sábado, 24 de abril de 2010

15º Parte. A historia de um brasileiro imigrante na Europa

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Todos os anos em Portugal e Europa há enormes concentrações de motos, um ambiente de muita alegria e doideiras e eu estava curtindo muito essa nova vida. Essa paixão pelas motos já era antiga, mesmo antes de deixar o Brasil. Houve um período em que comprava e revendia motos mais eram todas de baixa cilindrada e da categoria cross todo terreno, muito diferente das que passei a utilizar aqui na Europa. As motos de altas cilindradas no Brasil eram muito caras e eu não tinha hipótese de fazer um investimento tão alto, enquanto aqui conseguia ganhar o bastante para manter determinados luxos. Conheci um brasileiro que era o Arnaldo, era imigrante vindo do sul do Brasil, que também se lançou nessas aventuras, comprou uma moto e saiamos acelerando estrada a fora em busca de aventuras e festas. Há em Portugal uma das consideradas maiores concentrações de motards da Europa, é realizada na ilha de Faro todos os anos no período de Julho, descem motards de toda parte da Europa, muitos vem mesmo de motos, aqueles mais aventureiros, outros vem de avião e despacham as motos por comboio ou avião, esses costumamos dizer que são imitações de motards.



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Nessa concentração encontra-se pessoas, ou melhor, motads de todas as idades, desde os 10 aos 100 anos, é um ambiente de total descontracção. É agradável ver aquelas senhoras com os seu 50 a 60 anos todas tatuadas em cima de grandes motões deixando bem claro nas suas tatuagens e maneira de ser, que tiveram uma juventude carregada de emoções e alegrias e que mesmo depois de se encontrar com uma idade avançada não perderam essa necessidade de ser feliz.

Mais atenção, essas pessoas que me refiro na maioria dos casos são estrangeiras, inglesas, alemães, holandesas. As portuguesas não são assim tão aventureiras, quando muito encontram-se em casa fazendo croché, ou nos cafés falando da vida dos outros e trocando receitas de remédios para as suas intermináveis doenças. Mais as estrangeiras curtem a vida e motos como se tivessem 18 anos. Um ambiente que só estando lá para perceber bem o que quero dizer.
São 4 dias de festas com concertos e grandes bandas que são convidadas para tocar, temos toda a espécie de atracções dentro do recinto, enormes feiras vendendo tudo que há de equipamentos para motards, é um verdadeiro mar de tendas montadas de todas as cores e nacionalidades, quando chegamos na quinta ainda está tudo muito vazio por se tratar do 1º dia e ai conseguimos montar a nossa tenda sem problemas, mais quando chega o sábado é muito comum passamos um bom tempo
tentando encontrar as nossas tendas naquele mundo de tendas e motos por todo lado. A noite os concertos vão a noite dentro com muitas bebedeiras e festas, a poeira criada no ar pelas potentes motos nos cobre por completo chegando ao ponto de não mais incomodar e já fazer parte da pele, é de louco aquela festa, depois ainda temos a praia de Faro que também fica completamente lotada de motos e turistas disputando mesas nos bares e espaços na praia para apanhar um bronze. A temperatura costuma ser quente nessa altura e faz-nos lembrar o nosso país.



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Se você nunca teve a sorte nem a oportunidade de ir a um lugar desse, experiente, certeza que vai se apaixonar com esse ambiente, torna-se banal situações que embora perigosa mais é feita com a maior naturalidade por nós motards dentro de uma determinada e hipotética segurança e experiência que é voar acima dos 300km/h em cima dessas maquinas, evidentemente infringindo todas as regras de transito existentes nas auto estradas, mais quem não o faz?
Revolta-me aqueles moralistas recalcados que condenam aqueles que excedem o limita de velocidade e compram carros potentes e caros deixando entender que é para manter os 120km/h permitidos nas auto estradas. Pura mentira. Acredito que mais de 90/% dessas pessoas em Portugal que possuem os seus potentes automóveis que na maioria das vezes é para alimentar uma disputa de vaidade com os seus vizinhos, não respeitam os limites estabelecidos e são esses que condenarem os motards quando passamos voando em cima das nossas paixões e fazemos os automóveis deles que custaram tão caro parecerem carroças.
Se é para cumprir os limites de velocidade estabelecido deveria sim o próprio governo deixar de hipocrisia e falsidades e proibir a venda de motos e automóveis velozes e esses mesmos carros e motos saíssem das fabricas com as suas prestações em termo de velocidade, controladas e limitadas. Resultado, muitos não se interessariam mais em comprar carros e motos caras quando as mesmas iriam ter o mesmo desempenho de um simples carocha, sendo assim não geraria receitas e não interessaria a esses governos hipócritas, portanto não o fazem. É como permitir a venda de drogas para aumentar as receitas do estado e querer obrigar as pessoas a usarem só o que eles estabelecem. É uma sociedade de fingidos e hipócritas, pois se permitem que vendam motos que passam dos 300 km/h para aumentarem as receitas e ganharem mais com os impostos de circulação que são mais caros que muitos carros, então aguentem com o barulho das nossas meninas quando passamos por vocês criando um vácuo que abana até as vossas consciências.
Eu e o Arnaldo passamos momentos simplesmente loucos nessas aventuras, conhecíamos motads com imenso senso de aventura. É um ambiente muito fácil de fazer amigos, recordo-me uma vez estávamos parados em um semáforo e de repente para ao nosso lado um motard com a sua maquina, a partir desse momento só bastou um elogio a moto do outro para que surgisse um convite para tomarmos um copo e de repente dair surgiu uma nova amizade.
É um meio muito unido, é impossível um motard ficar muito tempo parado com a sua moto na estrada sem parar outros perguntando se está tudo em ordem, é uma verdadeira legião de amantes das 2 rodas, como diz a letra da música do AC DC Highway to hell:
“ Estou na auto-estrada para o inferno
Sem sinais de "pare", limites de velocidade
Ninguém vai me fazer reduzir a velocidade
Como uma roda, vou rodar
Ninguém mais vai mexer comigo
Ei Satã, paguei meus pecados
Tocando em uma banda de rock
Ei mamãe, olhe para mim
Estou no caminho para a terra prometida.”
Quem não conhece essa música só basta ir a uma concentração de motards.
É um ambiente mágico de muita animação e companheirismo ao contrário de que muitos pensam ao atribuir a esses encontros muita droga e actos de vandalismo, não, não é assim, há pessoas de todas as classes sociais que buscam se divertir nesse mundo dos motards.
Passei a morar praticamente no centro da cidade mais
essa proximidade não mim proibia de andar de motos todos os dias. Acabei por comprar uma das motos consideradas na altura como a mais potente moto de serie já construída, era uma Kawasaki Ninja zx12r, um verdadeiro míssil que ultrapassava os 300km/h com uma facilidade enorme.
Passei a fazer muitos amigos em Coimbra principalmente um casal de artesãos que já trabalhavam a muitos anos no centro de Coimbra. O Rapaz era egipicio chamava-se Mamede, lembra dos problemas que tive com os arábes anteriormente, essas lembranças negativas mim levou durante algum tempo a evitar manter relação com os egípcio, foi uma experiência muito negativa que aqueles arábes tinha plantado em mim, desenvolvendo um certo preconceito com as pessoas oriundas desses países.
Mais felizmente esse egipicio não tinha nada a ver com aqueles arábes da rua de Cascais, era uma pessoa estrema-mente amiga e capaz de correr o risco de se prejudicar com o intuito de ajudar uma pessoa. Foi uma relação de amizade que foi se construindo aos poucos. A mulher dele era a Dores, uma pessoa muito prestativo e sensível e também disponível para ajudar as pessoas, isso era uma caracteristica típica da família a qual tinha uma filha chamada Soraya da qual criamos um laço de amizade muito forte, estava sempre disponível para mim ajudar nas minhas invenções e projectos malucos que criava para ganhar dinheiro.
Trabalhávamos todos na rua principal de Coimbra a Ferreira Borges. O Mamede era uma pessoa muito aventureira, tinha imigrado para Portugal e na altura que chegou começou a trabalhar na venda de artesanatos vindo depois a comprar uma carrinha e sair participando de feiras por várias cidades portuguesas e também fora do país acompanhado sempre das Dores.



