessoa rica e bem informada. Mais no caso de muitos portugueses que
conheci que tinham alguma dinheiro, principalmente a família dessa garota, se fosse levar em conta o aspecto que acabei de evidenciar, imediatamente seriam classificadas como pessoas vindas da roça, verdadeiros “ labregos” como se diz em Portugal, e no Brasil chamamos “Caipira” Porque por mais dinheiro que tenham, parece que a natureza estampou na testa o ar de roceiros e caipira da qual o dinheiro não consegue apagar e aparentam na sua maneira de ser um ar de roceiram no seu lado mais negativo de ser, porque há muitos labregos ou caipira que tem educação, mais essa família simplesmente não sabia o que era isso, e mim espantava na garota que conheci, viver em um meio como este e ser totalmente diferente da família, era extremamente educada, gentil e sensível, e atitudes negativas como discriminação não fazia de jeito nenhum parte da sua natureza.


Alguns defensores poderiam alegar que atitudes dessas por parte da família era derivado ao amor e preocupação para o sua filha, e que justificaria esse tipo de comportamento. Esse tipo de argumento só serve para provar de forma mais clara e evidente a falta de inteligencia que acabei de citar anteriormente, porque pessoas inteligente não agiriam dessa forma, pelo fato de ser a forma mais estúpida e ineficaz que só irá criará uma união de forças por parte do casal para enfrentar a opressão da família e consequentemente resultará em atitudes precipitadas como na maioria das vezes. Deixamos mais para frente essa historia e vocês ficaram espantados com a quantidade de actos simplesmente inacreditáveis.
Bem voltando para o Fernando combinamos a noite damos um pulo
a essa discoteca que chamava-se, Hits. Depois de conversarmos fui para o Castelo e lá encontrei o Patricy que como sempre sorrindo e cantando as músicas francesas que ele gostava. Contei-lhe toda a minha aventura em Roma e como foi interessante os momento que tive com uma alemansinha em em Firenze, perguntei se ele percebia um pouco de alemão para traduzir a carta que ela havia mim dado, mais ele não sabia nada em alemão, a não ser as frases básicas que costumamos aprender quando nos interessamos em um idioma.
Fomos almoçar no restaurante da abelhinha, nesse dia as vendas não correram tão bem, mais não fazia diferença sabíamos que podia ser mal um dia mais no outro compensávamos.
A noite depois de jantar fui ter com o Fernando que estava empolgadissimo para ir ao Hits e foi o que acabamos por fazer por volta das 11 horas da noite. Ao chegarmos a porta do Hits já nos deparamos com uma grande briga entre 2 africanos por causa de uma alemã, então percebi que aquele lugar realmente era um ponto de caça, os angolanos todos já conheciam e lá o que mais se via eram africanos e garotas dos países nórdicos que gostavam de uma pelezinha escura, e lá fomos nós para a festa.

Confesso que não gostei nada do lugar, a maioria das estrangeiras tinham cada pancada naquelas cabeças e a droga era o prato do dia, muitas se envolviam com agente só para ter acesso a drogas, e essa não era a minha praia, resolvi ir embora e deixei o Fernando em companhia de outros brasileiros que haviam acabado de chegar.
No outro dia encontro o Fernando na rua Augusta todo feliz que tinha conhecido uma sueca muito bonita e que ela o convidou para ir ao Algarve passar um fim de semana na casa que a mãe dela tinha em Boliqueime, e o Fernando queria que eu fosse junto. Ok, disse para ele, só que poderei ir só a semana que vem, preciso recuperar o dinheiro que gastei na viagem que fiz a Itália, e assim foi, quando chegou o fim de semana, chamei o ernane e descemos para o Algarve.
Chegando lá encontramos o Fernando e fomos para a casa da mãe dela em boliqueime. A casa era muito curtida, era afastada da praia mais tinha uma excelente piscina e passávamos o dia inteiro esticado apanhando banho de sol e bebendo caipirinhas, quanto a sueca namorada do Fernando, era uma completa maluca, bebia feito uma desequilibrada, chegou a confessar que nunca bebia agua, era muito difícil, para conseguir beber teria que ter pelo o menos a metade do copo com vinho e assim a agua tinha um melhor sabor.
O nome dela era Eurica, está escrito em Português porque não sei como se escreve em sueco. Foi um fim de semana muito louco, quando deixamos o Algarve eu e o Ernane, o Fernado ficou morando por lá com a doida da Eurica. Passado umas boas semanas encontrei o Fernando em Lisboa que mim contou as aventuras com a doida da sueca. O Fernando era muito doido também, mim recordo dele mim contar que as vezes quando chegava a casa da Eurica, costumava passar uma vassora por baixo da cama e abria todos os armários. A principio não percebi bem, só depois é que entendi que a Eurica era doida por africanos e quanto mais escuro melhor e como estava
constantemente com os copos ele tinha receio dela levar um africano para casa, por isso é que ele passava a vassoura por baixo da cama e abria os armários era para ver se encontrava um africano. Era uma vida de doidos, mais acho que a solidão é que levava o meu amigo Fernando a viver em um ambiente assim.

Ele foi morar com ela na Costa da Caparica que fica do outro lado do rio Tejo, e mim contou como foi que terminou o relacionamento com a Eurica.
Um dia estava em casa quando a Eurica disse que estava para chegar uns amigos e amigas suecas para lhe fazer uma visita, o Fernando muito hospitaleiro se preocupou em ir comprar algumas bebidas como não poderia faltar, álcool era uma coisa que jamais estaria ausente onde se encontrasse a Eurica portanto o Fernando foi providenciar.
A noite chegaram os amigos suecos que se tratava de uma casal muito simpático e educados o que costuma ser natural nesse povo, mais as vezes possuem uma forma de vida bem diferente.
O Fernando precisou sair para ir encontrar um amigo para falar a respeito de um trabalho, só que acabou por chegar muito cedo, e ao entrar em casa não encontrou a Eurica e o casal, então resolveu ir ao quarto quando teve uma enorme surpresa, estava a Eurica transando com a amiga sueca na cama, ele tomou um susto enorme e começou a discutir com a Eurica.
Eu ri tanto com essa historia que só faltei chorar, e perguntei para ele o que ele esperava de uma pessoa como aquela, com tais atitudes e dependência ao álcool, só deixava claro que tinha muitos problemas a nível psicológico, mais não é que eu fosse contra,
O que disse para ele é que se estivesse no lugar dele aproveitava as duas, mais ele não gostou nada de ouvir, ele gostava mesmo daquela maluca mais teve a inteligencia de sair fora enquanto estava vivo. Continuou frequentando o Hits a procura da sua princesa e acabou por encontrar, chamavas-se Marenca, uma garota muito simpática e equilibrada, era o total oposto da Eurica e fiquei muito feliz com o Fernando, o sonho dele era casar na Europa com uma estrangeira e ir morar bem longe de Portugal já que aqui ele era constantemente discriminado e não gostava nada disso, afinal quem é que gosta!

A Marenca era holandesa, e passado as férias em Portugal retornou a Holanda mais sempre em contacto com o Fernando, ele dizia sempre para mim; “Miguinho, ainda vou morar na Holanda e vou ter muitos filhinhos holandeses, mais não vou querer que eles aprendam a falar português” O meu amigo Fernando sofreu muito em Portugal e eu a torcia que tudo desse certo para ele, e que realizasse os seus sonhos, ele era um bom rapaz, honesto e incapaz de fazer mal a alguém, acho que de todos que conheci o Fernando foi a única pessoa realmente equilibrada, por isso eu tinha certeza que ele iria ser feliz.

