sábado, 18 de janeiro de 2014

PAGINA EM MANUTENÇÃO. OBRIGADO.

Olá amigo(a)s,

  Peço mil desculpas mais a pagina está em manutenção, logo vocês terão acesso
a todo o material em um novo blog. Obrigado.


                  Anildo Motta

sábado, 28 de janeiro de 2012

PARTE 1º. A história de um imigrante brasileiro baiano na Europa. Anildo Motta

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Esta é a minha história e acho que devo compartilhar com vocês toda as aventuras vividas nesse espaço de 20 anos como imigrante brasileiro, baiano na Europa. Todas as aventuras, alegrias, desilusões, dificuldades, facilidades, descobertas e uma infinidade de coisas que ocorrem na vida de uma pessoa, que opta por abandonar o seu país, a sua família e ir tentar a sorte em um mundo completamente diferente em termos culturais, sociais e humano. As dúvidas que nos acompanha, um certo medo e insegurança e a incrível capacidade de ao nos encontrarmos em uma situação muito complicada, desenvolvermos capacidades que antes nos era desconhecidas, desenvolver um auto conhecimento, conhecemos a nós próprios, descobrimos capacidades em que jamais imaginávamos que possuíamos  o extinto e a tendência humana de sobrevivência que nos leva a encontrar sempre uma saída para tudo, mesmo quando parece não haver.
Espero que gostem de tudo que vão ler e que esse historia venha incentivar muitos os jovens...
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Itália, Veneza


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a tomar uma decisão nas suas vidas, decisão essa que julgo indispensável a evolução de um cidadão seja em termos humanos, social e financeiro. Acredito se todos tomassem uma decisão como essa, teríamos um mundo bem melhor e equilibrado pelo fato de experiências assim, ajudar a pessoa e ver o mundo de uma forma mais responsável e amadurecida. Quando presenciamos culturas como a alemã em que algumas famílias ao filho completar a sua maioridade, abrem a porta de casa e dizem, " já fizemos tudo que devíamos, te damos educação, conhecimento e capacidades de sobrevivência, agora vá viver a sua vida". Na nossa mentalidade latina e carregada de emotividade, consideramos um ato desumano e frio, quando no fundo analisando de forma mais pragmática e realista, concluímos que é a melhor coisa a fazer para que o jovem futuramente possa ter uma vida responsável e amadurecida, e possa ser um ser humano com boas qualidades e capacidades para enfrentar as adversidades que surgem na vida.
Quando analisamos o caso de forma contrária e presenciamos jovens e até mesmo homens entre 30 a 40 anos vivendo na casa dos pais, com uma vida totalmente sem objectivos, numa dependência total que acaba por levar muitos jovens a entrar no mundo das drogas, dos vícios, da violência e de uma series de comportamento que desvirtuam o ser humano, levando-o a um caminho sem retorno e cheios de problemas. A necessidades extintivas dos pais em proteger e dar tudo o que o filho necessita com a pura sensação de que está fazendo a coisa de forma correta, dando amor, atenção, alimentado os seus caprichos, levam depois a interrogarem-se de o que fizeram de errado, quando encontram o filho perdido na vida, envolvido com drogas e violências. Todo esse excesso de protecção impede que o jovem vá buscar dentro de si as suas reais capacidades, impede que possam conhecer a si próprio e manter a mente ocupada com as suas necessidades extintivas de crescimento e evolução como ser humano. Situações como essa nos faz pensar quanto a eficiência social dessas formas de educar de determinadas culturas.

Itália, Nápoles


Sou um simples brasileiro que residia em Salvador, Bahia, e desde a minha época de ginásio sonhava em sair pelo mundo, mim aventurar, conhecer novos povos, costumes gastronomias. Quando assistia os filmes americanos ficava maravilhado com as paisagens, com a forma civilizada e a qualidade de vida típica dos povos do considerado do 1º mundo.
Único filho homem com 3 irmãs, 2 mais velhas do que eu e uma mais nova. O meu pai era aposentado da Petrobrás  tínhamos uma vida simples sem muitos luxos, mais nada nos faltava, era aquela típica família de classe media brasileira, com casa própria, uma vida equilibrada e todos os filhos estudando e concluído o 2º grau. As minhas duas irmãs mais velhas ainda tentaram entrar para a faculdade mais começaram a trabalhar, e o salário suficiente para os pequenos luxos, acabou sendo responsável pelo total desinteresse em seguir uma carreira profissional, ou seja, estudar bastante e depois acabar atrás de um balcão de uma loja, como é muito comum no Brasil.

Terminei o 2º grau muito cedo, aos 18 anos já estava mim formando em um curso técnico de administração de empresa, acho que esse curso só foi para completar o 2º grau, porque nunca tive nenhuma vocação para essa profissão, em termos de conhecimentos e capacidade para administrar alguma coisa, eu mal conseguia administrar o pouco que ganhava. Bem, na realidade acho que estou sendo um pouco exigente de mais, porque graça a esse curso,acredito que influenciou um pouco a minha performance em termo das exposições de arte que passei a realizar.
Fui sempre um apaixonado pelas arte, Passei toda a minha infância revelando a minha ligação para com a arte, a minha paixão e a enorme necessidade de aprender, levava-me a constantes manifestações artísticas desde fazer desenhos nos cadernos e livros escolares menos indicados para os temas, como desenhar em paredes, chão, portas e onde a inspiração mim levasse.

Itália, Roma

.A arte e tendências artísticas são curiosas e viciantes pelo fato de nos acompanhar sempre no nosso dia a dia, mesmo nas mais pequenas coisas, ela está sempre presente. Uma pessoa que carrega estas tendências ou vícios é incapaz de ter em sua frente um lápis, uma caneta, um giz ou até mesmo uma pedra, sem cair na tentação de procurar esboçar alguma coisa. É algo que corre no sangue que anima o espírito que acalma a alma. Há muitas pessoas com essas capacidade. digamos assim, essas necessidades, que no decorrer das suas vidas acabam por ingressar em uma profissão que não está minimamente ligada as artes, por força do destino e necessidade de sobrevivencia, leva as mesmas a acreditar que a arte não possibilita uma vida equilibrada em termos financeiros, não é segura e sujeita a riquezas materiais.
Quando passei a dominar a técnica da pintura a óleo, ou seja, passei a fazer um trabalho mais comercial, procurei a administração de um grande shopping em Salvador e solicitei um espaço para expor os meus trabalhos. Não foi difícil, consegui um excelente espaço que era destinado as manifestações artísticas, espaço esse que aproveitei bem. O resultado foram alguma vendas que impulsionaram-me a continuar. Depois comprei um carrinho usado uma prancha de surf e levava uma vidinha típica de filhinho da mamãe que só queria praias e namoradas.

Piazza San Marco, Venezia, Itália

Entrei também na área do mergulho submarino comprei um equipamento de mergulho, devorei varias revistas do Jacques Cousteau, para quem se não se recorda ,era um francês que dedicou toda a sua vida aos mares. Portanto uma vidinha que não podia durar muito, sabia que mais cedo ou mais tarde, ia acabar por conhecer uma garota da qual iria mim pôr uma aliança no dedo e declarar a minha escravatura para o resto da minha vida, porque todos nos sabemos que a partir dai, eu iria entrar em um sistema que não teria mais retorno, filhos, contas, dividas, responsabilidades e uma vidinha caída para o medíocre, desculpem a minha filosofia se não se encaixa bem com a de vocês, mais acredito que viajar, conhecer o mundo, passar por experiências diferentes todos os dias, conhecer mulheres de todo o mundo, é bem melhor do que esta vivendo uma vida da qual se resume em viver para trabalhar e não trabalhar para viver, portanto acho que fiz a escolha perfeita, ou melhor, não tenho a menor dúvida disto, embora tenha deixado no Brasil alguns amigos, muito poucos que optaram por constituir uma família e estão muito felizes agora, digo eu!

Itália, Veneza.


Quando penso que se não tivesse saído do Brasil naquela altura, como seria eu hoje? Certeza que não teria a metade da experiência de vida e não teria sido tão feliz, e quanto ao nível de intelecto, certeza que não teria o nível que acho que tenho. Pode ser presunção da minha parte, mais quando chego ao Brasil, confesso não conseguir mim encaixar muito bem a maneira de ser e pensar de alguns amigos, fico com a impressão que eles pararam no tempo, chegaram a um ponto que não havia mais necessidade de evoluir, e a forma de vida que levavam também não o incentivava muito. Ou seja, a rotina e a falta de objectivos.
Em um país conhecido internacionalmente como subdesenvolvido, em que o povo luta dia a dia para sobreviver e ter o mínimo de qualidade de vida, faz um cidadão pensar no que seria a vida em outro país, em um país considerado primeiro mundo. Terminado o meu 2º grau como todo jovem brasileiro, busco entrar para faculdade. Visando como sempre o sucesso financeiro, a maioria procura a área profissional que prometa dinheiro e sucesso, área profissional da qual damos grande atenção a sua facilidade de arrumar emprego e vir a se tornar um profissional realizado.

Itália, Coliseu Romano


Tudo isso, uma grande ilusão que geralmente se revela, quando se consegue esse objectivo, transformando.se em uma vida cheia de obrigações pressões, stress e muito cansaço físico. Eu como um brasileiro sonhador, buscava um outro tipo de realização, uma realização não só profissional, como também a nível social. Conhecer outros povos, outras culturas e viajar bastante, acreditava fielmente nessa possibilidade.