Levava uma vida de trabalho e aventuras assim como eu, com a diferença que constituiu família e se acomodou em Coimbra montando todos os dias a sua banca que se localizava exactamente a frente da sua casa. Todos tínhamos um trabalho tranquilo e divertido, isso é, se podemos chamar isso de trabalho porque para mim sempre foi uma diversão, há pessoas que gostam de feriados e fim de semanas para poder descansar e se divertir um pouco, comigo era ao contrário eu descansava e mim divertia todos os dias, portanto para mim não fazia diferença se era fim de semana, feriado ou qualquer coisa que fosse.

Marrocos
Como vocês já mim conhessem sabe da minha atracão para viagens e aventuras e conhecer o Mamede foi como juntar a fome e a necessidade de comer.
Um dia estávamos conversando quando no meio da conversa entrou Marrocos, ele dizia que era um excelente local para comprar artesanato para vender, que os preços lá eram muito baratos. Embora não fosse o meu objectivo comprar artesanato mais era conhecer Marrocos e mim divertir mais um pouco e ele também, portanto perguntei a ele porque não apanhávamos a estrada em direcção a Marrocos. O Mamede não levava muito tempo a decidir alguma coisa e de imediato disse, boa ideia, quando saímos?

Marcamos a viagem para um dia da semana que era exactamente 1º de Abril, portanto quando falávamos que íamos para Marrocos nesse dia os amigos achavam que era uma brincadeira, que não íamos a lado nenhum.
Mais na verdade quando foi o dia 1 de Abril nos encontramos todos na rua Ferreira borges para por as bagagens no carro e seguirmos viaje. Como as mulheres são meio enroladas no sentido de estarem prontas para sair, eu achava que iríamos ter que esperar pela Soraya já que era de praxe demorar sempre para estar pronta, uma caracteristica tipica das mulheres, mais afinal não, estávamos todos prontos quando de repente mim dei conta de que não estava com o meu passaporte e para entrar em Marrocos era necessário, resultado eu é que acabei atrasando toda a viagem.
Corri até em casa em busca do passaporte não conseguia encontrar, revirei tudo e estava começando a ficar passado com a situação, finalmente o Mamede teve a feliz ideia de irmos a garagem para ver se por acaso eu não havia deixado por lá, e foi o que fizemos. Chegando a garagem começamos a vasculha-la e finalmente lá estava o passaport e de imediato nos enfiamos no carro e Marrocos ai vamos nós!
Decidimos ir com a carrinha do Mamede que era mais espaçosa e não tinha na bagageira ocupada pelo o enorme tanque de gás que era caso da minha. Partimos em direcção ao Algarve, Faro onde pretendíamos parar para almoçar antes de seguirmos viagem. Até Faro iríamos cumprir cerca de 500 quilometro. Do Algarve a Marrocos seria bem mais próximo, chegando em Tarifa na Espanha só bastava apanharmos o barco para atravessar o estreito de Gibraltar.
Ao chegarmos a Tarifa já não havia barcos para Ceuta, que é um conclave pertencente a Espanha que já se encontra em África e faz fronteira com Marrocos. Sendo assim teríamos que ir para Algeciras que ficava mais um pouco a norte na qual fomos informados que seria mais fácil e prático apanharmos o Ferry boat nessa cidade.
Ao chegarmos em Algecira já não havia barcos para Ceuta nesse dia portanto teríamos que nos instalar em uma pensão local para no outro dia embarcarmos para Ceuta.
Nos estalamos em uma pensão que fica próximo ao porto onde deveríamos embarcar, só não tínhamos dado conta direito do nível da pensão que havia nos instalados, embora parecesse uma pensão familiar, limpa e bem organizada, mais pelo visto era a pensão das prostitutas locais, porque durante a noite tentávamos dormir com os típicos sons criados pelas profissionais no exercer de suas funções, aquilo era sacanagem a noite toda e riamos muito com toda aquela maluquisse.
No outro dia nos dirigimos para o porto e apanhamos o ferry para Ceuta. Foi uma travessia meio esquisita, eu já estava mais ou menos habituado a andar de ferry boats no Brasil, porque costumava sempre ir a uma ilha paradisíaca chamada Itaparica, próximo a Salvador passar os fins de semanas só que o mar não era assim tão agitado, ao contrário do estreito de Gibraltar encontro entre o oceano atlântico e o mediterrâneo era um verdadeiro inferno nesse dia e o ferry agitava muito causando varias situações de enjoous e vómitos em muita gente, não cheguei a esse ponto mail confesso que o meu estômago parecia dar voltas na barriga. Bem mais finalmente chegamos a Ceuta.
Uma cidade comum pertencente a Espanha em que não se via muitos sinais da cultura Marroquina que se encontrava tão próximo. Há um controle fortíssimo para a entrada dos marroquinos na Europa, e Ceuta era o ponto principal passando assim por um forte controlo alfandegá-rio.
Depois de descermos em Ceuta seguimos em direcção a fronteira com Marrocos. Quando lá chegamos a sensação que tínhamos era que havia um click imediato de cultura económica europeia para 3º mundo, mais era de forma mesmo marcante. Enquanto estávamos na fronteira observava há um 200 metros a frente o movimento de pessoas subindo e descendo uma montanha carregando sacos nas costas, puxando animais, burros, cabras era uma visão mesmo de feira em um país subdesenvolvido.
Essas pessoas costumavam ir para a fronteira para procurar trabalhar na venda de artigos e alimentos para os turistas. Era curioso no meio daquela montanha o contraste que criava daquelas pessoas com aquelas roupas grande e coloridas se locomovendo por uma área que aparentemente não havia nada a não ser deserto, e desapareciam naquele areal como se vivessem debaixo da areia. Uma cultura curiosíssima, costumes e hábitos completamente diferentes do europeu e no entanto tão próximo.