Passado alguns meses estava o Fernando indo morar na Holanda, a Mareca providenciou toda a papelada no goveno holandes para que ele pudesse morar e trabalhar na Holanda, e lá foi o meu amigo, e disse para ele preparar tudo por lá que em breve eu estaria chegando para lhe fazer uma visita.
O Patricy tinha recebido um dinheiro que a mãe enviou, e mim de Paris para ele convidou para ir visita-la com ele em Paris, aceitei de imediato evidente, tinha já ganho um bom dinheiro e estava preparado para outra aventura. Apanhamos comboio e fomos para Paris.
Quando cheguei a Paris não imaginava que o retorno seria tão rápido, apanhamos o metro e fomos para casa da mãe dele, o Patricy estava muito feliz, sentia que ele tinha saudades de Paris, afinal viveu lá toda a sua vida. Ao chegarmos a casa da mãe dele, fiquei realmente impressionado, ele tinha uma excelente vida em Paris, pelo menos a casa da mãe era muito bem localizada e apresentava um bom nível de vida, da janela da casa da mãe dele tinha a frente a torre Eiffel portanto imaginem a qualidade da mesma. Eu estava curioso para conhecer a mãe dele, mais ela não estava em Paris.
Ela já não trabalhava evidentemente, tinha por volta dos seus 65 a 70 anos, era reformada e estava em uma cidade da Normandia descansando e passando um tempo. Deixou o contacto dela com a irmã do Patricy que acabei por conhece-la, era muito parecida com ele, fumava feito uma louca e era muito magra.

Ela apanhou o carro e arrancamos para Normandia para uma cidade chamada, Bagnoles-de-l´Orne. Foi uma viagem interessante passávamos por vária pequenas cidades Francesas, tínhamos paisagens magnificas, eu estava adorando aquela aventura, o que mim assustava mais era o fato da irmã do Patricy não parar de fumar e tinha crises de tosse o tempo inteiro, e o problema maior é que gostava de andar rápido com o carro, era uma acelera de primeira e diante daquelas crises de tosse, tinha o receio que ela perdesse o controle do carro, ai acabava as minhas aventuras e eu ainda tinha muitas pela frente.
Bagnoles-de-l´Orne era um sonho de cidade, agora percebia o que a mãe do Patricy foi fazer a essa cidade. A cidade é famosa pelas suas termas Hydrotherapicas, que era conhecidissima pelo os seus poderes de cura, para problemas reumáticos, ginecologicos e circulatórios. As origens da atividade témicas diziam que remontava á idade média. Conta a historia que um senhor na idade média deixou o seu cavalo que estava moribundo, para morrer na floresta e seguiu viagem. Passado alguns dias o cavalo aparece na casa desse senhor que ficava muito longe, totalmente restabelecido e saudavel, vindo depois o cavaleiro descobri que foram as aguas de Bagnoles que o salvou e ele acabou por beber tambem dessa agua tendo como resultado um enorme rejuvenessimento. Uma cidade espetacular, um luxo e uma qualidade de vida que eu nunca tinha visto.

Passamos uns 3 dias hospedados em um hotel que mais parecia um palácio, com tudo pago pela a mãe do Patricy, ela se simpatizou muito comigo e na hora dos almoços e jantares ela fazia questão que eu mim sentasse ao lado dela. Eu mim sentia uma verdadeira estrela naquele lugar, eu era o único estrangeiro de pele morena naquela cidade e pelo visto eles não estavam acostumados a ver e onde eu chegava tinha uma recepção extremamente agradável, quando eu passava enfrente a uma loja, as pessoas saiam para mim observar, sem levar em conta que uma das donas do hotel em que estávamos hospedado não parava de se meter comigo a ponto da mãe do Patricy ter percebido. Ela era um mulherão com os seu 40 a 45 anos, eu só tinha na época uns 24 anos e ela não estava muito incomodada com isso. O patricy chegou a mim dizer que o meu futuro estaria garantido com ela e que eu só precisa deixar a coisa correr, pensei no assunto era interessante a ideia mais eu não queria terminar por ali, havia ainda muitas coisas para fazer, muitas aventuras a minha espera e eu não queria acabar vivendo com uma mulher que tinha quase o dobro da minha idade e eu iria acabar sendo empregado dela no hotel, se bem que hoje já com a idade que tenho já vejo a coisa de forma diferente, quando mim lembro daquele mulherão. Deixei a coisa rolar só para encher o meu ego, mais depois de passado 3 dias mim despedi dela e retornamos a Portugal.


Depois de tantas aventuras resolvi mim dedicar mais ao trabalho e procurar juntar mais algum dinheiro. Comecei a explorar os retratos resultado da ida a Ibiza e ter conhecido aqueles trabalhos fantásticos feitos pelos artistas que viviam lá durante o verão. Comecei a praticar, nunca esqueço o meu primeiro retrato, foi do actor americano Robert Mitchum que depois de o fazer, fui mostrar as pessoas e perguntar se sabiam quem era, essa é a atitude típica de quem começa a desenhar retratos, e todas as pessoas em eu mostrava diziam sempre, é o Robert Mitchum! Era o incentivo que eu esperava, a partir dai não parei mais, comecei a desenhar retratos e deixei de lado as aquarelas.
Quando Havia apanhado o jeito com os retratos, trabalho não mim faltava, tive que comprar uma agenda para anotar as encomendas, era incrível, eu tinha a agenda cheia por 1 a 2 meses colocando uma média de 2 retratos por dia, eu ganhava tanto dinheiro que nem acreditava, tive a oportunidade de arrumar a minha vida se tivesse sido mais esperto, mais a minha sede de aventuras mim proibia.
Comprei um carrão na altura, era um Fiat Brava que tinha sido lançado recentemente, todo equipado, mandei instalar um sistema que na altura era novidade em Portugal e que era muito comum na Europa chamado GPL, é um equipamento controlado e aprovado pela Europa para o uso de gás como combustível, a economia era maior do que um carro a gasóleo, ou melhor, diesel, já com o objectivo de sair pela Europa a fora com ela.

Deixei Lisboa e fui para uma cidade que fica a norte de Portugal chamada Braga, fui encontrar com o Roberto que havia mim dito que era um excelente lugar para viver e as pessoas eram muito simpaticas e eu estava afim de ir fazer retratos por lá, estava meio cansado de Lisboa e aquele bichinho dentro de mim que mim obrigava sempre a mudar em busca de aventuras.
Chegando lá aluguei um quarto na casa de uma senhora muito simpática e assanhada, tinha os seus 35 a 40 anos e só mim chamava de jóia, passei a morar na casa dela e ia todas as manhãs para a rua principal de Braga desenhar retratos, de imediato já minha via cheio de encomendas. Braga era uma cidade muito simpática e as pessoas como são do norte são completamente diferentes de Lisboa, são mais comunicativas e alegres e um detalhe que percebi ao chegar no norte de Portugal, é como o povo dessa região gosta de dizer palavrões, em cada frase dita por um nortenho vai sempre um palavrão no meio, é sem maldade, é simplesmente a maneira deles falarem e quem é português sabe dessa caracteristica e isso os torna muito abertos e despachados.
De imediato para mim adaptar melhor comecei um relacionamento com uma garota da qual os país já queriam mim matar, não aceitavam a filhinha rica namorando um artista de rua e além disso brasileiro. É como tinha falado antes a respeito da descriminação e falta de respeito dos portugueses que tem dinheiro e acham que quem não tem não vale nada e consideram-nos simplesmente marginais. Foram assim em praticamente todas as relações que tive em Portugal, no Brasil nunca tinha conhecido esse tipo de comportamento mais em Portugal muitos foram as famílias que queriam mim ver morto. Mais olha, ia levando assim mesmo.
França Renne


Conheci um casal de brasileiros que vendiam artesanatos na mesma rua que eu e nos identificamos de imediato, trabalhávamos juntos todos os dias e nos divertíamos muito, a garota tinha uma filha que morava na França em Renne, e como não poderia deixar de ser acabamos por combinar uma viagem até lá para tentarmos fazer negócio e passearmos um pouco. Bem não vou contar em detalhes a viagem senão nunca acabo esse livro e estou sendo obrigado a deixar para trás muita coisa, caso contrário esse livro iria ter mais de 1000 paginas e não quero cansar vocês com tanta aventuras.
O que posso dizer em resumo é que acabamos indo para Rene, acabei retornando a Normandia, ficamos lá umas 2 semanas, fomos visitar locais paradisíacos tipo Mont saint Michel. O Mont-Saint-Michel é uma ilhota rochosa, na foz do rio Couesnon, costa da Normandia. Centro turístico e um santuário onde fica uma abadia beneditina, em estilo gótico (séc. XII-XVI). Desde 1979, é um Patrimônio da Humanidade na lista da Unesco, um local completamente louco de uma beleza fulminante.