Com uma grande paixão pela arte, tornavas se bem claro que no Brasil não iria conseguir grandes realizações, não falo em ficar famoso em ter muito dinheiro, não de forma nenhuma, o meu objetivo era poder viver da arte. Aos 17 anos procurei aprender a pintar óleo sobre tela, já possuía uma boa técnica de desenho e aliado a pintura a óleo tinha certeza que obteria bons resultado. Bem quanto ao vestibular a tentativa de entrar para a faculdade não foi muito boa. Dias depois da prova do vestibular sou acordado de manhã cedo pela a minha irmã mais velha, toda feliz com um jornal nas mão, dizendo que eu tinha sido aprovado no e embora bastante sonolento disse para ela mim deixar dormir e não mim incomodar, porque eu tinha certeza que não era possível. Mais depois de muita insistência, E sentir o jornal encostado no meu rosto, cheguei a conclusão que seria melhor acordar e verificar a autenticidade das sua palavras. Fiquei completamente pasmo, pelo fato de ter consciência da péssima prova que havia feito de matemática, mais afinal lá estava o meu nome.

Portugal, Serra da estrela.


É desnecessário dizer que como um bom baiano, fiz uma festa enorme junto com outros colegas que foram aprovado. Haviam amigos meus que rasparam a cabeça para pagar promessas, sem contar aqueles que foram a Igreja de senhor do Bonfim agradecer aos santos. Como disse antes, estamos no Brasil, e passado alguns dias a Universidade federal da Bahia informa, que ocorreu um erro na elaboração da lista de aprovador, bem acho que vocês já viram o resultado final disto. Todos aquelas amigos que foram aprovados inclusive eu, não saímos na lista, ou seja todos reprovados.

Depois dessa desagradável situação perdi mais ainda a credibilidade no meu país. Voltando a parte do meu interesse em aprender a pintar a óleo sobre tela fui a frente com esse objectivo nessa altura como sempre o Brasil estava com sérios problema económicos, mais mesmo assim eu conseguia realizar exposições de arte em varias partes. Na altura era muito fácil conseguir autorização para expor nos Shopping Center. Naquele tempo os Shopping facilitavam bastante permitindo que ocupacemos um espaço do qual geralmente era atribuído as manifestações artísticas, já que havia uma lei qualquer criada pelo governo que facilitava a vida das empresas que patrocinavam as manifestações artística, e eu mim aproveitava bem disto.

Holanda Amsterdam


Ao todo cheguei a fazer uma media de 25 exposições s de arte individuais e participado de algumas colectivas, fui premiado em alguns salões de arte e tive por incrível que pareça a possibilidade de possuir um carro uma moto e um excelente aparelho de som que na altura era produzida pela Gradiente. Oh melhor, recordo-me que esse aparelho foi um negocio que fiz com um amante das artes que adorou o meu trabalho e possuía um bar muito agradável em salvador chamado versos e prosas. Ele queria praticamente todos as minhas pinturas e mim ofereceu o aparelho de som como parte do pagamento. Ok agora vocês imaginem, um jovem com apenas 22 anos após ter conseguido demonstrar a mim mesmo que conseguia sobreviver do meu trabalho no Brasil um pais com sérios problemas de desemprego, como seria em um país de 1º mundo, com uma taxa de desemprego baixíssima  Recordo-me ao assistir os filmes americanos observava a vida o estilo daquelas pessoas embora sabendo que por trás daquelas imagens havia muita fantasia, mais tinha certeza de que se fosse ruim, de forma nenhuma seria pior que o Brasil, portanto a hipótese de eu conseguir triunfar, ou seja viver da arte seria muito maior.

Imaginava passeando pelas aquela s rua magnificas, aquelas roupas típicas de países frios, os casacos de couro que eu achava fantástico, agora imaginem vivendo em Salvador com a temperatura que faz usar um casaco daqueles, impossível. Ou seja viver no estrangeiro era o sonho de todos os jovens naquela altura. Estava ocorrendo uma grande saída de pessoas para o estrangeiro, todos em busca de um sonho.

Holanda, Roterdam


Agora voltando a minha situação, jovem com algum equilíbrio financeiro, ou seja uma moto um carro e um aparelho de som, era muito para um brasileiro naquela altura conseguir tudo isso trabalhando no ramo das artes no Brasil, portanto essas facilidades mim levavam a acreditar que se imigrasse para um pais estrangeiro teria fortes possibilidades de triunfar. Tenho consciência de que se não tivesse saído do Brasil e até hoje vivesse lá, de forma nenhuma ira ter a cabeça que tenho hoje, a vida de um imigrante no estrangeiro, a luta para sobreviver em um pais que não é o seu, faz com que a pessoa amadureça em 1 ano o equivalente a 10 anos no Brasil na casa da mamãe. Ela não gostava da ideia de mim ouvir falar de ir morar fora do Brasil. mais eu estava sempre alertando.a quanto a essa possibilidade, o meu pai não acreditava que eu fosse capaz. achava que eu era mimado demais para conseguir enfrentar a vida sozinho longe do meu país e longe da protecção familiar. É curioso quando temos algo em mente que acreditamos, parece que a natureza conspira para que isso venha a se realizar e foi o que aconteceu comigo.

Conheci uma garota que era bem mais velha do que eu, muito determinada, que falava o tempo todo em realizar o sonho de ir viver nos estados unidos, na altura eu tinha 21 anos e ela 32, pelo menos foi o que mim disse. Era muito inteligente e nos conhecemos em uma exposição de arte que eu estava participando no Museu de Arte da Bahia em Salvador no Largo da Vitoria, já não mim. Como disse a natureza parece que conspira colocando aquela garota na minha vida. Começamos a sonhar juntos em ir para os Estados Unidos. Ela começou a trabalhar comigo nas exposições, ensinei tudo que sabia em termo de organizar exposições, de encontrar um espaço, conseguir patrocinadores para as vernissagens, preparar os convites, e tudo mais. Mais como vocês devem imaginar, as relações nessas idades não costumam durar muito, como era muito comum nas minhas relações anteriores, mais devo confessar que com ela durou muito mais do que era comum, acho que devido a sua cabeça o amadurecimento veio contribuir para isso.

Holanda, os moinhos.


Com o final do relacionamento como é muito comum o resultado não é muito agradável e com uma certa carga de decepção, ela mim fez intender que eu seria sempre o filhinho mimado da mamãe e que nunca seria capaz de deixar a minha família e ir morar no estrangeiro. Confesso que isso contribuiu de forma pesada, e decisiva na minha atitude porque sabia que em parte ela estava certa, eu vivia com os meus pais e levava uma vida com uma certa dependência, embora ganhasse o meu dinheiro com os meus trabalhos. Como disse antes eu já carregava essa necessidade de deixar o Brasil e só bastou a natureza provocar-me com essa situação e eu imediatamente mim pus a prova.

Fiquei um bom tempo sem ter noticias da dela, até que um dia recebi um cartão postal de Washington Estado unidos, finalmente ela tinha realizado o seu sonho e estava morando nos States.

Eu fiquei feliz por ela ter conseguido o que tanto sonhava e sabia que eu também teria que lutar para conseguir o mesmo, caso contrário, iria acabar passando toda a minha vida no Brasil.

Portugal, Serra da Estrela.


Passado pouco tempo vendi tudo que tinha, a moto, o carro, e o meu aparelho de som Gradiente que tanto gostava. Esqueci de dizer também que possuía um equipamento de mergulho que mim rendeu algum dinheiro,. Atenção quando me refiro a moto, carro, vocês devem imaginar que se tratava de verdadeiras maquinas, mais não era bem o caso, tratava se de um carro velho e a moto razoavelmente nova. Portanto não pensem que fiz uma fortuna que iria me dar segurança e facilidades ao chegar no estrangeiro, não foi bem assim.

O dinheiro que eu possuía permitia comprar a passagem ida e volta e sobravam mais mil dolares para eu sobreviver, como a passagem era ida e volta, eu tinha a segurança de que se a coisa ficasse preta, eu apanharia o primeiro voou de volta. A passagem tinha 2 meses de validade para retorna ao Brasil.



Então tirei o passaporte e enviei par o Rio de Janeiro, já que em Salvador não havia consulado americano e o visto tinha que ser pedido no consulado do Rio. passado algum tempo recebo o passaporte com o visto negado. Era muito difícil entrar nos Estados unidos naquela época, como acredito que ainda hoje seja difícil para um jovem brasileiro. Quando se tratava de um jovem, eles sabiam que a possibilidade desse jovem se tornar um imigrante ilegal era grande, pelo fato de ser novo e ter garra para trabalhar e viver nos Estados Unido. Para um jovem conseguir o visto tinha que provar ao consulado americano que havia razões de sobra para retornar ao Brasil. ou seja, era necessário ter um bom emprego e uma vida profissionalmente equilibrada. Bem, com relação ao bom emprego, embora para mim fosse, mais para eles não, eu tinha tudo para ser um imigrante ilegal, na altura não revelei que era artista plástico, se o tivesse feito teria piorado mais ainda a situação.

Portugal, Serra da estrela.


O visto que o consulado dava era apenas turístico, ou seja, todo turista volta sempre ao seu país e provavelmente isso não aconteceria comigo. Visto de trabalho era completamente impossível. Resultado, fiquei com um passport com visto negado, e tive que reformular o meu projecto.

Não pensem que desanimei, decidi mudar de planos e apontei para Europa. Eu tinha um grande mapa, um atlas, que mantinha no meu guarda roupa, tinha sempre o habito de apanha-lo abria-lo em cima da mesa e ficava visitando o mundo através dele, acho que deve haver muita gente com esse hábito, ou melhor, havia, porque hoje em dia com a Internet já é possível fazer isso com muito mais realismo,. Naquela altura não havia Internet e nem os computadores eram tão acessíveis como são hoje., era tudo mais complicado, mais mesmo assim foi curtido, ficava horas olhando aquele mapa e criando trajectos de viagem.