Já para conseguir o visto na fronteira foi bastante complicado, eles aparecem com uma serie de actos burocráticos que só se resume em sacar o máximo de dinheiro possível do visitante, sem contar com os despachantes a procura de fazer o mesmo. Por fim conseguimos entrar e começamos a viagem pelo interior de Marrocos, as estradas eram simplesmente terríveis, se é possível chamar aquilo de estradas, o terreno em grande parte era de terra batida e aqueles que não eram, era preferível que fosse assim não teríamos tantas surpresas com as crateras que apareciam de repente.
Conduzir todo o tempo dentro de Marrocos, haviam locais em que se errássemos a estrada encontrávamos a nossa espera um despenhadeiro e portanto não confiava deixar o Mamede conduzir o carro com receio que ele se distraísse por algum momento e assim ele poderia ficar a vontade para tentar descobrir através do mapa a nossa localização, coisa que não era fácil já que parecia que o mapa que tínhamos era de outro país era impossível se orientar com ele pelo facto de não haver sinalização praticamente nenhuma e as que apareciam pareciam ter sido da época dos dinossauros, indecifraveis.
Enquanto andávamos perdidos pelas aquelas montanhas no interior de Marrocos podíamos admirar a beleza natural daquele país, a paisagem era simplesmente magnifica, as montanhas que surgiam uma longa distancia possuíam cores variadas era impressionante, desde ao castanho ao amarelo, violeta era um verdadeiro capricho da natureza que com o seu pincel natural brincava com aquela paisagem criando tons e efeitos visuais simplesmente fantásticos. O interior de Marrocos vale apenas se perder por lá, pelo menos por alguns instantes nos sentimos em sintonia com a natureza.
Escolhemos um trajecto muito complicado em direcção a Fes que era o nosso objectivo inicial. Fes ou Fez é a 3ºmaior cidade de Marrocos depois de Casa blanca e Rabat. É composto por três partes distintas, Fes el Bali (a murada, a cidade velha), Fes-Jdid (Fes nova casa do Mellah ) e Nouvelle Ville (os franceses criaram o mais novo ponto de Fes). Na altura estava passando uma novela brasileira em Portugal em que foi filmada nessa cidade portanto estávamos curiosos para visita-la já que na novela mostravam cenas muitos bonitas da cidade e muito pitorescas.
Estava já dirigindo a horas no meio de montanhas e areais que parecia não ir a lugar nenhum, estava com uma fome enorme, não via a hora de encontrar um restaurante e devorar tudo que tivessem, mais naquele local parecia não haver nada. Recordo-me de alguns ditos restaurantes que passamos logo quando entramos em Marrocos depois que passamos por Tetouan, aquilo podia se chamar de tudo, menos restaurantes. Ao passar eu olhava para o interior dos ditos restaurantes fazendo um rápido rastreio do interior para conhecer um pouco da decoração e produtos oferecido e o que conseguia ver na maioria das vezes eram balcões e prateleiras completamente vazios sendo decorado com meia dúzia de garrafas de coca cola solitárias no meio do nada, não entendia bem o que e como eles faziam negócios quando não havia nada a oferecer.
Depois de umas boas horas naquele fim de mundo finalmente detecto há alguns metros um restaurante perdido no meu do nada e pensei comigo, custe o que custar o almoço estou disposto a pagar, com a fome que eu estava o preço já não me preocupava nem um pouco precisava era comer imediatamente. Tenho uma caracteristica que quem me conhece sabe, quando estou com fome fico simplesmente insuportável enquanto não sacia-la fico mesmo chato. Portanto aquela visão de um restaurante no meio daquele deserto era simplesmente um alivio.
Ao chegarmos ao restaurante o interior era como o descrito anteriormente, não havia nada lá dentro, o típico cheiro de comida que é comum em ambientes como esse era simplesmente inexistente. O que tínhamos eram 4 marroquinos que nos olhavam e carregavam nos olhos a ideia de que iriam procurar ganhar o dia com aqueles turistas perdidos naquela área e portanto eu já estava preparado para ser explorado ao máximo mais como disse antes não estava muito preocupado com isso, só queria era comer o mais rápido possível antes que tivesse um pirepaque.
Perguntamos o que havia para comer, ou melhor, o Mamede que falava árabe perguntou e pelo que entendi era alguma coisa que levava carne e como era comestível acredito eu, podia descer de imediato. Descer de imediato é que não era possível, pelo que pude perceber, depois de efectuarmos o pedido um dos rapazes saiu e foi a procura de um talho ou coisa parecida para comprar a carne, no restaurante não havia nada, como disse antes, só havia espaço.
Antes resolvemos evidentemente tomar conhecimento do preço do almoço, eu estava certo depois de presenciar os marroquinos olharem um para o outro que iriam explorar ao máximo tirando proveito do fato de sermos turistas perdidos naquele fim de mundo.
Após alguns segundos de silencio e falarem uma língua bem esquisita entre eles, disseram-nos o preço. Eu com a fome que estava seria capaz de pagar até 30 euros por o almoço mesmo sabendo que era um valor absurdo para um pais como Marrocos, um valor extremamente alto, mais era capaz de permitir esse roubo para poder matar a fome.
Quando nos disse o preço, com o roubo incluído, o valor era 5 euros, ou seja uma micharia que acreditavam eles que era o bastante. De imediato disse para trazer o almoço que o preço estava em conta. A Partir desse momento cheguei a conclusão que iríamos ter umas boas ferias em Marrocos gastando bem pouco dinheiro.
Finalmente o rapaz chegou do talho e prepararam o almoço que por sinal estava fantástico, um sabor formidável, sem levar em conta o nível de higiene daquele lugar onde agua parecia ser coisa rara, mais o melhor era não pensar muito nisso.
Depois do almoço pagamos a conta o Mamede resolveu comprar um maço de cigarro deixando o rapaz meio insatisfeito pelo fato do Mamede querer o maço inteiro e eles ganhavam dinheiro só vendendo os cigarros a unidade e não era comum naquela área comprarem o maço inteiro, mais depois demos uma boa gorjeta e eles ficaram felizes da vida.