As primeiras imagens que vi daquele lugar foi em um calendário da air france há muitos anos atrás quando ainda era criança, aquela fortaleza medieval que se encontrava no meio da agua completamente inacessível mim fascinava, se vocês não conhecem ou nunca ouviram falar, procurem se informar e certeza que ficaram fascinado assim como um fiquei.
Depois de vasculhar toda aquela área e sentir que já estava na hora de voltar para Portugal, o aviso surgia sempre do meu bolso quando começava a ficar vazio e mim lembrava que estava na hora de dizer adeus aquele paraíso e voltar para a terrinha do bacalhau.
O casal de amigos queriam que eu ficasse mais um pouco, eles tinham preparado muito material para vender as lojas em Renne, mais não conseguiram fazer negocio algum, eu nem se quer procurei trabalhar, como vocês já devem mim conhecer um pouco, eu só queria curtir.
Eles estavam mais teso do que eu, e achavam que se eu ficasse mais um pouco poderíamos fazer bons negócios, mais eu não queria arriscar, não queria mim encontrar em uma situação sem dinheiro e dependendo de alguém, coisa que já estava acontecendo com eles e eu não queria arriscar, portanto os chamei mais eles disseram que ficariam na casa da filha da garota que estava com agente e só voltariam a Portugal depois de vender as coisas que haviam levado.
Resultado, voltei a Braga e comecei de novo o trabalho na rua Direita, passado algumas semanas eles apareceram mais pelo visto a coisa correu bem mal e conseguiram chegar só Deus sabe como.

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PARTE 9. A historia de um imigrante brasileiro baiano na Europa

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A travessia pela Espanha era longa, já mim recordava desse detalhe quando fui a Paris, mais procurávamos dentro do comboio passarmos o tempo de uma forma ou de outra.
Saímos a noite em direcção a Madrid, chegaríamos no dia seguinte pela manhã, a viagem nocturna era mais agradável já que podíamos descansar. A nossa cabine possuía uma cama para cada pessoa, era necessário monta-las já que eram presas a parede da cabine transformando-as em poltronas.
Tínhamos o vagão café restaurante onde era agradável está lendo um livro ou curtindo uma música, quanto a paisagem não havia nada para ver já que era noite, e ficamos um bom tempo no restaurante para depois irmos descansar, não é nada fácil dormir com o barulho dos trilhos do comboio por isso era melhor antes de ir para cama apanhar um bom incentivo para dormir que era uns bons copos, e foi o que ocorreu. Pela manhã estávamos chegando a estação de Chamartim onde deveríamos apanhar um outro comboio em direcção a Barcelona.
Não demorou muito e estávamos embarcando para Barcelona em direcção a Estação Barcelona Sants o qual chega riamos bem mais rápido, a medida que vamos entrando na Europa a distancia começa a ficar menor já que os países europeus são pequenos e portanto mais próximo um do outro e caímos sempre na tentação quando olhamos um mapa e verificamos que logo ao lado já está Alemanha,Suíça… e ai ficamos na tentação de desviarmos a trajetoria, só que seguindo esse raciocínio acabamos no leste europeu.
Já em Barcelona ficamos mais algum tempo curtindo a estação, fomos comer alguma coisa e comprar uma boa garrafa de vinho já que já era bem mais barato do que os preços praticados dentro do comboio. Quando dei conta do horário cheguei a conclusão que íamos perder o comboio, já estava em cima da hora e saímos correndo em direcção a linha, quando chegamos, ou melhor, quando cheguei, porque o Patricy ainda vinha bem atrás correndo com a garrafa debaixo do braço, o comboio estava começando a andar e de imediato subi no vagão e coloquei o pé bloqueando a porta que já estava para fechar enquanto o patricy tentava superar a pequena velocidade de saída do comboio, finalmente chegou até a porta, dei a mão a ele e o puxei para dentro, faltou pouco para ficarmos na estação, embora eu já mim encontrava no comboio, mais se chegasse a conclusão que ele não conseguiria evidentemente eu saltaria.
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Estávamos indo em direcção a Portbou que faz fronteira entre Espanha e França, ao chegarmos lá o controle alfandegário como sempre naquela altura extremamente exigente, recolhendo os passaport de todos para averiguações, como sempre eu estava tranquilo com relação a isso e o Patricy muito mais como era Francês.

Finalmente entramos em França, agora íamos apanhar todo o litoral em direçaõ a Ventimiglia, Italia. Passamos por locais fantásticos onde a ostentação imperava, casas magnificas no litoral francês, perpegnam, Monpellier, Marseille, e famoso Circuito Paul Ricard, em Le Castellet, encontrava-se a 30 quilómetros de Marselha.
Resolvemos fazer uma visita relâmpago a Marselha antes de apanhar o comboio, e fomos a uma magnifica marina que havia lotada de turistas e um enorme calçadão o qual era um excelente local para trabalhar, porque não vimos policiais e tínhamos encontrado um rapaz vendendo umas pinturas de paisagens pintadas sobre pedras de seixo, um trabalho engraçado, mais também era a única coisa possível vender ali pelo fato de haver um enorme inconveniente que era uma ventania de assustar, acho que foi falta de sorte nossa chegar em um dia com tanto vento, o rapaz que vendia as pedras pintadas disse que não era comum aquela ventania, mais quando chegava era sempre forte, e esse não era o motivo pelo qual ele pintava sobre pedras, porque com uma base como aquela o vento não tinha hipótese, mais se fosse aquarelas, seria impossível.

Alemanha, Stuttigart.


Voltamos para estação e nos enfiamos em um comboio em direção a Toulon, mais uma cidade costeira que possui a nona maior densidade demografica da França a sua população é a decima quinta entra as cidades francesas, os habitantes são chamados de Touloneses(as). Mais não descemos em Toulon, partimos directo em direcção a Nice, Cannes, e Mónaco, um espetaculo de paisagem.
Resolvemos fazer algumas hora em Nice. Como os franceses gostam de navegar, marinas é a coisa mais comum de se encontrar, enormes marinas por onde passávamos, principalmente em Mónaco, o Luxo, a ostentação reinava em todos os lados, as vezes pensava será que esse pessoal faz ideia do que seja dificuldades, porque só víamos espetaculos de luxo e riquezas, evidente que de repente para eles dificuldade seria não consegui trocar no ano novo o seu Ferrari por um lamborghini. Pois é, cada um tem o seu tipo de dificuldades.
Ao sair de Mónaco partimos em direcção a fronteira de França e Itália, já era de madrugada quando chegamos em Ventimiglia, ouviamos o barulho dos policiais entrando no comboio levando como companhia enormes cães policiais que cheiravam tudo e todos tentando detectar drogas.
Os policiais eram jovens e pelo o comportamento deles pareciam muito excitados como se tivessem acabado de fumar alguma coisa mais estimulante, e levando em conta o horário que já era muito tarde e o teor do trabalho que faziam era de se considerar o comportamento, mesmo porque disse o Patricy que alguns deles quando encontravam pequenas doses de raxixe com jovens mochileiros, muitas vezes liberavam o garoto e ficavam com o produto para consumirem mais tarde. Se dirigiram a mim e ao Patricy, e um deles pediu ao patricy o passaport só que de forma bem dura e áspera e pensei, se estão tratando assim um Françes que dirá um brasileiro.