Holanda, Amsterdam em miniatura.


Pois é, a Europa passou a ser o meu destino. Mais havia um problema do qual me fazia pensar um pouco, que era a língua. Tinha alguma noção do inglês, muito pouco, mais era capaz de formar algumas frases que aprendi devido a um curso de inglês que fiz através de uma colecção de livros e fitas cassete que adquiri na altura. Cheguei a uma conclusão muito mais simples, escolhi Portugal para ser o meu país de destino, por se tratar de um país que fala o mesmo idioma, e sabia que depois de mim adaptar aos hábitos de um pais europeu, ficaria bem mais fácil viajar para o resto da Europa, e Portugal serviria de porta de entrada para os outros países.

Próximo a minha casa havia e há um grande Shopping Center, e eu passei a ir la quase todos os dias´visitar uma livraria que possibilitava ler-mos os livro confortavelmente sem ser necessário compra-los, como já é muito comum hoje em dia, Tinha uma sala grande, com cadeiras e sofás, e eu passava horas lá estudando e mim informando de tudo relativo a Portugal e Europa. Ficava fascinado com a França, Paris era um local de sonho, já que representava o berço das arte mundiais, e eu acreditava que conseguiria sobreviver lá sem problemas. Uma coisa tenho que afirmar, eu era muito ingénuo, quando escolhi ir para Portugal, os seja, para Europa escolhi o pior período do ano, finais de Fevereiro uma altura do ano em que a temperatura costuma ser muito baixa. Não mim passou pela cabeça que o inverno Europeu nessa altura fosse tão rigoroso. mais para um baianinho criado em beira de praia, que nunca soube o que era frio, viajar para um país justamente nesse período, mim fez descobrir que o inferno afinal era frio.

Bem, finalmente chegou o dia em que comprei a passagem, era para Lisboa, foi pela companhia air América, curioso o continente que eu pretendia conhecer no inicio e que mim foi negado o visto.

Os amigos mim perguntavam, e ai, o que você vai fazer quando chegar la? qual é o seu plano? Eu praticamente não tinha plano nenhum, e evitava pensar muito nestas coisas, acreditava que se começasse a mim interrogar, ia ser pior, porque acabaria por realizar uma a viagem sobre uma pressão maior, então a melhor maneira era não pensar. Não é que houvesse a hipótese de desistir, não, de jeito nenhum, eu estava mesmo decidido, era algo no meu intimo, mim impulsionava, algo profundo, uma voz que dizia vai, não pense, mesmo tendo em volta toda a pressão e dúvidas de quem vai para um mundo totalmente desconhecido, com hábitos totalmente diferentes, eu encarnava um personagem meio suicida, disposto a encarar o que aparecesse, e acreditem apareceu muita coisa. A noite quando eu ia dormir e já tinha a passagem comigo, passava um bom tempo olhando para ela e sabendo que os dias estavam passando e em breve eu teria que usa-la, era fantástico, depois de estar na cama, e quando começava a aparecer as perguntas em minha mente, eu simplesmente evitava pensar.

Espanha, Madrid


Uma coisa eu tinha certeza, era o meu único plano, imaginava ao chegar em Lisboa só depois de esta no aeroporto é que iria mim entregar aos pensamento e deixar o extinto me conduzir.

Acho que uma pessoa para se enfiar numa aventura dessa, tem que ter um enorme senso de aventura, eu simplesmente não tinha ninguém que esperasse por mim em Lisboa, nem se quer no Brasil não havia nenhum amigo que pudesse mim dar uma força para que eu enfrentasse essa hipotética loucura com mais tranquilidade, muito pelo contrário, o que eles diziam era, você tá louco cara! você vai morrer lá longe da sua família! Engraçado que isso ao invés de mim assustar, até dava mais adrenalina, eu acho que eu era mesmo doido, hoje quando mim imagino naquela situação, sem conhecimento nenhum, um garoto que sempre viveu sobre a protecção dos pais, não sabia fazer nada, nunca tinha lavado uma roupa, nunca tinha feito nem se quer um café, não sabia se quer dobrar uma roupa, e estava mim atirando em um mundo totalmente desconhecido do qual iria mim exigir muita coisa que eu não sabia, e olha que exigiu! Foi de doido.

Finalmente chegou o dia da viagem, era um mês de Fevereiro, ou seja estava a minha espera um frio de lascar em Portugal, e eu nem fazia ideia do que mim esperava, acho que naquela altura eu acreditava que depois de Dezembro e Janeiro o tempo não seria assim tão frio, já que costumava ler nas revistas e nos livros do shopping, que Portugal não era um país com temperaturas muito baixas no inverno, em relação ao resto da Europa, mais para um baiano era muito frio.

Madrid.


A minha mãe ficou muito triste com a minha viagem, não queria que eu fosse, evidente uma mãe nunca que o seu único filho homem tão longe de casa, mais ela admirava a minha coragem e dava-me força mesmo sofrendo com a minha ausência. O curioso é que as pessoas geralmente quando se sentem só, entram em estado melancólico, em estado de auto comiseração que só serve para piorar mais ainda a situação, considerando-se uma pessoa infeliz e magoada pela vida. Eu não, era o contrário, ao deixar o Brasil e entrar naquele avião, realmente me sentia só, sabia que dependia de mim mesmo, iria atravessar o atlântico pela primeira vez, iria está longe da minha família pela 1ª vez, e sabia que se acontecesse algo de mal, a hipótese de socorro por parte da família seria impossível pelo fato de mim encontrar do outro lado do mundo, não é o mesmo que está numa cidade qualquer do Brasil, portanto essa situação toda imposta a minha pessoa, ao invés de me enfraquecer, funcionava de forma contrária, mim sentia como um filhote de leão que passa o tempo necessário ao lado da sua mãe, que lhe dar toda protecção, mais ao mesmo tempo o ensina a caçar para sobreviver e finalmente chega o dia em que ele tem que seguir a sua vida enfrentado todas as adversidades sozinho. Eu estava disposto, disse para mim mesmo, é para ser assim, assim será, ou você vence essa batalha ou volta para o Brasil de cabeça baixa. Mas não ia ser assim tão fácil acontecer. Justamente na altura que estava para deixar o Brasil, a televisão noticiava actos de violência contra imigrantes turcos na Alemanha e que levou a morte de uma das vitimas. Vocês imaginem para um garoto de 22 anos que nunca soube o que era discriminação, nunca presenciou situação semelhante, estava indo para um continente em que actos dessa natureza eram comuns. No Brasil a discriminação é mais social do que racial, mais na Europa é diferente, quando se trata de xenofobismo, eles são imbatíveis, há de tudo, coisas positivas e coisa negativas, e quando são negativas ao ponto extremo, assusta qualquer pessoa que nunca presenciou cenas dessa natureza. Lisboa tô chegando.

Espanha, Madrid


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sábado, 24 de abril de 2010

15º Parte. A historia de um brasileiro imigrante na Europa

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Todos os anos em Portugal e Europa há enormes concentrações de motos, um ambiente de muita alegria e doideiras e eu estava curtindo muito essa nova vida. Essa paixão pelas motos já era antiga, mesmo antes de deixar o Brasil. Houve um período em que comprava e revendia motos mais eram todas de baixa cilindrada e da categoria cross todo terreno, muito diferente das que passei a utilizar aqui na Europa. As motos de altas cilindradas no Brasil eram muito caras e eu não tinha hipótese de fazer um investimento tão alto, enquanto aqui conseguia ganhar o bastante para manter determinados luxos. Conheci um brasileiro que era o Arnaldo, era imigrante vindo do sul do Brasil, que também se lançou nessas aventuras, comprou uma moto e saiamos acelerando estrada a fora em busca de aventuras e festas. Há em Portugal uma das consideradas maiores concentrações de motards da Europa, é realizada na ilha de Faro todos os anos no período de Julho, descem motards de toda parte da Europa, muitos vem mesmo de motos, aqueles mais aventureiros, outros vem de avião e despacham as motos por comboio ou avião, esses costumamos dizer que são imitações de motards.



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Nessa concentração encontra-se pessoas, ou melhor, motads de todas as idades, desde os 10 aos 100 anos, é um ambiente de total descontracção. É agradável ver aquelas senhoras com os seu 50 a 60 anos todas tatuadas em cima de grandes motões deixando bem claro nas suas tatuagens e maneira de ser, que tiveram uma juventude carregada de emoções e alegrias e que mesmo depois de se encontrar com uma idade avançada não perderam essa necessidade de ser feliz.

Mais atenção, essas pessoas que me refiro na maioria dos casos são estrangeiras, inglesas, alemães, holandesas. As portuguesas não são assim tão aventureiras, quando muito encontram-se em casa fazendo croché, ou nos cafés falando da vida dos outros e trocando receitas de remédios para as suas intermináveis doenças. Mais as estrangeiras curtem a vida e motos como se tivessem 18 anos. Um ambiente que só estando lá para perceber bem o que quero dizer.
São 4 dias de festas com concertos e grandes bandas que são convidadas para tocar, temos toda a espécie de atracções dentro do recinto, enormes feiras vendendo tudo que há de equipamentos para motards, é um verdadeiro mar de tendas montadas de todas as cores e nacionalidades, quando chegamos na quinta ainda está tudo muito vazio por se tratar do 1º dia e ai conseguimos montar a nossa tenda sem problemas, mais quando chega o sábado é muito comum passamos um bom tempo
tentando encontrar as nossas tendas naquele mundo de tendas e motos por todo lado. A noite os concertos vão a noite dentro com muitas bebedeiras e festas, a poeira criada no ar pelas potentes motos nos cobre por completo chegando ao ponto de não mais incomodar e já fazer parte da pele, é de louco aquela festa, depois ainda temos a praia de Faro que também fica completamente lotada de motos e turistas disputando mesas nos bares e espaços na praia para apanhar um bronze. A temperatura costuma ser quente nessa altura e faz-nos lembrar o nosso país.