Apanhamos de novo a estrada, ou melhor, o que parecia ser uma estrada e seguimos viagem. Finalmente chegamos a Fes, uma cidade muito bonita, dentro do conceito árabe evidentemente, havia muita pobreza mais também muitos turistas e uma cultura interessante e cheias de curiosidades.
Ao chegarmos a cidade procuramos encontrar o local onde se concentrava as lojas e as famosas Medinas mais ficamos totalmente perdidos em um bairro que mais parecia um labirinto, andamos um bom tempo pela aquelas ruas estreitas e praticamente todas iguais e nunca chegávamos a lado nenhum. Finalmente encontramos uns rapazes conversando e perguntamos como poderíamos ir até a zona das lojas e Medinas. O rapaz se prontificou de imediato a nos levar até as Medinas ficando eu o tempo todo em estado de alerta derivado a fama negativa que é atribuída aos Marroquinos no ocidente fama essa que se desfez por completo passado algum tempo, principalmente depois de chegarmos as Medinas.
O rapaz nos acompanhou todo o tempo servindo-se de guia turístico e sabíamos que depois teríamos que compensa-lo com algum dinheiro mais com a experiência do restaurante sabíamos que não seria muito.
Estivemos em uma loja para comprar algumas bijuterias para vender em Coimbra, o mais curioso é que o rapaz que se encontrava na loja pediu licença e saiu para e buscar menta para fazer chá para nós, um habito comum por parte deles pelo que concluir depois, e nos deixou completamente sozinhos dentro da loja dando-nos total confiança.
Conclui que o preconceito e a desconfiança por parte dos europeus a essa gente seja totalmente injustificavel e que é muito mais provável haver roubos na Europa do que em Marrocos mesmo porque o resultado de um acto dessa natureza nesse país possa levar ao infeliz assaltante ter as mão amputadas como forma de punição.
Depois de terminarmos as compras lá estava eu de novo com uma fome enorme e só queria encontrar um outro restaurante. Mais naquela Medina era impossível imaginar almoçar por ali derivado ao mau cheiro constante das peles que eram transportadas pelos burros por entre aquelas estreitas Medinas, e tínhamos que está constantemente em alerta pelo facto de que quando passavam eram rápidos e não estavam muito preocupados com as pessoas que lá se encontravam portanto tínhamos que ter cuidado para não ser atropelado por um burro transportando peles recens tiradas dos animais, peles essas que eram utilizadas para fazer os famosos casacos marroquinos e a área em que era efectuada a curtição da pele se encontrava justamente no centro das medinas portanto aquela área tinha um cheiro mesmo desagradável mais com o passar do tempo o nosso olfato acaba por se habituar e já não damos conta.
Procuramos deixar as medinas para procurar um restaurante, no caminho vi o que chamamos no Brasil de televisão de cachorro que é aquelas maquinas que assam frangos que ficam rodando dentro de uma caixa em que a porta é de vidro possibilitando ver os frangos sendo preparados. Fiquei morrendo de vontade de devorar um fraguito daqueles inteiro mais o cheiro das peles eram muito forte e dona dores não estava disposta a comer ali, sinceramente com a fome que eu estava comia ali mesmo.
Encontramos um restaurante em condições fora das medinas e eu a primeira coisa que pedi foi uma boa garrafa de vinho para acompanhar o almoço, eu estava com uma saudade enorme de um bom vinho e pensei que conseguiria naquele restaurante pelo fato de ser turístico.
Impossível disse o garçom, álcool em Marrocos é proibido por ir contra as leis islâmicas ou seja contra o Alcorão o livro sagrado dos muçulmanos, ou seja, tô frito! O único jeito foi me contentar com uma coca cola.
No outro dia fomos para Rabat a capital de Marrocos.
Como em outras capitais no mundo, o povo é menos receptivo e atencioso, menos simpático, mais apressado, impessoal. Todas as cidades marroquinas têm sua cor própria nas construções, que a personaliza e identifica: Marrakech é a cidade vermelha, Meknés é verde; Fez é amarela. Rabat, a cidade branca do litoral do Oceano Atlântico
Em Rabat os principais pontos turísticos são a Torre Hassan, o Palácio Real, a Mesquita Real, o Chellah, o Portão de Oudaïa, a Kasbah des Oudaïas, o Mausoléu de Mohamed V e a Medina.
Uma das partes mais memoráveis de Chellah é o seu portão, com 800 anos, de arquitetura merenida.
Tivemos uma passagem muito rápida por Rabat. Uma situação que mim impressionou foi com relação a mulher marroquina ou muçulmana. Embora a religião seja extremamente fundamentalista com relação as mulheres proibindo-as de muitos comportamentos tão comuns no ocidente relativo a sua liberdade em relação com os homens, as marroquinas demonstraram serem bem mais receptivas e abertas que as portuguesas no que se refere aos homens mesmo tendo por trás de si a religião e todas as suas tradições. Mesmo utilizando os famosos véus quando cruzava com elas nas ruas simplesmente olhavam nos olhos como se estivessem mergulhando em nosso cérebro demonstrando uma total a vontade para nos aproximarmos e isso mim deixou muito curioso e que vontade de ficar mais tempo em Marrocos.
Me recordo de estarmos em uma praça do centro da cidade e haver um típico vendedor de algo que não percebi de imediato. Consistia em um homem trajando uma indumentaria típica, com muita decoração e apetrechos. Veio em minha direcção e resolvi participar. Ele me deu um copo e colocou algo lá para dentro, era um liquido amarelo com um sabor esquisito que depois de bebe-lo perguntei do que se tratava. Pensei que se tratava de um chá típico da região, como é muito comum estarem constantemente bebendo chá dai veio o meu raciocínio.
Fiquei surpreso e ligeiramente assustado quando ele me disse do que se tratava. Era agua! Com aquela cor e aquele gosto esquisito fiquei imaginando onde ele teria ido buscar aquilo que chamava de agua. A partir desse momento aprendi que agua em Marrocos só em garrafa e de preferência importada.
Deixamos Rabat ainda com um enorme vontade de irmos para Casa Blanca e Marraquech mais já estávamos a uma semana fora e achamos que era momento de retorna. Deixaríamos Casa Blanca e Marraquech para a próxima viagem que tudo indicaria que seria em breve.
Chegamos a Coimbra, foi uma viagem tranquila embora chegamos um pouco cansados mais era natural depois de tantas horas de viagem.