Quando o outro policial apresentando uns 25 a 30 anos e segurando o cão, se aproximou de mim e antes de perguntar pelo passaport eu já o tinha na mão, ele apanhou abriu e perguntou, siete brasilieni? és brasileiro? E fiz um movimento positivo com a cabeça. Ele começou a fazer pergunta sobre futebol, jogadores brasileiros, Carnaval e como eu não percebia nada do assunto referente ao futebol, mais procurava animar a conversa, e depois de verificar os passapot saiu cantando “Aquarela do Brasil” uma famosa musica brasileira internacionalmente conhecida.
Olhei para o Patricy e com o ar de ironia perguntei, Reparou que a moral dos brasileiro é bem mais elevada do que as dos franceses? Ele riu e disse. Estão todos drogados!
Depois desse episódio seguimos em direcção a Génova e Veneza. Ao chegar a Veneza fiquei completamente bestificado com a maravilha daquele lugar: Veneza era simplesmente um espetaculo a céu aberto, algo inacreditável, uma cidade que foi invadida pelo mar adriático, não circulam carros e sim barcos, e gondolas, uma cena cinematografica, eu tinha a impressão que aquilo não era real, e que se tratava de uma montagem para um filme, era magnifica.
Poucas cidades do mundo possuem esse encanto e são tão amadas, há uma personalidade marcante e incomparável e são capazes de inspirar pessoas vindo de todos os lados. A cidade é o símbolo do romantismo e vem sendo a mesma desde o período da idade média. Veneza tem o poder de atrair as pessoas de todos os cantos do mundo, pessoas que durante anos sonham em um dia poder conhece-la e ao chegar mal conseguem conter a emoção.
Canais cortados por pontes e arcos, gondolas deslizando em silencio pelas águas, palácios medievais formam um conjunto sem igual transformando esse lugar em um sonho que merece ser realizado.

Estivemos na famosa Piazza San Marco, confesso não ter palavras para definir a beleza de um lugar como aquele, é indescritível a beleza, a magia, o encanto de um lugar assim, fiquei impressionado com tanta magia, a maravilhosa vista do invasor adriático a nossa frente, no calçadão encontrava-se artistas italianos e estrangeiros por todo lado mim fazendo lembrar a Montmartre em Paris, mais aqui havia um outra áurea um estilo completamente diferente.
A noite fomos a procura de uma pensão para passar a noite e descansarmos depois de uma viagem tão cansativa, encontramos uma pensão da qual o preço não era tão alto e mim fazia lembrar as situações anteriores como em Ibiza que foi preferivel dormir na varanda do quarto do que dentro dele e fiquei imaginando qual seria a razão para aquele quarto custar tão barato, quando buscavamos uma pensão o objetivo primordial da procura consistia que fosse barata, portanto estavamos sujeitos a surpresas desse tipo que depois acabamos por descobrir, mais o motivo não era assim tão grave, a principio achei magnifico essa razão.

A janela do quarto dava para um dos canais que era passagem das gondolas com os casais de namorados passeando durante a noite e toda a madrugada. A frente ia o casal e atrás do casal um homem tocando violino e mais atrás o gondoleiro que conduzia a gondola, e aquilo era a noite inteira, e o que tornava o quarto barato era o factor desse presumível barulho. Fiquei um longo tempo naquela janela observando aquela cena típica de um filme de James Bond, depois o cansaço começou a bater mais forte e fui dormir com o acompanhamento do barulho das gondolas.


Pela manhã saímos para continuar o nosso passeio turísticos e desvendar todos ou quase todos os encantos de uma cidade como aquela dentro de um prazo de tempo extremamente curto. Depois de um dia inteiro resolvi que estava na hora de partirmos para Roma,o dinheiro estava cada vez mais se encurtando e eu tinha em mente conhecer a Capela Sistina e ver de perto a obra de Michelangelo e sabia que se continuasse prolongando muito as estadias o dinheiro não iria dar, foi ai que tive uma surpresa por parte do Patricy, como ele tem aquela mania de curtir sem se precaver para o amanhã, já tinha gasto praticamente tudo o que tinha e precisava apanhar o comboio de volta para Portugal por que o dinheiro que restava não dava para continuar e o que eu tinha também mal daria para mim, que dirá para os dois.


Foi chato essa situação e eu não podia fazer nada, o dinheiro que eu tinha só iria possibilitar chegar a Roma e ficar no máximo 2 dias sem abusar minimamente. Foi ai que nos despedimos na estação, ele apanhou o comboio para Portugal e passado algumas horas embarquei para Roma.
Entrei no comboio e procurei uma cabine que não estivesse tão cheia, porque aquele vagão estava completamente lotado, depois de passar por alguns encontrei uma cabine que só havia uma garota e por sinal muito bonita, era uma alemã de Berlim que estava indo para Firenze, sentei ao lado dela e imediatamente pus o meu Inglês a funcionar, Ela além de bonita era muito simpática e ficou bem a vontade comigo, saquei um pequeno dicionário que tinha de bolso e ela riu muito com a situação, e quando havia alguma frase que eu não sabia em inglês, corria para o pequeno dicionário para buscar a resposta, e evidente que a maioria das expressões consistia em elogia-la e procurar animar um pouco a viagem.
Fomos ao vagão restaurante, convidei-a para bebermos alguma coisa, ela também estava fazendo turismo, pretendia conhecer Firenze e visitar alguns museus, conversamos muito sobre arte e pintura e cheguei a mostrar para ela alguns dos meus trabalhos, ela gostou muito e mim perguntou porque eu não faria o mesmo e iria com ela visitar o Museu Uffize onde se encontrava o maior espaço gótico e renascentista da Itália. Resultado disso tudo é que acabei de ficar em Firenze com ela e já estava começando a prever o fim do filme que consistiria em retornar a Portugal sem conhecer Roma, que era o objectivo inicial da viagem.

Olha, não resisti a alemansinha e acabei indo fazer alguma visitas a locais simplesmente fantásticos que não fazia ideia, como por exemplo a Piazza della Signoria, uma praça que foi durante muito tempo o coração politico e social da cidade. Naquele local a escultura original de Michelangelo ficou exposta até 1873, hoje se encontra uma cópia da estátua no local. A original podia ser vista na Galeria dell’Accademia e fiz a besteira de ir lá visitar, quando a que estava na praça era uma cópia perfeita. Brincadeira, nunca é a mesma coisa, só em saber que o Michelangelo andou dando martelada nela há cerca de 4 séculos atrás já dava outro astral.
Também fomos visitar a Galeria Degli Uffizi é o maior acervo de obras primas de Itália como por exemplo o esplêndido nascimento de Vênus, de Botticelli, a Adoração dos Magos de Leonardo da Vinci, a Sagrada família de Michelangelo.
Resultado, fiquei uma noite em Firenze e no outro dia mim despedi da Alemansinha e corri para estação de comboio, se ficasse mais um minuto seria um estrago. Ela pediu que eu ficasse, tínhamos ainda muitas coisas para ver, mais eu não podia de jeito nenhum, fiquei com o contacto dela e ela com o meu, nos despedimos, ela mim entregou uma carta toda escrita em Alemão, e disse que era para eu fazer a tradução e aproveitar para aprender a falar alemão para ir visita-la em Berlim. Ok, nos despedimos e fui embora com a cartinha dela para traduzir ao chegar em Lisboa.
Finalmente Roma. A cidade eterna com as suas setes colinas segundo o mito romano a cidade foi fundada a 753 a.c por Rómulo e Remo, 2 irmãos criado por uma loba que hoje é o símbolo da cidade.


No interior da cidade está o celebre Vaticano, um local de visitação obrigatória. Senti uma hospitalidade enorme ao chegar a estação, fui em direcção a um ponto de ónibus onde havia 4 italianas e fui armado em turista perguntar como podia fazer para chegar a famosa Fonte de Trevi, eu tinha o mapa e sabia como chegar mais queria sentir a atitude daquelas italianas, se seriam muito amáveis, e como foram. Quando mim dirigia em direcção a elas, uma delas antes de que eu falasse alguma coisa percebeu logo que eu queria uma informação e se antecipou com uma extrema e delicada atenção, as outras de imediato se envolveram na conversa e começaram a mim indicar o caminho mais rápido para lá chegar, embora haja uma grande semelhança no idioma português e italiano, saõ ambos proveniente do latim, eu não percebia quase nada e pelo que pressenti, elas gostavam de mim ouvir falar português, chegou um momento em que uma delas já tinha o mapa fechado debaixo do braço e continuava puxando conversa, fiquei apaixonado pelas italianas a partir desse momento. Mas precisava ir, e fui embora.
Uma coisa curiosa que ocorreu quando estava fora da estação é que via homens passeando de mão dadas, e pensei, será que há aqui um encontro gay ou coisa parecida, mais depois de observar com mais atenção, cheguei a conclusão que se tratava de povos oriundo de países arábes, não sei se Irão, Iraque, Tunísia, o que sei é que compreendi que nos países deles era natural homens andarem de mão dadas, esse povo é mesmo maluco pensei eu, por um lado vivem explodindo bombas em nome de Alá, e por outro andam de mãozinhas dadas feitos namorados.
Como havia dito antes, os italianos são pessoas bastante alegres e com boa disposição, quanto a cidade mim fez lembrar um pouco algumas rua de Madrid.
Finalmente chego a famosa Fontana de travi que tem cerca de 26 metros de altura e 20 de largura, era uma fantástica construção barroca italiana.