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Se você nunca teve a sorte nem a oportunidade de ir a um lugar desse, experiente, certeza que vai se apaixonar com esse ambiente, torna-se banal situações que embora perigosa mais é feita com a maior naturalidade por nós motards dentro de uma determinada e hipotética segurança e experiência que é voar acima dos 300km/h em cima dessas maquinas, evidentemente infringindo todas as regras de transito existentes nas auto estradas, mais quem não o faz?
Revolta-me aqueles moralistas recalcados que condenam aqueles que excedem o limita de velocidade e compram carros potentes e caros deixando entender que é para manter os 120km/h permitidos nas auto estradas. Pura mentira. Acredito que mais de 90/% dessas pessoas em Portugal que possuem os seus potentes automóveis que na maioria das vezes é para alimentar uma disputa de vaidade com os seus vizinhos, não respeitam os limites estabelecidos e são esses que condenarem os motards quando passamos voando em cima das nossas paixões e fazemos os automóveis deles que custaram tão caro parecerem carroças.
Se é para cumprir os limites de velocidade estabelecido deveria sim o próprio governo deixar de hipocrisia e falsidades e proibir a venda de motos e automóveis velozes e esses mesmos carros e motos saíssem das fabricas com as suas prestações em termo de velocidade, controladas e limitadas. Resultado, muitos não se interessariam mais em comprar carros e motos caras quando as mesmas iriam ter o mesmo desempenho de um simples carocha, sendo assim não geraria receitas e não interessaria a esses governos hipócritas, portanto não o fazem. É como permitir a venda de drogas para aumentar as receitas do estado e querer obrigar as pessoas a usarem só o que eles estabelecem. É uma sociedade de fingidos e hipócritas, pois se permitem que vendam motos que passam dos 300 km/h para aumentarem as receitas e ganharem mais com os impostos de circulação que são mais caros que muitos carros, então aguentem com o barulho das nossas meninas quando passamos por vocês criando um vácuo que abana até as vossas consciências.
Eu e o Arnaldo passamos momentos simplesmente loucos nessas aventuras, conhecíamos motads com imenso senso de aventura. É um ambiente muito fácil de fazer amigos, recordo-me uma vez estávamos parados em um semáforo e de repente para ao nosso lado um motard com a sua maquina, a partir desse momento só bastou um elogio a moto do outro para que surgisse um convite para tomarmos um copo e de repente dair surgiu uma nova amizade.
É um meio muito unido, é impossível um motard ficar muito tempo parado com a sua moto na estrada sem parar outros perguntando se está tudo em ordem, é uma verdadeira legião de amantes das 2 rodas, como diz a letra da música do AC DC Highway to hell:
“ Estou na auto-estrada para o inferno
Sem sinais de "pare", limites de velocidade
Ninguém vai me fazer reduzir a velocidade
Como uma roda, vou rodar
Ninguém mais vai mexer comigo
Ei Satã, paguei meus pecados
Tocando em uma banda de rock
Ei mamãe, olhe para mim
Estou no caminho para a terra prometida.”
Quem não conhece essa música só basta ir a uma concentração de motards.
É um ambiente mágico de muita animação e companheirismo ao contrário de que muitos pensam ao atribuir a esses encontros muita droga e actos de vandalismo, não, não é assim, há pessoas de todas as classes sociais que buscam se divertir nesse mundo dos motards.
Passei a morar praticamente no centro da cidade mais
essa proximidade não mim proibia de andar de motos todos os dias. Acabei por comprar uma das motos consideradas na altura como a mais potente moto de serie já construída, era uma Kawasaki Ninja zx12r, um verdadeiro míssil que ultrapassava os 300km/h com uma facilidade enorme.
Passei a fazer muitos amigos em Coimbra principalmente um casal de artesãos que já trabalhavam a muitos anos no centro de Coimbra. O Rapaz era egipicio chamava-se Mamede, lembra dos problemas que tive com os arábes anteriormente, essas lembranças negativas mim levou durante algum tempo a evitar manter relação com os egípcio, foi uma experiência muito negativa que aqueles arábes tinha plantado em mim, desenvolvendo um certo preconceito com as pessoas oriundas desses países.
Mais felizmente esse egipicio não tinha nada a ver com aqueles arábes da rua de Cascais, era uma pessoa estrema-mente amiga e capaz de correr o risco de se prejudicar com o intuito de ajudar uma pessoa. Foi uma relação de amizade que foi se construindo aos poucos. A mulher dele era a Dores, uma pessoa muito prestativo e sensível e também disponível para ajudar as pessoas, isso era uma caracteristica típica da família a qual tinha uma filha chamada Soraya da qual criamos um laço de amizade muito forte, estava sempre disponível para mim ajudar nas minhas invenções e projectos malucos que criava para ganhar dinheiro.
Trabalhávamos todos na rua principal de Coimbra a Ferreira Borges. O Mamede era uma pessoa muito aventureira, tinha imigrado para Portugal e na altura que chegou começou a trabalhar na venda de artesanatos vindo depois a comprar uma carrinha e sair participando de feiras por várias cidades portuguesas e também fora do país acompanhado sempre das Dores.



Levava uma vida de trabalho e aventuras assim como eu, com a diferença que constituiu família e se acomodou em Coimbra montando todos os dias a sua banca que se localizava exactamente a frente da sua casa. Todos tínhamos um trabalho tranquilo e divertido, isso é, se podemos chamar isso de trabalho porque para mim sempre foi uma diversão, há pessoas que gostam de feriados e fim de semanas para poder descansar e se divertir um pouco, comigo era ao contrário eu descansava e mim divertia todos os dias, portanto para mim não fazia diferença se era fim de semana, feriado ou qualquer coisa que fosse.

Marrocos
Como vocês já mim conhessem sabe da minha atracão para viagens e aventuras e conhecer o Mamede foi como juntar a fome e a necessidade de comer.
Um dia estávamos conversando quando no meio da conversa entrou Marrocos, ele dizia que era um excelente local para comprar artesanato para vender, que os preços lá eram muito baratos. Embora não fosse o meu objectivo comprar artesanato mais era conhecer Marrocos e mim divertir mais um pouco e ele também, portanto perguntei a ele porque não apanhávamos a estrada em direcção a Marrocos. O Mamede não levava muito tempo a decidir alguma coisa e de imediato disse, boa ideia, quando saímos?

Marcamos a viagem para um dia da semana que era exactamente 1º de Abril, portanto quando falávamos que íamos para Marrocos nesse dia os amigos achavam que era uma brincadeira, que não íamos a lado nenhum.
Mais na verdade quando foi o dia 1 de Abril nos encontramos todos na rua Ferreira borges para por as bagagens no carro e seguirmos viaje. Como as mulheres são meio enroladas no sentido de estarem prontas para sair, eu achava que iríamos ter que esperar pela Soraya já que era de praxe demorar sempre para estar pronta, uma caracteristica tipica das mulheres, mais afinal não, estávamos todos prontos quando de repente mim dei conta de que não estava com o meu passaporte e para entrar em Marrocos era necessário, resultado eu é que acabei atrasando toda a viagem.
Corri até em casa em busca do passaporte não conseguia encontrar, revirei tudo e estava começando a ficar passado com a situação, finalmente o Mamede teve a feliz ideia de irmos a garagem para ver se por acaso eu não havia deixado por lá, e foi o que fizemos. Chegando a garagem começamos a vasculha-la e finalmente lá estava o passaport e de imediato nos enfiamos no carro e Marrocos ai vamos nós!
Decidimos ir com a carrinha do Mamede que era mais espaçosa e não tinha na bagageira ocupada pelo o enorme tanque de gás que era caso da minha. Partimos em direcção ao Algarve, Faro onde pretendíamos parar para almoçar antes de seguirmos viagem. Até Faro iríamos cumprir cerca de 500 quilometro. Do Algarve a Marrocos seria bem mais próximo, chegando em Tarifa na Espanha só bastava apanharmos o barco para atravessar o estreito de Gibraltar.
Ao chegarmos a Tarifa já não havia barcos para Ceuta, que é um conclave pertencente a Espanha que já se encontra em África e faz fronteira com Marrocos. Sendo assim teríamos que ir para Algeciras que ficava mais um pouco a norte na qual fomos informados que seria mais fácil e prático apanharmos o Ferry boat nessa cidade.
Ao chegarmos em Algecira já não havia barcos para Ceuta nesse dia portanto teríamos que nos instalar em uma pensão local para no outro dia embarcarmos para Ceuta.
Nos estalamos em uma pensão que fica próximo ao porto onde deveríamos embarcar, só não tínhamos dado conta direito do nível da pensão que havia nos instalados, embora parecesse uma pensão familiar, limpa e bem organizada, mais pelo visto era a pensão das prostitutas locais, porque durante a noite tentávamos dormir com os típicos sons criados pelas profissionais no exercer de suas funções, aquilo era sacanagem a noite toda e riamos muito com toda aquela maluquisse.
No outro dia nos dirigimos para o porto e apanhamos o ferry para Ceuta. Foi uma travessia meio esquisita, eu já estava mais ou menos habituado a andar de ferry boats no Brasil, porque costumava sempre ir a uma ilha paradisíaca chamada Itaparica, próximo a Salvador passar os fins de semanas só que o mar não era assim tão agitado, ao contrário do estreito de Gibraltar encontro entre o oceano atlântico e o mediterrâneo era um verdadeiro inferno nesse dia e o ferry agitava muito causando varias situações de enjoous e vómitos em muita gente, não cheguei a esse ponto mail confesso que o meu estômago parecia dar voltas na barriga. Bem mais finalmente chegamos a Ceuta.
Uma cidade comum pertencente a Espanha em que não se via muitos sinais da cultura Marroquina que se encontrava tão próximo. Há um controle fortíssimo para a entrada dos marroquinos na Europa, e Ceuta era o ponto principal passando assim por um forte controlo alfandegá-rio.
Depois de descermos em Ceuta seguimos em direcção a fronteira com Marrocos. Quando lá chegamos a sensação que tínhamos era que havia um click imediato de cultura económica europeia para 3º mundo, mais era de forma mesmo marcante. Enquanto estávamos na fronteira observava há um 200 metros a frente o movimento de pessoas subindo e descendo uma montanha carregando sacos nas costas, puxando animais, burros, cabras era uma visão mesmo de feira em um país subdesenvolvido.
Essas pessoas costumavam ir para a fronteira para procurar trabalhar na venda de artigos e alimentos para os turistas. Era curioso no meio daquela montanha o contraste que criava daquelas pessoas com aquelas roupas grande e coloridas se locomovendo por uma área que aparentemente não havia nada a não ser deserto, e desapareciam naquele areal como se vivessem debaixo da areia. Uma cultura curiosíssima, costumes e hábitos completamente diferentes do europeu e no entanto tão próximo.