Fico por aqui, quem sabe volto a escrever os próximos capitulos que espero que sejam formidáveis. Agradeço a atenção de vocês e peço que visitem o meu site http://www.anildo-motta.com/ e o meu blog http://www.anildomotta.blogspot.com/  Obrigado, até a próxima!


                                                        Fim

quinta-feira, 18 de março de 2010

Parte 14º. A historia de um imigrante brasileiro baiano na Europa. Anildo Motta

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Coimbra

Pela manhã ao acordar resolvi sai para tomar o café da manhã e conhecer a cidade dos doutores a qual na minha época de estudante já tinha ouvido falar.
È uma cidade muito bonita, com as suas ruas estreitas, pátios, escadinhas, arcos medievais e as suas famosas Universidades, é banhada pelo rio Mondego do qual nos fins de semana podemos depois de nos associarmos ao clube local, alugar uma canoa e navegar pelo rio contemplando a beleza da cidade.

Podemos passear também no famoso barco que veio de França construído exclusivamente para navegar nas águas do Mondego o famoso bazófia.

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Depois de passar pela a rua principal a Ferreira Borges onde se concentra uma grande quantidade de bancos, lojas e esplanadas deduzi que seria um bom lugar para procurar ganhar algum dinheiro antes de voltar para Lisboa. Havia uma grande esplanada de um café e resolvi nesse dia trazer o meu material e expor enfrente a mesma.

Fui a pensão apanhei o meu cavalete e retratos já realizados de figuras celebres do cinema americano para expor e usar como mostras para as pessoas poderem avaliar a qualidade do trabalho como fiz na Ilha do Açores. Coloquei os quadros e passado pouco tempo começou a parar pessoas e fazerem perguntas quanto ao preço dos retratos. O resultado foi que nesse dia acabei recebendo varias encomendas e cheguei a conclusão que ficaria mais algum tempo até cansar da cidade.

Estava gostando do ambiente, era semelhante a Braga, uma cidade calma e sem muita agitação, a cerca de 40 quilómetros havia uma cidade praiana chamada Figueira da Foz da qual eu estava pronto para visita-la no fim de semana depois que preparasse as encomendas que mim foram feitas. O detalhe é que a medida que ia fazendo ia entrando mais até que acabei de chegar a conclusão que iria ficar mais tempo.

Um dia estava trabalhando quando se aproximou uma garota querendo saber o preço dos retratos o nome dela era Paula, uma menina bonita, educada e bem sorridente, fiquei encantado com a maneira simples e alegre daquela menina e de imediato procurei criar um ambiente mais aberto e amigo. Ela queria fazer o retratos do namorado e eu sugeri que trouxesse a fotografia dele e eu teria o prazer de fazer-la, embora o prazer seria bem maior se fosse o retrato dela, já que era uma menina muito bonita e para mim seria mais prazeroso desenhar. Ela sorriu da minha maneira de ser e se despediu ficando de no outro dia trazer a fotografia.

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Coimbra

Passado um tempo apareceu com a foto e eu de imediato deixei claro que estava curioso que ela aparecesse, mais não pela foto e sim para pode ve-la novamente.

Bem, não vou aqui começar a descrever de maneira minuciosa todo o ritual que mais tarde nos levou a ficar juntos, seria desnecessário, mais o importante é que embora ela tivesse um namorado, as coisas não andavam muito bem e ela não estava nada satisfeita com o relacionamento, era um namoro longo e antigo que já tinha se transformado mais em uma rotina, um hábito, do que um sentimento mais profundo, o que passado um tempo acabaram por se separarem e foi a partir dai que começamos a namorar.

Ela tinha uma mentalidade bem madura para a idade e gostava muito de se divertir e a minha maneira típica de um brasileiro alegre e brincalhão fazia com que tivéssemos muito em comum. Começamos o nosso namoro sem problemas nem empercilhos até que um dia a família dela ficou sabendo do nosso relacionamento e pelo visto entrou em um verdadeiro desespero e declarou estado de guerra contra a minha pessoa. O rapaz que ela namorava antes era um estudante universitário, estava terminando o curso e seria um futuro engenheiro, o que era para a família da Paula o casamento ideal, não um imigrante brasileiro artista que fazia retratos na rua. Ou seja, aquela velha historia que eu já havia passado por diversas vezes resultado da ignorância e discriminação que assola essa sociedade tão atrasada e desprovida de inteligencia.