Estava cheia de turistas e era possível ver dentro da fonte uma enorme quantidade de moedas que as pessoas atiravam apois fazer um pedido e dizia a historia que os nossos pedidos seriam concretizados. Não acredito muito nessas tretas mais não custa nada tentar, e lá se foi uma moeda para a fontana. Por falar em moeda, uma coisa interessante que descobrir foi quando fui trocar escudos por liras, pois é, naquela altura não existia o euro como havia dito antes, e quando fui troca os escudos lembro-me de receber em valores uma quantia extremamente alta, ou seja, a cada 1000 escudos recebia uma média de 12 mil liras e depois de trocar várias notas fiquei surpreso com as milhares de liras que tinha recebido, mais todas essas liras eram muito ilusória pois afinal não valia nada, por exemplo uma simples refeição deixava lá 30.000 liras. Toda essa diferença era pelo fato da Itália nunca ter reduzido ou pelo menos a muito tempo não havia reduzido a quantidade de zeros da moeda nacional por isso eram tantos milhares de liras para poucos escudos, mais na prática a lira era mais forte.


Deixei a Fontana de Trevi e segue em direcção ao famoso Coliseu Romano.
Magnifica aquela vista, uma vista que já tinha visto por várias vezes em livros e revistas e na televisão e não pensei que tão cedo mim encontrasse enfrente a ela, uma excelente sensação.
O coliseu foi construído durante o império romano entre os anos 70 a 80 da nossa era durante os governos dos imperadores Vespasiano e Domiciano. Este anfiteatro era utilizado como palco de lutas de gladiadores, espectáculos com feras e muita violência. Tinha a capacidade de receber até 90 mil pessoas, na sua construção foram usados mármore ladrilos, tufo e pedra travertina. Foi danificado por um terremoto no começo do século V e restauro foi realizado posteriormente. No século XIII, foi usado como fortaleza militar. Entre os séculos XV e XVI foi alvo de saqueadores, que levaram boa parte dos materiais valiosos da construção. Em 2007, foi eleito como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo.
Mais ao lado estava o Forum romano, magnificas ruínas do que era a principal zona comercial da Roma imperial e bem próximo O Monte Palatino é uma das sete colinas de Roma. Tem 70 m de altura e nas suas encostas foram construídos, de um lado, o Fórum Romano.
Fiquei algum tempo naquela área tirando algumas fotografias até que comecei a ouvir o meu estômago alertando-me quanto ao fato de está com fome, e fui a procura de um restaurante para almoçar.
Entrei em um restaurante e que não podia deixar de ser o almoço foi Pizza, e realmente estava muito boa, durante a minha estadia em Roma era o que eu comia todos os dias, só variava no conteúdo da pizza.

Passei o dia inteiro passeando e conhecendo vários locais e várias grandes praças entre ela recordo-me da Piazza de Popolo. A Piazza del Popolo (Praça do Povo) é uma das praças mais conhecidas de Roma. Trata-se de um imenso espaço oval, presidido por um grande obelisco egípcio no centro. Esse obelisco, de 24 metros de altura, está dedicado a Ramses II e em 1589 foi levado do Circo Massimo (onde esteve desde o ano 10 a.C.)
A praça que mais gostei foi a piazza Navona, era tipo a Monmartre em Paris, a praça dos artistas, é fantastico como todas as grandes cidades europeias apoiam e dão aos artistas hipótese de desenvolver o seus trabalhso e venderem nas ruas de forma digna e respeitada e enquanto em Lisboa vivemos fugindo da policia que recebe ordens dos responsáveis pela cidade de reprimir as manifestações artisticas como se tratasse de uma atividade marginal, que mim desculpem os portugueses mais como pode um país ser tão atrasado.


Alguns devem se questionar, então porque não fica nesses países já que apoiam tanto assim as arte? E respondo pelo simples fato do inverno severo que existe nesses países, não possibilita trabalharmos todo o ano na rua, e sim só durante o verão, é por isso que Portugal tornasse um local escolhido só derivado a sua posição geográfica possibilitando a hipótese de um artista trabalhar o ano inteiro, só que em compensação temos que lidar com essas caracteristicas culturais que acabei de citar.
Bem, já é noite e vou procurar uma pensão para passar a noite, estava em uma área chamada Via Ottaviano onde encontrei uma pensão e acabei por alugar um quarto. A sra dona dessa pensão era extremamente simpática comigo e mim fez sentir bem a vontade.
Pela manhã ao acordar o objectivo era conhecer o Vaticano seria a ultima visita e fiquei surpreso quando dei conta que estava hospedado exatamente atrás do Vaticano, ou seja, a poucos metros. Então paguei a pensão e a senhora nem se quer aceitou todo o dinheiro devido, mim fez um bom desconto, agradeci e fui embora. Em toda a minha vida pela Europa nunca havia acontecido uma situação como essa, foi mesmo surpreendente a atitude daquela senhora, foi muito espontânea e eu nem se quer imaginava essa possibilidade. Fiquei com uma excelente impressão do povo italiano e principalmente das mulheres que eram sempre simpáticas e atenciosa, se Portugal fosse assim seria um paraliso na face da terra, mais infelizmente nem tudo pode ser perfeito.

Depois de andar alguns metros chego ao Vaticano. Logo ao chegar fiquei decepcionado pela demonstração capitalista logo na entrada, como era verão havia muitas pessoas que estavam a vontade, de short ou bermuda, vestida a verão, e o que ocorria logo na entrada é que eles alugavam uma espécie de batina para que as pessoas pudesse visitar a parte interna do Vaticano que caso contrário não seria possível. Ok, cheguei a conclusão que assim como em Fátima Portugal, ali seria mais um local de exploração da fé humana. Já que era proibida a entrada com trajes de verão, seria mais fácil e simples divulgarem essa proibição principalmente nos livros turísticos, do que criar uma forma de negócio diante dessa situação.
Bem a minha visita ao Vaticano mim fez conhecer objectos e luxos que nunca tinha visto, o incrível é que a igreja representa de uma certa forma a humildade e adoração a Deus, e eu nunca tinha visto castiçais em ouro, objectos valiosos e tudo que pode representar a ostentação humana, que em muitos casos teve origem na exploração, roubo e trabalho escravo, sem falar na própria historia da igreja no seu período podre da inquisição que levou muita gente inocente a serem queimadas vivas nas fogueiras.


Bem vocês devem ter percebido a minha forte decepção nessa instituição, sem levar em conta os vários escândalos de pedofilia por parte dos padres e funcionários da igreja, mim entristece ver pessoas sendo exploradas pela a sua fé. Fé essa que acompanha o ser humano desde a época em que vivíamos em cavernas, a necessidade humana em querer encontrar uma resposta para a sua existência solitária, acaba por leva-las a um mundo de ilusões e fantasias resultando no aparecimento de religiões e instituições como essas.
Nos interrogamos que se não fosse a religião como seria a vida no planeta, será que seria um caos, que as pessoas sem se sentir ameaçadas pelo castigo divino fossem levar uma vida desprovida de moral e dignidade? Ou será que teríamos um mundo melhor, sem explorações e guerras? Uma coisa eu sei, não acredito em religiões, nem em santos e nem nessa palhaçada toda, mais nem por isso sou uma pessoa desonesta e sem moral, muito pelo contrário, acredito que a dignidade humana o respeito ao próximo e uma vida honesta e correta são os ingredientes indispensáveis na vida do ser humano ao encontro da sua felicidade.
Acho que o ser humano na sua essência é um animal racional com qualidades positivas inseridas no seu DNA pela natureza, e que actos reprováveis, desumanos, selvagens, saõ geneticamente punidos no seu interior quer de uma forma ou de outra. Talvez seja uma teoria estúpida e tão fantasiosa quanto as religiões, mais acho que seria bem mais aceitável esse tipo de filosofia se nos baseássemos nas experiências das pessoas que nos rodeiam, nos seus estados de espírito derivado as suas formas de vida, honestas e desonestas, morais ou imorais, sempre acabamos por colher os frutos resultado do nosso meio de vida e da nossa forma de viver. já estou mim esticando demais, não sou politico e nem mim interessa querer ensinar como as pessoas devem se comportar, portanto é melhor eu ir apanhar o comboio e voltar para Portugal. Lisboa tô chegando.