Já para conseguir o visto na fronteira foi bastante complicado, eles aparecem com uma serie de actos burocráticos que só se resume em sacar o máximo de dinheiro possível do visitante, sem contar com os despachantes a procura de fazer o mesmo. Por fim conseguimos entrar e começamos a viagem pelo interior de Marrocos, as estradas eram simplesmente terríveis, se é possível chamar aquilo de estradas, o terreno em grande parte era de terra batida e aqueles que não eram, era preferível que fosse assim não teríamos tantas surpresas com as crateras que apareciam de repente.
Conduzir todo o tempo dentro de Marrocos, haviam locais em que se errássemos a estrada encontrávamos a nossa espera um despenhadeiro e portanto não confiava deixar o Mamede conduzir o carro com receio que ele se distraísse por algum momento e assim ele poderia ficar a vontade para tentar descobrir através do mapa a nossa localização, coisa que não era fácil já que parecia que o mapa que tínhamos era de outro país era impossível se orientar com ele pelo facto de não haver sinalização praticamente nenhuma e as que apareciam pareciam ter sido da época dos dinossauros, indecifraveis.
Enquanto andávamos perdidos pelas aquelas montanhas no interior de Marrocos podíamos admirar a beleza natural daquele país, a paisagem era simplesmente magnifica, as montanhas que surgiam uma longa distancia possuíam cores variadas era impressionante, desde ao castanho ao amarelo, violeta era um verdadeiro capricho da natureza que com o seu pincel natural brincava com aquela paisagem criando tons e efeitos visuais simplesmente fantásticos. O interior de Marrocos vale apenas se perder por lá, pelo menos por alguns instantes nos sentimos em sintonia com a natureza.
Escolhemos um trajecto muito complicado em direcção a Fes que era o nosso objectivo inicial. Fes ou Fez é a 3ºmaior cidade de Marrocos depois de Casa blanca e Rabat. É composto por três partes distintas, Fes el Bali (a murada, a cidade velha), Fes-Jdid (Fes nova casa do Mellah ) e Nouvelle Ville (os franceses criaram o mais novo ponto de Fes). Na altura estava passando uma novela brasileira em Portugal em que foi filmada nessa cidade portanto estávamos curiosos para visita-la já que na novela mostravam cenas muitos bonitas da cidade e muito pitorescas.
Estava já dirigindo a horas no meio de montanhas e areais que parecia não ir a lugar nenhum, estava com uma fome enorme, não via a hora de encontrar um restaurante e devorar tudo que tivessem, mais naquele local parecia não haver nada. Recordo-me de alguns ditos restaurantes que passamos logo quando entramos em Marrocos depois que passamos por Tetouan, aquilo podia se chamar de tudo, menos restaurantes. Ao passar eu olhava para o interior dos ditos restaurantes fazendo um rápido rastreio do interior para conhecer um pouco da decoração e produtos oferecido e o que conseguia ver na maioria das vezes eram balcões e prateleiras completamente vazios sendo decorado com meia dúzia de garrafas de coca cola solitárias no meio do nada, não entendia bem o que e como eles faziam negócios quando não havia nada a oferecer.
Depois de umas boas horas naquele fim de mundo finalmente detecto há alguns metros um restaurante perdido no meu do nada e pensei comigo, custe o que custar o almoço estou disposto a pagar, com a fome que eu estava o preço já não me preocupava nem um pouco precisava era comer imediatamente. Tenho uma caracteristica que quem me conhece sabe, quando estou com fome fico simplesmente insuportável enquanto não sacia-la fico mesmo chato. Portanto aquela visão de um restaurante no meio daquele deserto era simplesmente um alivio.
Ao chegarmos ao restaurante o interior era como o descrito anteriormente, não havia nada lá dentro, o típico cheiro de comida que é comum em ambientes como esse era simplesmente inexistente. O que tínhamos eram 4 marroquinos que nos olhavam e carregavam nos olhos a ideia de que iriam procurar ganhar o dia com aqueles turistas perdidos naquela área e portanto eu já estava preparado para ser explorado ao máximo mais como disse antes não estava muito preocupado com isso, só queria era comer o mais rápido possível antes que tivesse um pirepaque.
Perguntamos o que havia para comer, ou melhor, o Mamede que falava árabe perguntou e pelo que entendi era alguma coisa que levava carne e como era comestível acredito eu, podia descer de imediato. Descer de imediato é que não era possível, pelo que pude perceber, depois de efectuarmos o pedido um dos rapazes saiu e foi a procura de um talho ou coisa parecida para comprar a carne, no restaurante não havia nada, como disse antes, só havia espaço.
Antes resolvemos evidentemente tomar conhecimento do preço do almoço, eu estava certo depois de presenciar os marroquinos olharem um para o outro que iriam explorar ao máximo tirando proveito do fato de sermos turistas perdidos naquele fim de mundo.
Após alguns segundos de silencio e falarem uma língua bem esquisita entre eles, disseram-nos o preço. Eu com a fome que estava seria capaz de pagar até 30 euros por o almoço mesmo sabendo que era um valor absurdo para um pais como Marrocos, um valor extremamente alto, mais era capaz de permitir esse roubo para poder matar a fome.
Quando nos disse o preço, com o roubo incluído, o valor era 5 euros, ou seja uma micharia que acreditavam eles que era o bastante. De imediato disse para trazer o almoço que o preço estava em conta. A Partir desse momento cheguei a conclusão que iríamos ter umas boas ferias em Marrocos gastando bem pouco dinheiro.
Finalmente o rapaz chegou do talho e prepararam o almoço que por sinal estava fantástico, um sabor formidável, sem levar em conta o nível de higiene daquele lugar onde agua parecia ser coisa rara, mais o melhor era não pensar muito nisso.
Depois do almoço pagamos a conta o Mamede resolveu comprar um maço de cigarro deixando o rapaz meio insatisfeito pelo fato do Mamede querer o maço inteiro e eles ganhavam dinheiro só vendendo os cigarros a unidade e não era comum naquela área comprarem o maço inteiro, mais depois demos uma boa gorjeta e eles ficaram felizes da vida.
Apanhamos de novo a estrada, ou melhor, o que parecia ser uma estrada e seguimos viagem. Finalmente chegamos a Fes, uma cidade muito bonita, dentro do conceito árabe evidentemente, havia muita pobreza mais também muitos turistas e uma cultura interessante e cheias de curiosidades.
Ao chegarmos a cidade procuramos encontrar o local onde se concentrava as lojas e as famosas Medinas mais ficamos totalmente perdidos em um bairro que mais parecia um labirinto, andamos um bom tempo pela aquelas ruas estreitas e praticamente todas iguais e nunca chegávamos a lado nenhum. Finalmente encontramos uns rapazes conversando e perguntamos como poderíamos ir até a zona das lojas e Medinas. O rapaz se prontificou de imediato a nos levar até as Medinas ficando eu o tempo todo em estado de alerta derivado a fama negativa que é atribuída aos Marroquinos no ocidente fama essa que se desfez por completo passado algum tempo, principalmente depois de chegarmos as Medinas.
O rapaz nos acompanhou todo o tempo servindo-se de guia turístico e sabíamos que depois teríamos que compensa-lo com algum dinheiro mais com a experiência do restaurante sabíamos que não seria muito.
Estivemos em uma loja para comprar algumas bijuterias para vender em Coimbra, o mais curioso é que o rapaz que se encontrava na loja pediu licença e saiu para e buscar menta para fazer chá para nós, um habito comum por parte deles pelo que concluir depois, e nos deixou completamente sozinhos dentro da loja dando-nos total confiança.
Conclui que o preconceito e a desconfiança por parte dos europeus a essa gente seja totalmente injustificavel e que é muito mais provável haver roubos na Europa do que em Marrocos mesmo porque o resultado de um acto dessa natureza nesse país possa levar ao infeliz assaltante ter as mão amputadas como forma de punição.
Depois de terminarmos as compras lá estava eu de novo com uma fome enorme e só queria encontrar um outro restaurante. Mais naquela Medina era impossível imaginar almoçar por ali derivado ao mau cheiro constante das peles que eram transportadas pelos burros por entre aquelas estreitas Medinas, e tínhamos que está constantemente em alerta pelo facto de que quando passavam eram rápidos e não estavam muito preocupados com as pessoas que lá se encontravam portanto tínhamos que ter cuidado para não ser atropelado por um burro transportando peles recens tiradas dos animais, peles essas que eram utilizadas para fazer os famosos casacos marroquinos e a área em que era efectuada a curtição da pele se encontrava justamente no centro das medinas portanto aquela área tinha um cheiro mesmo desagradável mais com o passar do tempo o nosso olfato acaba por se habituar e já não damos conta.
Procuramos deixar as medinas para procurar um restaurante, no caminho vi o que chamamos no Brasil de televisão de cachorro que é aquelas maquinas que assam frangos que ficam rodando dentro de uma caixa em que a porta é de vidro possibilitando ver os frangos sendo preparados. Fiquei morrendo de vontade de devorar um fraguito daqueles inteiro mais o cheiro das peles eram muito forte e dona dores não estava disposta a comer ali, sinceramente com a fome que eu estava comia ali mesmo.
Encontramos um restaurante em condições fora das medinas e eu a primeira coisa que pedi foi uma boa garrafa de vinho para acompanhar o almoço, eu estava com uma saudade enorme de um bom vinho e pensei que conseguiria naquele restaurante pelo fato de ser turístico.
Impossível disse o garçom, álcool em Marrocos é proibido por ir contra as leis islâmicas ou seja contra o Alcorão o livro sagrado dos muçulmanos, ou seja, tô frito! O único jeito foi me contentar com uma coca cola.
No outro dia fomos para Rabat a capital de Marrocos.
Como em outras capitais no mundo, o povo é menos receptivo e atencioso, menos simpático, mais apressado, impessoal. Todas as cidades marroquinas têm sua cor própria nas construções, que a personaliza e identifica: Marrakech é a cidade vermelha, Meknés é verde; Fez é amarela. Rabat, a cidade branca do litoral do Oceano Atlântico
Em Rabat os principais pontos turísticos são a Torre Hassan, o Palácio Real, a Mesquita Real, o Chellah, o Portão de Oudaïa, a Kasbah des Oudaïas, o Mausoléu de Mohamed V e a Medina.
Uma das partes mais memoráveis de Chellah é o seu portão, com 800 anos, de arquitetura merenida.
Tivemos uma passagem muito rápida por Rabat. Uma situação que mim impressionou foi com relação a mulher marroquina ou muçulmana. Embora a religião seja extremamente fundamentalista com relação as mulheres proibindo-as de muitos comportamentos tão comuns no ocidente relativo a sua liberdade em relação com os homens, as marroquinas demonstraram serem bem mais receptivas e abertas que as portuguesas no que se refere aos homens mesmo tendo por trás de si a religião e todas as suas tradições. Mesmo utilizando os famosos véus quando cruzava com elas nas ruas simplesmente olhavam nos olhos como se estivessem mergulhando em nosso cérebro demonstrando uma total a vontade para nos aproximarmos e isso mim deixou muito curioso e que vontade de ficar mais tempo em Marrocos.
Me recordo de estarmos em uma praça do centro da cidade e haver um típico vendedor de algo que não percebi de imediato. Consistia em um homem trajando uma indumentaria típica, com muita decoração e apetrechos. Veio em minha direcção e resolvi participar. Ele me deu um copo e colocou algo lá para dentro, era um liquido amarelo com um sabor esquisito que depois de bebe-lo perguntei do que se tratava. Pensei que se tratava de um chá típico da região, como é muito comum estarem constantemente bebendo chá dai veio o meu raciocínio.
Fiquei surpreso e ligeiramente assustado quando ele me disse do que se tratava. Era agua! Com aquela cor e aquele gosto esquisito fiquei imaginando onde ele teria ido buscar aquilo que chamava de agua. A partir desse momento aprendi que agua em Marrocos só em garrafa e de preferência importada.
Deixamos Rabat ainda com um enorme vontade de irmos para Casa Blanca e Marraquech mais já estávamos a uma semana fora e achamos que era momento de retorna. Deixaríamos Casa Blanca e Marraquech para a próxima viagem que tudo indicaria que seria em breve.
Chegamos a Coimbra, foi uma viagem tranquila embora chegamos um pouco cansados mais era natural depois de tantas horas de viagem.