Só que com essa menina eu não estava disposto a fazer como as anteriores que no final depois de algum tempo de namoro sobre a pressão dos país, acabávamos por nos separar e eu saia pelo mundo nas minhas aventuras e nunca mais aparecia. Eu gostava dela e não estava disposto a permitir que uma sociedade atrasada e desprovida de educação fosse afectar a felicidade dela e a minha tentando estabelecer para ela com quem deveria se relacionar e casar, ou seja, querer mandar na vida dela.

Um dia ligo para casa dela, tínhamos combinado jantar-mos fora e uma voz atende o telefone, voz essa que era idêntica a da Paula. Então perguntei a que horas poderia passar para apanha-la. Foi incrível, em toda minha vida nunca tinha ouvido tanto desaforo, tantas palavras grossas e vulgares saído da boca de uma pessoa dirigidas a mim, e ainda mais se tratando de uma senhora que pela idade que possuía já tinha por obrigação ter aprendido alguma coisa na vida, não ela simplesmente se comportava como uma pessoa desprovida de educação.

Eu fiquei tão impressionado que não consegui dizer nada e nem ela permitiria se fosse o caso, porque nem se quer respirava para falar, ou melhor, para dizer asneiras. Mim chamou de tantos nomes vulgares, palavrões e expressões simplesmente tristes para uma pessoa daquela idade. Simplesmente pedi licença e desliguei o telefone. Fiquei completamente chocado com tantas grosserias.

Mais não ficou só pela mãe, o pai também demonstrou que educação e boas maneiras passaram longe da vida deles e começou uma verdadeira caça ao homem, ou melhor, ao brasileiro. A falta de inteligencia e coragem dele era tanta, que durante todo este triste episódio nunca teve coragem de parar em minha frente e conversar comigo, e procurar saber se esse rapaz afinal possuía ou não qualidades para estar com a filha dele, não, ele simplesmente utilizava os conhecimentos que possuía com a policia para tentar mim arrumar problemas.

Colocou os amigos policiais para investigar a minha vida, e tentou por esse meio correr comigo da rua para que eu não pudesse trabalhar e tivesse que ir embora da cidade. È mais do que lógico que se eu fosse um empregado em algum estabelecimento em Coimbra sem sombras de dúvidas seria demitido devido a influencia deles, mais como se pode afectar uma pessoa autónoma como eu? Tentaram de todas as maneiras.

Mais a minha sorte era que os policias depois de averiguarem a minha vida e chegarem a conclusão que eu era um rapaz honesto e trabalhador, e não mim envolvia com drogas e nem problemas, deduziram que a atitude daquele senhor era desnecessária e não procedia.

Deixando de lado a perseguição que mim faziam e alguns deles até ficaram meus amigos. Era um comportamento completamente lamentável e triste por parte daquela família.

Alguns defensores poderiam alegar que atitudes dessas por parte da família era derivado ao amor e preocupação para o sua filha, e que justificaria esse tipo de comportamento. Esse tipo de argumento só serve para provar de forma mais clara e evidente a falta de inteligencia que acabei de citar anteriormente, porque pessoas inteligente não agiriam dessa forma, pelo fato de ser a forma mais estúpida e ineficaz que só irá criará uma união de forças por parte do casal oprimido para enfrentar a pressão da família e consequentemente criará atitudes precipitadas como na maioria das vezes. Mais evidentemente tratasse de um nível de raciocínio muito elevado para eles.
Um dia ela chegou na pensão em que eu morava e tinha acabado de ser espancada pelos pais e a partir dai não permiti mais que ela passasse por uma situação como essa mesmo porque era perigoso nunca se sabe o que pode surgir na cabeça de pessoas com esse nível de raciocínio.

A partir desse momentos passamos a morar juntos sobre constantes ataques da família e perseguições. Ela era assistente social e trabalhava em um lar de idosos em Coimbra. Os pais utilizaram dos conhecimentos que possuíam para que lhe tirassem o emprego, e foi o que acabou por acontecer, mais uma prova de ignorância extrema.

Nesse meio tempo ela tentava arrumar outro trabalho mais não era fácil quando tinha por trás uma família daquela com muitos amigos em Coimbra e que alguns demonstravam o mesmo nível de atraso quando apoiavam eles nesse sentido. A prova de ignorância era tão grande que a mãe chegou a gastar uma fortuna contratando o que chamam em Portugal de “Bruxos”, ou seja, charlatães que tiram dinheiro de gente com pouco nível de instrução alegando que através de feitiços irá separar o casal.

Diante de uma situação como essa não restou outra alternativa a não ser deixarmos Coimbra. Ela conseguiu um emprego em um infantário exercendo a sua profissão de assistente social em uma cidade no norte de Portugal e foi onde passamos a morar. Passado um longo tempo eles descobriram onde ela estava trabalhando e deu novamente inicio as tentativas de nos criar o máximo de problemas.

A Paula conheceu uma garota que era repórter e se interessou no assunto e resolveu fazer uma matéria e por no jornal, e foi o que acabou por acontecer. Foi praticamente mais da metade de um a folha no principal jornal da cidade contando a historia que mais parecia o Romeu e Julieta dos tempos modernos, só a partir desse momento que tornamos público esse comportamento infeliz por parte da família dela é que as coisas mudaram e deixaram de nos criar problemas porque toda a cidade ficou sabendo.

Moramos algum tempo no Norte de Portugal até que resolvemos voltar a Coimbra, ela gostava de Coimbra e sentia saudades dos amigos e achávamos que já não iria haver mais problemas. As coisas correram bem durante um certo tempo até que um dia resolvi ir ao Brasil visitar a minha família e ela ficou sozinha, tinha arrumado um trabalho em um super mercado e as coisas estavam equilibradas e eu pretendia ficar bem pouco tempo no Brasil em visita a minha família, só que uma semana antes ligo para a agência de viagem para confirmar o meu retorno para Portugal e fui informado que a passagem de retorno tinha sido cancelada, mais uma tentativas dos espertinhos. A Paula depois de contactar a empresa em Portugal e esclarecer que só o próprio passageiro é que pode cancelar uma passagem e ninguém mais possui esse direito a não ser através da autorização do mesmo. Só a partir desse momento é que a empresa procurou rectificar a situação e acabei por retornar a Portugal para infelicidade dos pais dela.