Lisboa


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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Parte 8. A historia de um imigrante brasileiro baiano na Europa

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Eu estava morrendo de vontade de arrancar para Itália, essa ideia já andava mim consumindo, mais precisava esperar pelo Patricy, e ele estava dando sinais claro de mim acompanhar nessa viagem, não estava queimando dinheiro em restaurantes finos e caros como costumava fazer, e começava a ter mais cuidados com os gastos e era tudo uma questão de sorte, a qualquer momento parava na frente dele um dono de uma galeria, loja ou simplesmente amante da arte, e comprava-lhe todo o material assim como se passou comigo, portanto resolvi esperar, mesmo porque gostaria que ele fosse comigo derivado ao longo conhecimento que já possuía de Europa e também já havia estado na Italia várias vezes.
Uma noite enquanto nos encontrávamos todos conversando a porta do Prédio de escritório na Escadinha Marques Ponte de Lima conheci um rapas Goiano que havia acabado de chegar do Brasil, era o Ernane, tinha mais ou menos a mesma idade que eu na altura, como todo recém chegado estava procurando trabalho e a única hipótese que se apresentava era o trabalho nas obras assim como a maioria dos brasileiros. Ele já tinha visto os meus trabalhos na baixa e havia gostado muito e mim perguntou se eu não poderia fazer para ele algumas aquarelas para ele vender na rua, disse que sim, iria preparar alguns trabalhos para ele vender e daria uma comissão em cada venda, comissão essa que era de 30%.

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Era um excelente negócio para ele para mim, porque no eu caso eu ia mim dedicar mais sabendo que havia uma outra pessoa dependendo do meu trabalho e para ele seria um trabalho tranquilo e sem stress e seria uma boa forma dele ir se adaptando ao sistema em Portugal sem ter que começar pela construção civil, que se tratava de um trabalho extremamente pesado.
Preparei par o Ernane uma colecção de 10 aquarelas em tamanhos variados, entreguei-lhes e lá foi o Ernani para as vendas, como ele ainda não tinha experiência nenhuma no negócio, fiquei com receio de ser apanhado pela policia, o que seria tinha certeza disso, a primeira vez que ocorria e ele podia ficar assustado e desanimado, por isso sugeri que fosse para os Restauradores, se tratava de uma grande praça acima da Praça do Rossio, onde dava inicio a Avenida da Liberdade, era o local onde ficava o bar Pirata onde apanhei aquela paulada com a bebida deles em companhia do Tó e do Roberto logo que cheguei a Portugal, Lembram?


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Acreditava que nos Restauradores seria mais seguro para ele já que ali muito raramente os policias incomodavam, mesmo tendo bem próximo dali uma esquadra que se encontrava na Praça da Alegria a coisa de 100 metros dali. Mais lá foi o Ernani, levava um cavalete que eu havia comprado para ele e uma larga placa de madeira fina dúplex na qual ele iria prender as aquarelas e expo-las no cavalete.
Nesse meio tempo enquanto o Ernani estava trabalhando fui dar uns passeios, liguei para uma amiga portuguesa e fomos almoçar no Centro Comercial Amoreira, passamos praticamente o dia inteiro por lá, eu não estava começando muito bem essa vida de empresário já que devia era está produzindo mais aquarelas para mim e o Ernani mais naquele dia eu queria descansar um pouco e não pensar em trabalho.


Quando cheguei a noite em casa fui ter com o Ernani, como um bom Goiano se encontrava assistindo televisão ao mesmo tempo que ouvia musica no volume máximo. Quando abri a porta e olhei para ele, vi um sorriso de felicidade que brotou na cara do Ernani e ele fez com os dedos o sinal de quantas aquarelas tinha vendido, e mostrou-me seis dedos, ou seja ganhamos um bom dinheiro já que as aquarelas mais baratas era de 15 euros, tudo isso no 1º dia de trabalho foi uma estreia excelente e ele estava bem animado para continuar e eu tinha chegado a conclusão que realmente teria que trabalhar mais e deixar a preguiça de lado.
Fizemos as contas, foram 4 pequenas e 2 grandes no total de 120 euros, e dei ao Ernani pelo o seu excelente trabalho 36 euros, se ele tivesse trabalhado 8 horas no pesado serviço que é a construção civil durante todo dia, teria ganho 32 euros, e ele sabia disso por isso estava determinado a continuar trabalhando comigo e eu sabia que estando ele depositando essa confiança em mim eu teria que trabalhar muito mais, sabia que seria difícil porque não estava acostumado a trabalhar pressionado por nenhum tipo de situação a não ser a que naturalmente nos acompanhar toda a vida que é a necessidade de sobrevivencia que para mim já era o suficiente e agora havia outra que era manter uma pessoas trabalhando para mim.
Ok, mais iria procurar fazer o máximo possível para que tudo desse certo e naquela noite foram todos para o café se diverti e tomar uns copos e fiquei eu no escritório trabalhando aquilo não mim cheirou nada bem, e o Ernani antes de sair ainda mim cobrou serviço, dizendo que esperava para amanhã uma boa quantidade de aquarelas para vender, mim sentir meio sem liberdade e achando que afinal o empregado ali era eu e não o Ernani.
Mais pensei no dinheiro que poderia render diante desse novo projecto e que deveria mim preocupar mais era com isso e deixar de lado as festas e curtições com os amigos, mesmo porque já tinha mim divertido com a portuguesinha no centro comercial Amoreiras portanto deveria agora fazer a minha parte, mais confesso que não era fácil.

Produzir alguns trabalhos para o Ernani depois sai para ir tomar um copo e relaxar um pouco dessa sessão de trabalho e enquanto estava indo em direcção ao café o pessoal estava voltando, como tinham trabalho no outro dia cedo não podia se esticar muito durante o meio de semana caso contrário não conseguiriam acordar no dia seguinte.
Mais encontrei o Ernani que de imediato perguntou-me, então, preparou muitas aquarelas para mim? E eu disse, fique tranquilo amanhã voce já terá o que vender, e ele foi comigo para o café já que não precisava acorda tão cedo no outro dia como o resto da rapaziada.
No outro dia pela manhã quando acordei o Ernani já havia saído, ele estava mesmo animado para o trabalho e eu cada vez mais preguiçoso e não estava afim de fazer nada, então fui para a Costa do Castelo ter com o Patricy para tomarmos uns copos e jogarmos conversa fora. E foi o que fiz e depois no fim da manhã fomos almoçar no restaurante a abelhinha.
Então o Patricy mim perguntou porque não iríamos de novo ao Algarve para mudar um pouco de ar e ganhar um pouco mais de dinheiro, achei uma boa ideia mais mim lembrei de como ficaria o Ernani a não ser que ele alinhasse com agente e fiquei de lhe perguntar.
Depois do almoço fomos ter com o Ernani, quando lhe falei da hipótese de irmos para o Algarve vender aquarelas ele amou a ideia e concordou de imediato. Eu já esperava esse tipo de atitude porque a maioria dessa rapaziada o que queriam mesmo era aventuras e doideira.