Fico por aqui, quem sabe volto a escrever os próximos capitulos que espero que sejam formidáveis. Agradeço a atenção de vocês e peço que visitem o meu site http://www.anildo-motta.com/ e o meu blog http://www.anildomotta.blogspot.com/  Obrigado, até a próxima!


                                                        Fim

quinta-feira, 18 de março de 2010

Parte 14º. A historia de um imigrante brasileiro baiano na Europa. Anildo Motta

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Coimbra

Pela manhã ao acordar resolvi sai para tomar o café da manhã e conhecer a cidade dos doutores a qual na minha época de estudante já tinha ouvido falar.
È uma cidade muito bonita, com as suas ruas estreitas, pátios, escadinhas, arcos medievais e as suas famosas Universidades, é banhada pelo rio Mondego do qual nos fins de semana podemos depois de nos associarmos ao clube local, alugar uma canoa e navegar pelo rio contemplando a beleza da cidade.

Podemos passear também no famoso barco que veio de França construído exclusivamente para navegar nas águas do Mondego o famoso bazófia.

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Depois de passar pela a rua principal a Ferreira Borges onde se concentra uma grande quantidade de bancos, lojas e esplanadas deduzi que seria um bom lugar para procurar ganhar algum dinheiro antes de voltar para Lisboa. Havia uma grande esplanada de um café e resolvi nesse dia trazer o meu material e expor enfrente a mesma.

Fui a pensão apanhei o meu cavalete e retratos já realizados de figuras celebres do cinema americano para expor e usar como mostras para as pessoas poderem avaliar a qualidade do trabalho como fiz na Ilha do Açores. Coloquei os quadros e passado pouco tempo começou a parar pessoas e fazerem perguntas quanto ao preço dos retratos. O resultado foi que nesse dia acabei recebendo varias encomendas e cheguei a conclusão que ficaria mais algum tempo até cansar da cidade.

Estava gostando do ambiente, era semelhante a Braga, uma cidade calma e sem muita agitação, a cerca de 40 quilómetros havia uma cidade praiana chamada Figueira da Foz da qual eu estava pronto para visita-la no fim de semana depois que preparasse as encomendas que mim foram feitas. O detalhe é que a medida que ia fazendo ia entrando mais até que acabei de chegar a conclusão que iria ficar mais tempo.

Um dia estava trabalhando quando se aproximou uma garota querendo saber o preço dos retratos o nome dela era Paula, uma menina bonita, educada e bem sorridente, fiquei encantado com a maneira simples e alegre daquela menina e de imediato procurei criar um ambiente mais aberto e amigo. Ela queria fazer o retratos do namorado e eu sugeri que trouxesse a fotografia dele e eu teria o prazer de fazer-la, embora o prazer seria bem maior se fosse o retrato dela, já que era uma menina muito bonita e para mim seria mais prazeroso desenhar. Ela sorriu da minha maneira de ser e se despediu ficando de no outro dia trazer a fotografia.

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Coimbra

Passado um tempo apareceu com a foto e eu de imediato deixei claro que estava curioso que ela aparecesse, mais não pela foto e sim para pode ve-la novamente.

Bem, não vou aqui começar a descrever de maneira minuciosa todo o ritual que mais tarde nos levou a ficar juntos, seria desnecessário, mais o importante é que embora ela tivesse um namorado, as coisas não andavam muito bem e ela não estava nada satisfeita com o relacionamento, era um namoro longo e antigo que já tinha se transformado mais em uma rotina, um hábito, do que um sentimento mais profundo, o que passado um tempo acabaram por se separarem e foi a partir dai que começamos a namorar.

Ela tinha uma mentalidade bem madura para a idade e gostava muito de se divertir e a minha maneira típica de um brasileiro alegre e brincalhão fazia com que tivéssemos muito em comum. Começamos o nosso namoro sem problemas nem empercilhos até que um dia a família dela ficou sabendo do nosso relacionamento e pelo visto entrou em um verdadeiro desespero e declarou estado de guerra contra a minha pessoa. O rapaz que ela namorava antes era um estudante universitário, estava terminando o curso e seria um futuro engenheiro, o que era para a família da Paula o casamento ideal, não um imigrante brasileiro artista que fazia retratos na rua. Ou seja, aquela velha historia que eu já havia passado por diversas vezes resultado da ignorância e discriminação que assola essa sociedade tão atrasada e desprovida de inteligencia.

Só que com essa menina eu não estava disposto a fazer como as anteriores que no final depois de algum tempo de namoro sobre a pressão dos país, acabávamos por nos separar e eu saia pelo mundo nas minhas aventuras e nunca mais aparecia. Eu gostava dela e não estava disposto a permitir que uma sociedade atrasada e desprovida de educação fosse afectar a felicidade dela e a minha tentando estabelecer para ela com quem deveria se relacionar e casar, ou seja, querer mandar na vida dela.

Um dia ligo para casa dela, tínhamos combinado jantar-mos fora e uma voz atende o telefone, voz essa que era idêntica a da Paula. Então perguntei a que horas poderia passar para apanha-la. Foi incrível, em toda minha vida nunca tinha ouvido tanto desaforo, tantas palavras grossas e vulgares saído da boca de uma pessoa dirigidas a mim, e ainda mais se tratando de uma senhora que pela idade que possuía já tinha por obrigação ter aprendido alguma coisa na vida, não ela simplesmente se comportava como uma pessoa desprovida de educação.

Eu fiquei tão impressionado que não consegui dizer nada e nem ela permitiria se fosse o caso, porque nem se quer respirava para falar, ou melhor, para dizer asneiras. Mim chamou de tantos nomes vulgares, palavrões e expressões simplesmente tristes para uma pessoa daquela idade. Simplesmente pedi licença e desliguei o telefone. Fiquei completamente chocado com tantas grosserias.