Vivemos uns bons anos juntos, alugamos um bom apartamento bem próximo ao centro de Coimbra e tivemos a oportunidade de convivemos em paz e sermos felizes.

Passado cerca de quatro anos vivendo juntos as adversidades típicas na vida de um casal nos levou a separação. Foi um período muito bonito embora os problemas que a família nos ofertou no inicio, mais tivemos óptimos momentos juntos.

Espero que a família dela tenha aprendido que cada pessoa tem o direito e liberdade de escolher o seu caminho, deve ter orientação da família evidentemente para não sofrer na vida nem cometer erros, mais não devem interferir e ainda mais de forma ditatorial e perversa na vida dos seus filhos, porque se eles não foram felizes nas suas escolhas não que dizer que devam tentar viver a vida dos seus filhos.

Hoje em dia eu e a Paula somos grandes amigos, coisa que na maioria dos fins de relações não costuma ser possível, mais entre nós sempre ouve um grande respeito e admiração, quanto a família não pensem que aprenderam porque continuam tentando governar a vida dela, mais pelo menos ela aprendeu a ser independente e se defender melhor desses tipos de atitudes coisa que na altura que a conheci não tinha qualquer capacidade psicológica para lidar com uma situação como essa. As vezes não é o mundo a ensinar através das suas maldades e friezas a sermos fortes, as vezes este papel fica a cargo da nossa a própria família, é uma enorme pena vivermos em um mundo assim, mais infelizmente é esse que temos e devemos aprender.

Depois desse período de conveviencia com a Paula mudei muito a minha maneira de ser, deixei de tantas aventuras, pelo menos fora do país e continuei morando em Coimbra. Procurei desenvolver mais o meu trabalho, comecei a trabalhar com a internet divulgando o meu trabalho e colocando publicidades das quais ao serem visitadas atribuem-me um pequeno valor sem ter nenhum custo ao visitante. Resolvi voltar a um hobby antigo do qual durante a minha adolecencia fez parte da minha vida que foram as motos. Quando cheguei a Europa e tive um maior contacto com essas maquinas japonesas, procurei fugir um pouco delas e não deixar-me atrair, devido ao fato de está longe da minha familia e esse desporto oferecer um certo perigo. Mais a paixão foi mais forte e passado todos esses anos resolvi retornar a elas, comprei uma potente moto e entrei no mundo dos Motards.

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sexta-feira, 5 de março de 2010

Parte 13º. A historia de um imigrante baiano na Europa. Anildo Motta







A morte do Patricy


Cheguei em Portugal pela estrada IP5 e fui directo para Braga, estava afim de rever os amigos que lá tinha deixado. Contactei com o Patricy que estava em Lisboa e o chamei para vir a Braga, que era um excelente mercado para as aquarelas dele e eu ficaria centrado só nos retratos portanto não haveria concorrencia.
Patricy chegou a Braga falei com a senhora responsável pelo apartamento em que eu estava morando e ela permitiu que o Patricy fosse morar lá com agente. O quarto era enorme e tinha duas camas portanto o Patricy podia ocupar uma das camas. Nesse dia fomos almoçar em um bom restaurante que havia na cidade, era caro mais a comida era excelente, evidentemente tinha que compensar o preço.
Durante a tarde fui com o patricy para a rua principal onde eu trabalhava mostrar para ele onde seria o seu novo local de trabalho. Ele estava muito feliz e radiante, tinha ganho um bom dinheiro em Lisboa fazendo uma colecção de aquarelas para uma galeria em Cascais que havia encomendado. Nesse dia não fizemos nada, apenas curtir a cidade, e a noite fomos a uma simpática casa nocturna recentemente aberta chamada Barberini, um ambiente agradavel o qual tinha uma mesa de bilhar e passamos a noite toda jogando sinuca.






No outro dia pela manhã chegou a altura de encarar o trabalho, apanhamos o material e nos dirigimos para a rua direita onde começaríamos o trabalho. Montei o meu cavalete e comecei a desenhar um retrato resultado de uma encomenda que tinha sido feita no dia anterior.

O Patricy colocou o material dele a uns 10 metros de onde eu estava e começou a pintar uma aquarela. Naquele dia ele estava muito feliz com a vida que levava, tínhamos tido um dia bem animado na noite anterior, ele sempre com aquela velha mania de gastar dinheiro com luxos e coisas finas, era uma caracteristica muito marcante no Patricy, eu achava que o fato de ter nascido em França, na cidade de Paris e aquele comportamento ser caracteristico na mentalidade daquele povo fazer com que o luxo e a boa etiqueta fizesse parte das suas vidas.
Passado algumas horas eu estava quase finalizando o retrato que estava fazendo quando ouvi o Patricy mim chamar, virei e respondi, só um minuto já estou quase acabando o desenho, e ele voltou a chamar por mim novamente, virei-me e fui em direcção a ele. Ao chegar perto do Patricy ele estava muito estranho, cheguei a pensar que durante o tempo que estive desenhando ele teria ido ao café abusar um pouco do vinho e que a aparência que ele carregava era resultado disto. Mais depois que ele mim pediu para tentar levanta-lo e coloca-lo de pé senti que a coisa afinal não era derivado ao vinho, se passava alguma coisa errada e o Patricy não estava nada bem.