No dia seguinte apanhamos a minha carrinha e corremos para o Algarve. Ao chegar lá como sempre o dia estava fantástico, Albufeira estava cheia de turistas e fomos directo para a entrada do túnel onde havia ficado da última vez e montamos o cavalete expondo as aquarelas.
Deixei o Ernani cuidando do trabalho em companhia do Patricy e fui a procura de umas inglesinhas para mim diverti um pouco, o Algaarve para mim é um verdadeiro inferninho, até mim assustava um pouco esta de volta ali, porque da ultima vez mim entreguei a farra e acabei queimando muito dinheiro e não poderia deixar o Ernani sem trabalho.
As coisas corriam maravilhosamente bem até o Patricy aparecer com um ar preocupado dizendo que precisava voltar a Lisboa porque tinha um assunto familiar para resolver. O assunto era a mulher dele que estava preza e havia tentado suicídio de novo e estava muito mal, ele se despediu da gente e voltou as pressas para Lisboa, naquele dia fiquei mesmo com pena do Patricy, porque outra pessoa provavelmente não iria querer saber mais da situação e iria se preocupar bem menos, mais as vezes mim perguntava se o Patricy não teve alguma parcela de culpa nessa historia dela trazer cocaína para Europa, nas conversas que tive com ele fiz esse comentário e ele jurou que não sabia de nada, que essa foi uma ideia dela que queria ganhar um dinheiro rápido e mostrar para ele que era capaz de se virar sozinha já que ela se sentia muito dependente dele, pelo menos foi a historia que ele mim contou.


Fiquei trabalhando com o Ernani, enquanto ele vendia eu pintava aquarelas as coisas estavam indo a mil maravilhas. Durante os meus passeios por Albufeira depois de deixar o Ernani sozinho, encontrei um artista croata que desenhava retratos, o nome dele era Mirco Visic, era uma figura engraçadissima tinha um senso de humor fantástico nos demos muito bem desde o inicio e eu reparava que ele não tinha problemas com a falta de trabalho em Albufeira, a pequena vila com os seus turistas compensavam todos os artistas que queriam trabalhar e ele tinha sempre retratos para desenhar, e confesso que fiquei atraído pela aquela técnica artística, já havia feito alguns retratos no Brasil mais nunca tinha levado a serio essa área, foi o Mirco que acabou por mim incentivar e comecei a ponderar sobre essa hipótese.
A noite levei o Ernanir para conhecer o Mirco e acabamos por trabalhar todos na mesma rua para que pudéssemos fazer companhia uns aos outros tomando uns copos e brincando com as inglesas.

Pelo visto as aventuras ainda não eram o suficiente quando o Mirco sugeriu que alugássemos um carro e fossemos para Espanha trabalhar nas praias e conhecer algumas espanholas. Achei a ideia formidavel, poderia ir com a minha carrinha, mais ela chegou em Albufeira com problemas no disco de embrenhagem e não acreditava que ela aguentasse uma viagem dessa, portanto a ideia de alugar um carro era muito boa, e foi o que fizemos.
O Mirco gostava da nossa companhia dizia que os brasileiros tinham uma maneira alegre de viver a vida e o mundo em que ele pertencia era muito fechado e as pessoas muito frias. Ele morava na Alemanha e todos os anos durante o verão costumava deixar a Alemanha e ir trabalhar nas praias em e Espanha ou Portugal.
Ele dizia que éramos malucos e brincalhões o certo é que durante a viagem não sei se foi a péssima companhia que ele tinha de 2 brasileiros malucos que estavam o tempo todo brincando que acabou por o influenciar e chegou um momento em que o Mirco já não era aquele típico europeu sério e introspectivo, tinha se transformado em uma verdadeira crianças brincando e fazendo maluquices o tempo todo.



Foi uma viagem muito divertida, passamos por Alicante e Benidorm e resolvemos subir mais um pouco para o Norte e fomos parar em uma cidade chamada Dénia, foi ai que mim deparei com a hipótese de apanhar um barco e ir conhecer a famosa ilha de Ibiza, é uma ilha do arquipélago e comunidade autónoma das Ilhas Baleares. Fica localizada a leste da Espanha e sua maior cidade tem o mesmo nome da ilha.
É conhecida por seus festivais de música eletrônica e lançar tendências neste estilo. Os festivais acontecem durante o verão nos meses Junho e Julho. Tem vida noturna agitada e recebe grande número de turistas todos os anos em busca de diversão
Um local extremamente turístico das ilhas e que eu já havia muito ouvido falar, perguntei ao Mirco se ele não queria nos acompanhar mais ele disse que não que iria esperar por nós em uma cidadezinha próxima chamada Javea.
Muito depois é que percebi porque ele não queria vir conosco, é que em Ibiza havia dezenas de artistas que trabalhavam com retratos e seria uma enorme concorrencia para ele e não valeria a pena, enquanto em Javea era um local perfeito para o trabalho dele, eu sinceramente não estava preocupado com o trabalho o que eu queria mesmo era passear e visitar Ibiza. O Ernani alinhou de imediato tinhamos os dois a mesma necesidade, curtir e passear.
Quando deixamos Albufeira uma das bagagens do Mirco era uma mala tipo equipamento de fotografo, e perguntei do que se tratava ele mim disse-me que carregava ali varios duendes que faziam os retratos para ele, depois de algum tempo acabei descobrindo que esses duendes era nada mais nada menos que um projetor de fotografias que ele usava para fazer os retratos. Ele colocava a foto do cliente no projetor lançava sobre a folha de papel que pretendia desenhar e assim fazia o esboço do retrato com muito mais facilidade tornando assim o trabalho bem mais fácil.
Compramos o bilhete para atravessar o mediterranio e apanhamos uma lança rápida que nos levou até Ibiza e deixamos o Mirco com o carro e que iria depois se encontrar com agente em Jávea.



Quando chegamos em Ibiza percebi de imediato porque o Mirco não quis vir com agente, havia dezenas de artistas fazendo retratos, e eram todos excelentes profissionais, os trabalhos deles eram de uma qualidade fenomenal e fiquei mesmo encantado com aquela áreas do desenho a ponto de decidir que ao chegar em Lisboa iria começar a explorar esse campo e mim aprefeiçoar nessa área. A diferença do retrato para a aquarela é que o retrato quando começamos já temos o dinheiro garantido por parte do cliente e a aquarela depois de terminar-mos temos que coloca-la a venda e aguarda o clinte, ou seja, resumindo, estou é procurando a forma mais fácil de ganhar dinheiro sem ter que trabalhar muito.
Não, na realidade a coisa não chega a tanto, o retrato mim inspira a querer desenvolve-lo e tendo em minha frente trabalhos com essa qualidade só poderia resultar nisso, portanto tenho um bom projeto pela frente.
Sol, praia, festa. Se o seu forte é agitação, bem-vindo ao paraíso. Ibiza é sinônimo de praias paradisíacas e muita música. A ilha completa o arquipélago Baleares, formado pelas ilhotas Maiorca, Menorca e Formenteira, banhadas pelo Mar Mediterrâneo.


São 572 km de extensão ocupados por 56 praias, e os mais diversos turistas. Isso mesmo! Nem todo mundo é apaixonado pela noite o tempo inteiro. Praias mais sossegadas como Cala Bassa e Playas de Comte, com água clara e areia fina. Outras mais indicadas para quem procura algum tipo de lazer, e encontra aluguel de jet-ski, passeio de banana-boat, espaço para esportes e compras como em Port de Sés Caletes.
Praias reservadas ao nudismo, como a Es Bol Nou, e outras que são verdadeiros pontos de encontro para as baladas, como a Ses Salines.
Sim, diversidade, seu lugar também é aqui.
Se na época da Antiguidade, quando fenícios transformaram o local em rota comercial, a ilha recebia todo tipo de gente (inclusive guerreiros vândalos); hoje seus 100 mil habitantes recebem mais de 2 milhões de turistas todo ano.
Lá nos idos dos anos 60 e 70, a ilha era um refúgio de mochileiros hippies que levavam seu mantra "paz e amor" junto às figuras como Janis Joplin e Jimi Hendrix. E começava a festa. Sem fim.
Hoje eles estão presentes (bem presentes) no Mercadito dos Hippies, e os sons da ilha foram substituídos pela música eletrônica, e hoje é elemento obrigatório nos clubs, pre-parties e after-hours.
Não é a toda que Ibiza é considerada o lugar da melhor festa do mundo.
A noite estavamos muito cansados da viagem e de tantas festas e fomo aprocura de uma pensão para passarmos a noite. Eram todas muito caras por se tratar de um lugar tão turistico e por incrivel que pareça acabamos por encontrar um pensão com o preço bem acessivel, desconfiei do porque estava tão barato aquele quarto e resolvemos aluga-lo e não demorraria muito ficariamos sabendo,e foi o que aconteceu, para conseguir dormir naquele quarto so com muiito cansaço e alcool, o quarto possuia uma varanda e essa varanda dava para um pub que era música ao máximo, agitação total toda a noite um verdadeiro inferninho e que tinhamos estado lá, portanto a única hipótese eramos deixar a janela fechada para não ouvir o barulho, o problema que Ibiza no verão faz um calor enorme e o quarto parecia uma sauna, era impossivel manter a janela fechada, chegamos a tentar mais o calor era enorme. O resultado final é que fomos dormir no chão da varanda, era a única hipótese, era preferivel o barulho ensurdecedor da discoteca do que o calor que fazia naquele quarto, tudo uma questão de opção.