Mais não ficou só pela mãe, o pai também demonstrou que educação e boas maneiras passaram longe da vida deles e começou uma verdadeira caça ao homem, ou melhor, ao brasileiro. A falta de inteligencia e coragem dele era tanta, que durante todo este triste episódio nunca teve coragem de parar em minha frente e conversar comigo, e procurar saber se esse rapaz afinal possuía ou não qualidades para estar com a filha dele, não, ele simplesmente utilizava os conhecimentos que possuía com a policia para tentar mim arrumar problemas.

Colocou os amigos policiais para investigar a minha vida, e tentou por esse meio correr comigo da rua para que eu não pudesse trabalhar e tivesse que ir embora da cidade. È mais do que lógico que se eu fosse um empregado em algum estabelecimento em Coimbra sem sombras de dúvidas seria demitido devido a influencia deles, mais como se pode afectar uma pessoa autónoma como eu? Tentaram de todas as maneiras.

Mais a minha sorte era que os policias depois de averiguarem a minha vida e chegarem a conclusão que eu era um rapaz honesto e trabalhador, e não mim envolvia com drogas e nem problemas, deduziram que a atitude daquele senhor era desnecessária e não procedia.

Deixando de lado a perseguição que mim faziam e alguns deles até ficaram meus amigos. Era um comportamento completamente lamentável e triste por parte daquela família.

Alguns defensores poderiam alegar que atitudes dessas por parte da família era derivado ao amor e preocupação para o sua filha, e que justificaria esse tipo de comportamento. Esse tipo de argumento só serve para provar de forma mais clara e evidente a falta de inteligencia que acabei de citar anteriormente, porque pessoas inteligente não agiriam dessa forma, pelo fato de ser a forma mais estúpida e ineficaz que só irá criará uma união de forças por parte do casal oprimido para enfrentar a pressão da família e consequentemente criará atitudes precipitadas como na maioria das vezes. Mais evidentemente tratasse de um nível de raciocínio muito elevado para eles.
Um dia ela chegou na pensão em que eu morava e tinha acabado de ser espancada pelos pais e a partir dai não permiti mais que ela passasse por uma situação como essa mesmo porque era perigoso nunca se sabe o que pode surgir na cabeça de pessoas com esse nível de raciocínio.

A partir desse momentos passamos a morar juntos sobre constantes ataques da família e perseguições. Ela era assistente social e trabalhava em um lar de idosos em Coimbra. Os pais utilizaram dos conhecimentos que possuíam para que lhe tirassem o emprego, e foi o que acabou por acontecer, mais uma prova de ignorância extrema.

Nesse meio tempo ela tentava arrumar outro trabalho mais não era fácil quando tinha por trás uma família daquela com muitos amigos em Coimbra e que alguns demonstravam o mesmo nível de atraso quando apoiavam eles nesse sentido. A prova de ignorância era tão grande que a mãe chegou a gastar uma fortuna contratando o que chamam em Portugal de “Bruxos”, ou seja, charlatães que tiram dinheiro de gente com pouco nível de instrução alegando que através de feitiços irá separar o casal.

Diante de uma situação como essa não restou outra alternativa a não ser deixarmos Coimbra. Ela conseguiu um emprego em um infantário exercendo a sua profissão de assistente social em uma cidade no norte de Portugal e foi onde passamos a morar. Passado um longo tempo eles descobriram onde ela estava trabalhando e deu novamente inicio as tentativas de nos criar o máximo de problemas.

A Paula conheceu uma garota que era repórter e se interessou no assunto e resolveu fazer uma matéria e por no jornal, e foi o que acabou por acontecer. Foi praticamente mais da metade de um a folha no principal jornal da cidade contando a historia que mais parecia o Romeu e Julieta dos tempos modernos, só a partir desse momento que tornamos público esse comportamento infeliz por parte da família dela é que as coisas mudaram e deixaram de nos criar problemas porque toda a cidade ficou sabendo.

Moramos algum tempo no Norte de Portugal até que resolvemos voltar a Coimbra, ela gostava de Coimbra e sentia saudades dos amigos e achávamos que já não iria haver mais problemas. As coisas correram bem durante um certo tempo até que um dia resolvi ir ao Brasil visitar a minha família e ela ficou sozinha, tinha arrumado um trabalho em um super mercado e as coisas estavam equilibradas e eu pretendia ficar bem pouco tempo no Brasil em visita a minha família, só que uma semana antes ligo para a agência de viagem para confirmar o meu retorno para Portugal e fui informado que a passagem de retorno tinha sido cancelada, mais uma tentativas dos espertinhos. A Paula depois de contactar a empresa em Portugal e esclarecer que só o próprio passageiro é que pode cancelar uma passagem e ninguém mais possui esse direito a não ser através da autorização do mesmo. Só a partir desse momento é que a empresa procurou rectificar a situação e acabei por retornar a Portugal para infelicidade dos pais dela.

Vivemos uns bons anos juntos, alugamos um bom apartamento bem próximo ao centro de Coimbra e tivemos a oportunidade de convivemos em paz e sermos felizes.

Passado cerca de quatro anos vivendo juntos as adversidades típicas na vida de um casal nos levou a separação. Foi um período muito bonito embora os problemas que a família nos ofertou no inicio, mais tivemos óptimos momentos juntos.

Espero que a família dela tenha aprendido que cada pessoa tem o direito e liberdade de escolher o seu caminho, deve ter orientação da família evidentemente para não sofrer na vida nem cometer erros, mais não devem interferir e ainda mais de forma ditatorial e perversa na vida dos seus filhos, porque se eles não foram felizes nas suas escolhas não que dizer que devam tentar viver a vida dos seus filhos.

Hoje em dia eu e a Paula somos grandes amigos, coisa que na maioria dos fins de relações não costuma ser possível, mais entre nós sempre ouve um grande respeito e admiração, quanto a família não pensem que aprenderam porque continuam tentando governar a vida dela, mais pelo menos ela aprendeu a ser independente e se defender melhor desses tipos de atitudes coisa que na altura que a conheci não tinha qualquer capacidade psicológica para lidar com uma situação como essa. As vezes não é o mundo a ensinar através das suas maldades e friezas a sermos fortes, as vezes este papel fica a cargo da nossa a própria família, é uma enorme pena vivermos em um mundo assim, mais infelizmente é esse que temos e devemos aprender.

Depois desse período de conveviencia com a Paula mudei muito a minha maneira de ser, deixei de tantas aventuras, pelo menos fora do país e continuei morando em Coimbra. Procurei desenvolver mais o meu trabalho, comecei a trabalhar com a internet divulgando o meu trabalho e colocando publicidades das quais ao serem visitadas atribuem-me um pequeno valor sem ter nenhum custo ao visitante. Resolvi voltar a um hobby antigo do qual durante a minha adolecencia fez parte da minha vida que foram as motos. Quando cheguei a Europa e tive um maior contacto com essas maquinas japonesas, procurei fugir um pouco delas e não deixar-me atrair, devido ao fato de está longe da minha familia e esse desporto oferecer um certo perigo. Mais a paixão foi mais forte e passado todos esses anos resolvi retornar a elas, comprei uma potente moto e entrei no mundo dos Motards.

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sexta-feira, 5 de março de 2010

Parte 13º. A historia de um imigrante baiano na Europa. Anildo Motta







A morte do Patricy


Cheguei em Portugal pela estrada IP5 e fui directo para Braga, estava afim de rever os amigos que lá tinha deixado. Contactei com o Patricy que estava em Lisboa e o chamei para vir a Braga, que era um excelente mercado para as aquarelas dele e eu ficaria centrado só nos retratos portanto não haveria concorrencia.
Patricy chegou a Braga falei com a senhora responsável pelo apartamento em que eu estava morando e ela permitiu que o Patricy fosse morar lá com agente. O quarto era enorme e tinha duas camas portanto o Patricy podia ocupar uma das camas. Nesse dia fomos almoçar em um bom restaurante que havia na cidade, era caro mais a comida era excelente, evidentemente tinha que compensar o preço.
Durante a tarde fui com o patricy para a rua principal onde eu trabalhava mostrar para ele onde seria o seu novo local de trabalho. Ele estava muito feliz e radiante, tinha ganho um bom dinheiro em Lisboa fazendo uma colecção de aquarelas para uma galeria em Cascais que havia encomendado. Nesse dia não fizemos nada, apenas curtir a cidade, e a noite fomos a uma simpática casa nocturna recentemente aberta chamada Barberini, um ambiente agradavel o qual tinha uma mesa de bilhar e passamos a noite toda jogando sinuca.






No outro dia pela manhã chegou a altura de encarar o trabalho, apanhamos o material e nos dirigimos para a rua direita onde começaríamos o trabalho. Montei o meu cavalete e comecei a desenhar um retrato resultado de uma encomenda que tinha sido feita no dia anterior.

O Patricy colocou o material dele a uns 10 metros de onde eu estava e começou a pintar uma aquarela. Naquele dia ele estava muito feliz com a vida que levava, tínhamos tido um dia bem animado na noite anterior, ele sempre com aquela velha mania de gastar dinheiro com luxos e coisas finas, era uma caracteristica muito marcante no Patricy, eu achava que o fato de ter nascido em França, na cidade de Paris e aquele comportamento ser caracteristico na mentalidade daquele povo fazer com que o luxo e a boa etiqueta fizesse parte das suas vidas.
Passado algumas horas eu estava quase finalizando o retrato que estava fazendo quando ouvi o Patricy mim chamar, virei e respondi, só um minuto já estou quase acabando o desenho, e ele voltou a chamar por mim novamente, virei-me e fui em direcção a ele. Ao chegar perto do Patricy ele estava muito estranho, cheguei a pensar que durante o tempo que estive desenhando ele teria ido ao café abusar um pouco do vinho e que a aparência que ele carregava era resultado disto. Mais depois que ele mim pediu para tentar levanta-lo e coloca-lo de pé senti que a coisa afinal não era derivado ao vinho, se passava alguma coisa errada e o Patricy não estava nada bem.