A nossa sorte é que o cansaço e a bebida nos fez adormecer, acordei pela manhã já com uma brisa um pouco melhor e o barulho tambem havia diminuido já que todos os bebedolas já tinham apagado.
Depois de sairmos da pensão fomos contiunuar a nossa excução turistica a Ibiza, sem dúvida um local formidavel para quem gosta de se divertir e tem bastante dinheiro para isso. Resultado é que não trabalhamos coisa nenhuma, aquele periodo em Ibiza era ´so para curtir, e aproveitamos bastante.
Nesse dia já a noite resolvemos apanhar um barco e voltar para o continente e se encontrar com o Mirco. Chegamos em Dénia a noite, fomos a um restaurante jantar e depois procurariamos um jeito de encontrar o Mirco.
Já estava muito tarde e precisavamos dormir para no outro dia ir a procura do Mirco, mais não queriamos mais uma vez gastarmos dinheiro em uma pensão e passarmos a noite na varanda como ocorreu em Ibiza, por isso resolvemos fazer diferente, irmos dormir na praia, já que o calor era tanto seria o único lugar possivel naquele momento.
Começamos a andar pela praia aprocura de um areial macio para transformamos em cama só que por incrivel que pareça as praias em Dénia pelo menos onde nos encontravarmos não havia areia e sim pedras, eram pedras para todo o lado e começamos a andar em busca de areia e nada. Era impressionante, depois de uma boas caminhadas por aquelas pedras resolvemos apagar por ali mesmo, chegamos a conclusão que aquela área não existia areia e que iamos ter que dormir no chão duro e foi o que ocorreu.
Quando acordamos pela manhã por incrivel que pareça sentia-me bem e recuperado, quando de repente o Ernani chama a minha atenção para um detalhe, a um pouco mais de 10 metros havia um enorme areial mais na escuridão daquela noite não tinhamos visto e acabamos por encarar o chão duro, olha, pelo menos é muito bom para coluna, assim dizem os médico terapeutas, como digo sempre, há sempre algo de positivo, eheheh.
Depois de apanharmos o café da manhã fomos a procura do Mirco, apanhamos um taxis para nos conduzir até essa cidadezinha de nome Jávea, era um local extremante turistico assim como todos os outros nessa época. Ao chegarmos lá acabamos por encontrar o Mirco na companhia de um espanhol também retratista e que trabalhava em Jávea já há um longo tempo.

Ele nos apresentou e ficamos conversando durante um longo tempo, contei ao Mirco das nossas aventuras em Ibiza e quanto a ilha era bonita, e também a qualidade dos trabalhos dos artistas retratistas que trabalhavam na ilha, eram trabalhos com um grau de profissionalismo muito grande e pelo jeito ele sabia disso porque fez um ligeiro silencio, os trabalhos do Mirco não eram assim tão bons, por isso não tinham mim inspirado nada quando os conheci, mais aqueles artistas em Ibiza realmente mim deram uma enorme injeção de animo e inspiração e eu estava disposto a aprender a fazer retratos a partir de fotografias e desenvolver ao máximo, e olha que quando resolvo aprender algo relacionado a arte geralmente o resultado é sempre bom.
O interessante desse amigo do Mirco era o local em que ele morava, ele nos convidou para passar a noite em sua casa antes de retornarmos a Portugal, foi ai que o interroguei se ele morava em Jávea, a resposta foi a minha casa é ali, e apontou para o alto de uma enorme montanha que circundava Jávea, e no alto dessa montanha havia dois enormes moinhos de vento que decoravam aquela paisagem magnifica. E eu perguntei, naquele moinho? Ele sim, é ali que moro e vamos lá para vocês conhecerem de perto.
Ele tinha uma carrinho velho caindo aos pedaços mais era o suficiente, andava e bem e era o que importava, e fomos até a sua casa. Quando chegamos lá fiquei pasmo com a beleza daquele local tínhamos uma vista fantástica de todas as praias que circundavam Jávea e do mar mediterrâneo, era realmente um lugar de sonhos.


Os dois moinhos que se encontravam lá eram enormes, um deles estava em muito estado estado e precisando de uma grande reforma, quanto ao que o rapaz morava estava perfeito, ele tinha restaurado todo o moinho já que foi o acordo feito com a câmara municipal da região que cedeu o moinho para ele residir tendo ele como obrigação cuidar da restauração do mesmo já que se tratava de um monumento turístico, e assim vivia aquele artista, ele tinha uma vida muito tranquila só com um pequeno e infeliz problema, era dependente da heroína, descobri isso ao ver em cima da mesa uma colher torcida e varias cascas de limões que tinham sido espremidos, portanto como era macaco velho nesse campo deduzi logo e mostrei ao Ernani que inocentemente pensava que o cara gostava de limonada.
Foi mais uma experiência fascinante aquele local, a noite a paisagem se tornava muito mais interessante com as luzes da pequena cidade de Jávea brilhando no meio daquela escuridão e um vento tranquilo e sereno mesmo estando a uma altitude como aquela, pela manhã retornamos a Jávea, estivemos mais algum tempo curtindo a praia e depois nos despedimos do Espanhol e retornamos a Portugal.
Ao chegar a Albufeira o Ernani voltou ao trabalho e eu também, comecei a pintar mais aquarelas para que ele pudesse vende e o Mirco voltou aos retratos.
Em uma dessas noites de festa em Albufeira conheci um alemão de nome Andreas, era uma cara gente fina, não falava portugues e para mim foi muito bom que assim pude ir aperfeiçoando o meu inglês.
Ele morava em Stuttgart e costumava ir ao Algarve passar o verão, gostava muito de está com agente pelo fato de nos considerar alegres e divertido, ele tinha a mesma idade que eu e mim convidou para conhecer a sua cidade e mim mostrar as melhores cervejas do mundo como dizia ele, e realmente estava certo que acabei por ir a Alemanha e conhecer uma parte desse maravilhoso país graças ao Andreas.
Foram muitas noitadas e muita diversão até chegar o dia em que decidimos voltar a Lisboa, por que o Algarve era lindo maravilhoso ganhavasse muito dinheiro, mais no final estava sempre na mesma porque queimávamos tudo nas festas e nas doideira, era impressionante mais também era inevitável vivíamos como se fossemos morrer para semana e sem contar com a filosofia que eu tinha herdado do Patricy, aquilo é que era doideiras.
Nos despedimos todos, o Mirco voltou para Alemanha e o Andréas também, ficou combinado voltar mos a nos encontrar para o ano e eu havia prometido ao Andreas Que iria visita-lo na Alemanha e foi o que acabei por fazer mais a frente.
Chegando a Lisboa voltamos a normalidade, já tínhamos curtido tanto passado por tantos momentos loucos que agora era nos concentrar no trabalho e começar a ganhar dinheiro mesmo porque o patricy já estava com tudo organizado para irmos a Itália e eu já estava doidinho para ir.
Passado coisa de um mês eu e o Patricy fomos até a estação de Comboio de Santa Polónia e compramos uma passagem para Roma, essa passagem nos dava a hipótese de ir parando onde quiséssemos desde quando fosse em direcção a Roma e assim possibilitaria conhecer vária cidades no caminho e foi o que fizemos, iríamos apanhar todo o litoral Françes o que seria óptimo e porque poderia conhecer a famosa cort d azul francesa. Itália ai vou eu!

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