Todo o lado esquerdo do Patricy estava praticamente paralisado, ele já não conseguia exprimir uma frase em condições e de imediato cheguei a conclusão que deveria chamar uma ambulância. E foi oque fiz, apanhei o telemóvel e liguei de imediato para o 112, uma linha de urgência. Disse para ele ficar calmo que a ambulância chegaria rápido e depois de umas injecções ele retornaria a ordem. Ele riu e disse-me que não tinha tanta certeza assim. O aspecto dele não era nada bom, mais estava consciente e conversávamos naturalmente, até que chegou a um ponto em que o Patricy manteve um silencio melancólico e ficou olhando para o nada durante algum tempo. Perguntei se ele sentia alguma coisa, dores, desconforto… e ele respondeu que não, não sentia nada, apenas o lado esquerdo sem movimento.
As pessoas todas paravam para saber o que se passava com o pintor e eu disse-lhes que era apenas um mal estar e a ambulância já estava chegando. Passado uns 15 minutos a ambulância entrou na rua direita e parou a nossa frente, desceram três rapazes carregando uma mala grande com material de socorro. Pediram espaço para o analisar melhor e de imediato pediu ao os outros dois que trouxessem a maca, ele deveria ser levado para o hospital para ser melhor assistido. Colocaram o Patricy na maca e o puseram na ambulância, antes do enfermeiro fechar a porta da ambulância o Patricy olhou para mim deu um ligeiro sorriso e fez um sinal de adeus.
O hospital era perto do local em que eu estava trabalhando, então pensei, já não tenho espírito para trabalhar depois disso, fechei o material e levei.os para casa, para depois ir ao hospital saber como estava o Patricy.
Quando cheguei ao hospital eles disseram que naquele momento não tinha ainda nenhuma noticia, que o Patricy ainda estava sendo observado e que eu voltasse depois.
Ok, eu pensei que talvez os excessos da noite anterior tivesse feito mal ao Patricy e isso resultou naquele mal estar e que amanhã já estaríamos de novo jogando sinuca no Barberine e tomando uns copos.
E a noite foi o que acabei de fazer fui para o Barberine ter com umas amigas e acabei ficando lá até muito tarde. Quando deixei o Barberine já era por volta da 3 da madrugada, cheguei em casa já com uma boa quantidade de álcool resultado das cervejas que havia bebido, lembrei-me do Patricy e pensei, amanhã pela manhã assim que acordar vou ter com ele no hospital.
Cheguei tão cansado ao apartamento que tombei de imediato na cama, já passado algumas horas viro-me para o lado e vejo o Patricy sentado na cama dele olhando para mim com aquela cara de tranquilidade que ele carregava e o ar de que não havia se passado nada, e eu sonolento disse para ele, porra já está de volta! E virei-me para o lado dominado pelo álcool e o sono. Pela manhã acordo com os gritos da senhora que entrou no meu quarto gritando que o meu amigo tinha morrido e que haviam ligado do hospital dando a noticia.
Eu disse, deve haver algum engano, eu vi o Patricy ontem a noite, e ela perguntou-me você o viu? Eu de imediato achei melhor não aprofundar a conversa e disse que tinha tido a impressão que o tinha visto e na realidade foi o que aconteceu.
Coloquei uma roupa e mim dirigi até ao hospital para ter noticias mais concretas sobre o que havia acontecido. Ao chegar ao hospital mim dirigi a sector de atendimento e dei o nome do patricy e pedi informaçoes quanto ao estado dele. A senhora que estava no atendimento pediu licença e saiu para chamar o médico. Passado alguns minutos chegou uma doutora que perguntou-me qual era o meu grau de parentesco com o Patricy, disse-lhe que éramos apenas amigos que ele era francês e a família morava em Paris. Ela mim chamou a um canto e disse-me: Olha, lamento informar mais o seu amigo faleceu ontem a noite. Não mim recordo exactamente a causa da morte mais parece que foi resultado de uma espécie de acidente vascular cerebral.
Não sei exatamente que tipo de sentimento tive naquela hora, foi esquisito, muito esquisito. Como disse antes quando estive em visita ao Vaticano. Não sou nada religioso, não acredito em religiões, acredito apenas que o ser humano na sua busca desesperada de encontrar uma resposta para a sua existência, desde a origem das cavernas sempre procuraram criar religiões e Deuses para fugir ao medo e portanto para mim a religião não tinha significado algum a não ser desespero e medo.
Mais a sensação que fiquei com a morte do Patricy foi por incrível que pareça, de tranquilidade e paz. Sei que parece esquisito afinal eu e o Patricy éramos grandes amigos, ele era o maior amigo que eu tinha em Portugal, tínhamos passado por tantos momentos bons e maus tínhamos uma afinidade muito grande e eu havia aprendido tanto com ele, e agora eu estava com aquela senssação de paz e tranquilidade.
Mais eu sabia que havia uma forte razão para isso, como disse não tenho uma explicação lógica para isso, o que sei foi que naquela noite, na noite da morte do Patricy eu o vi sentado na cama dele a minha frente com aquele ar de tranquilidade que ele costumava carregar um ligeiro sorriso no rosto como se tivesse gozando com a situação, eu nunca vou mim esquecer daquele momento. Procuro Buscar evidentemente uma explicação lógica e cientifica para aquela situação, naquela noite eu havia bebido muito estava completamente bêbado e com toda aquela sonolência é normal que o cérebro entre em alucinações e fantasias e aquela cena do Patricy foi resultado disso, mais porque eu mim sentia tão tranquilo, tão bem, tão sereno? tanto é que depois que deixei o hospital apanhei o meu material e fui para rua trabalhar.
Cheguei na rua montei o meu material e comecei a trabalhar naturalmente. Lembro-me quando parou ao meu lado 3 senhores reformados que costumavam ficar na esplanada conversando e observando-nos a trabalhar e mim perguntou. O seu amigo está melhor? E eu respondi com a maior naturalidade. Não, faleceu ontem a noite. Um dos senhores se segurou no colega que estava ao lado e ficou simplesmente petrificado, ele que costumava ver o Patricy tão bem, animado e apresentando uma excelente saúde e depois recebe uma noticia daquela. E o outro exclamou, morreu? Mais como ele parecia está tão bem. Eu fiz um sinal com os ombros como se tivesse dizendo. Olha, é a vida! Os três senhores ficaram completamente espantado com a minha tranquilidade e devem ter pensado, aquele brasileiro é mesmo frio e insensível.
Mais uma coisa eu garanto a vocês, se não fosse aquela visão maluca que tive do Patricy naquela noite as coisas seriam bem mais diferentes, eu iria sentir muito a morte dele, não sou nenhum choramimgão mais iria precisar de algum tempo para mim recompor, de forma nenhuma iria trabalhar no outro dia, impossível, as vezes só por um simples acontecimento como partir algum objecto que eu goste ou acontecer alguma coisa que não mim agradasse já seria motivo o suficiente para eu não fazer nada nesse dia, eu simplesmente perdia toda a inspiração, e no entanto naquela caso do Patricy, lá estava eu na rua trabalhando como se nada tivesse acontecido.
Cheguei no quarto e fui nas coisas do Patricy em busca do contacto da família dele em Paris para dar essa lastimável noticia. Acabei por encontrar o numero do telefone do irmão dele. Apanhei o número fui até a uma cabine telefónica e consegui falar com o irmão dele o qual acabou recebendo a noticia. Ele disse-me que iria descer para Portugal com a mãe e ao chegar a Braga entraria em contacto comigo.
Fui ao hospital e disse que a família estava vindo de França para cuidar do funeral e tudo que correspondesse ao acontecido.
Depois de uns 3 dias estava em casa quando recebo a ligação do irmão dele. Eles estavam em Braga e fui mim encontrar com eles. Quando vi a mãe do Patricy fiquei com muita pena dela, carregava nos olhos as dores de uma mãe que acabou de perder o seu filho, o irmão também notavasse a dor mais ele procurava manter o controle e transmitir um ar de dureza. Quando eu havia estado em França com o Patricy tinha conhecido a irmã e a mãe quanto ao irmão na altura não estava em França e acho também que a relação deles não era muito boa já que o Patricy nunca tinha falado dele. Abracei a mãe do Patricy e dei os meus pêsames.

Eles demoraram mais para chegar porque o irmão achou melhor fazer a viagem de carro para que ela pudesse durante a viagem ir se recompondo do choque e se tivessem vindo de avião seria mais difícil.
Procurei cuidar de toda a papelada referente a cremação do Patricy, que foi o mais indicado no caso e a família queria assim, levar para a França as cinzas do Patricy.
Estive com o irmão dele na câmara mortuária para nos despedirmos do Patricy, ele estava deitado nu em cima de uma cama de mármore, havia sido autopsiado e carregava uma grande costura em todo o tronco. Aquele que estava naquela mesa parecia com tudo menos com o Patricy.
Depois de tudo resolvido o irmão e a mãe sentiram-se muito gratos pelo o que eu havia feito no sentido de ajudar na papelada e resolução dos problemas referentes a cremação do Patricy, nos despedimos e seguiram viagem para França e disseram que se caso precisasse de alguma coisa deles deveria contactar de imediato já que a mãe sabia do quanto éramos amigos.
Depois de todos esses acontecimentos resolvi deixar Braga e fui para Coimbra.

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