Todo o lado esquerdo do Patricy estava praticamente paralisado, ele já não conseguia exprimir uma frase em condições e de imediato cheguei a conclusão que deveria chamar uma ambulância. E foi oque fiz, apanhei o telemóvel e liguei de imediato para o 112, uma linha de urgência. Disse para ele ficar calmo que a ambulância chegaria rápido e depois de umas injecções ele retornaria a ordem. Ele riu e disse-me que não tinha tanta certeza assim. O aspecto dele não era nada bom, mais estava consciente e conversávamos naturalmente, até que chegou a um ponto em que o Patricy manteve um silencio melancólico e ficou olhando para o nada durante algum tempo. Perguntei se ele sentia alguma coisa, dores, desconforto… e ele respondeu que não, não sentia nada, apenas o lado esquerdo sem movimento.
As pessoas todas paravam para saber o que se passava com o pintor e eu disse-lhes que era apenas um mal estar e a ambulância já estava chegando. Passado uns 15 minutos a ambulância entrou na rua direita e parou a nossa frente, desceram três rapazes carregando uma mala grande com material de socorro. Pediram espaço para o analisar melhor e de imediato pediu ao os outros dois que trouxessem a maca, ele deveria ser levado para o hospital para ser melhor assistido. Colocaram o Patricy na maca e o puseram na ambulância, antes do enfermeiro fechar a porta da ambulância o Patricy olhou para mim deu um ligeiro sorriso e fez um sinal de adeus.
O hospital era perto do local em que eu estava trabalhando, então pensei, já não tenho espírito para trabalhar depois disso, fechei o material e levei.os para casa, para depois ir ao hospital saber como estava o Patricy.
Quando cheguei ao hospital eles disseram que naquele momento não tinha ainda nenhuma noticia, que o Patricy ainda estava sendo observado e que eu voltasse depois.
Ok, eu pensei que talvez os excessos da noite anterior tivesse feito mal ao Patricy e isso resultou naquele mal estar e que amanhã já estaríamos de novo jogando sinuca no Barberine e tomando uns copos.
E a noite foi o que acabei de fazer fui para o Barberine ter com umas amigas e acabei ficando lá até muito tarde. Quando deixei o Barberine já era por volta da 3 da madrugada, cheguei em casa já com uma boa quantidade de álcool resultado das cervejas que havia bebido, lembrei-me do Patricy e pensei, amanhã pela manhã assim que acordar vou ter com ele no hospital.
Cheguei tão cansado ao apartamento que tombei de imediato na cama, já passado algumas horas viro-me para o lado e vejo o Patricy sentado na cama dele olhando para mim com aquela cara de tranquilidade que ele carregava e o ar de que não havia se passado nada, e eu sonolento disse para ele, porra já está de volta! E virei-me para o lado dominado pelo álcool e o sono. Pela manhã acordo com os gritos da senhora que entrou no meu quarto gritando que o meu amigo tinha morrido e que haviam ligado do hospital dando a noticia.
Eu disse, deve haver algum engano, eu vi o Patricy ontem a noite, e ela perguntou-me você o viu? Eu de imediato achei melhor não aprofundar a conversa e disse que tinha tido a impressão que o tinha visto e na realidade foi o que aconteceu.
Coloquei uma roupa e mim dirigi até ao hospital para ter noticias mais concretas sobre o que havia acontecido. Ao chegar ao hospital mim dirigi a sector de atendimento e dei o nome do patricy e pedi informaçoes quanto ao estado dele. A senhora que estava no atendimento pediu licença e saiu para chamar o médico. Passado alguns minutos chegou uma doutora que perguntou-me qual era o meu grau de parentesco com o Patricy, disse-lhe que éramos apenas amigos que ele era francês e a família morava em Paris. Ela mim chamou a um canto e disse-me: Olha, lamento informar mais o seu amigo faleceu ontem a noite. Não mim recordo exactamente a causa da morte mais parece que foi resultado de uma espécie de acidente vascular cerebral.
Não sei exatamente que tipo de sentimento tive naquela hora, foi esquisito, muito esquisito. Como disse antes quando estive em visita ao Vaticano. Não sou nada religioso, não acredito em religiões, acredito apenas que o ser humano na sua busca desesperada de encontrar uma resposta para a sua existência, desde a origem das cavernas sempre procuraram criar religiões e Deuses para fugir ao medo e portanto para mim a religião não tinha significado algum a não ser desespero e medo.
Mais a sensação que fiquei com a morte do Patricy foi por incrível que pareça, de tranquilidade e paz. Sei que parece esquisito afinal eu e o Patricy éramos grandes amigos, ele era o maior amigo que eu tinha em Portugal, tínhamos passado por tantos momentos bons e maus tínhamos uma afinidade muito grande e eu havia aprendido tanto com ele, e agora eu estava com aquela senssação de paz e tranquilidade.
Mais eu sabia que havia uma forte razão para isso, como disse não tenho uma explicação lógica para isso, o que sei foi que naquela noite, na noite da morte do Patricy eu o vi sentado na cama dele a minha frente com aquele ar de tranquilidade que ele costumava carregar um ligeiro sorriso no rosto como se tivesse gozando com a situação, eu nunca vou mim esquecer daquele momento. Procuro Buscar evidentemente uma explicação lógica e cientifica para aquela situação, naquela noite eu havia bebido muito estava completamente bêbado e com toda aquela sonolência é normal que o cérebro entre em alucinações e fantasias e aquela cena do Patricy foi resultado disso, mais porque eu mim sentia tão tranquilo, tão bem, tão sereno? tanto é que depois que deixei o hospital apanhei o meu material e fui para rua trabalhar.
Cheguei na rua montei o meu material e comecei a trabalhar naturalmente. Lembro-me quando parou ao meu lado 3 senhores reformados que costumavam ficar na esplanada conversando e observando-nos a trabalhar e mim perguntou. O seu amigo está melhor? E eu respondi com a maior naturalidade. Não, faleceu ontem a noite. Um dos senhores se segurou no colega que estava ao lado e ficou simplesmente petrificado, ele que costumava ver o Patricy tão bem, animado e apresentando uma excelente saúde e depois recebe uma noticia daquela. E o outro exclamou, morreu? Mais como ele parecia está tão bem. Eu fiz um sinal com os ombros como se tivesse dizendo. Olha, é a vida! Os três senhores ficaram completamente espantado com a minha tranquilidade e devem ter pensado, aquele brasileiro é mesmo frio e insensível.
Mais uma coisa eu garanto a vocês, se não fosse aquela visão maluca que tive do Patricy naquela noite as coisas seriam bem mais diferentes, eu iria sentir muito a morte dele, não sou nenhum choramimgão mais iria precisar de algum tempo para mim recompor, de forma nenhuma iria trabalhar no outro dia, impossível, as vezes só por um simples acontecimento como partir algum objecto que eu goste ou acontecer alguma coisa que não mim agradasse já seria motivo o suficiente para eu não fazer nada nesse dia, eu simplesmente perdia toda a inspiração, e no entanto naquela caso do Patricy, lá estava eu na rua trabalhando como se nada tivesse acontecido.
Cheguei no quarto e fui nas coisas do Patricy em busca do contacto da família dele em Paris para dar essa lastimável noticia. Acabei por encontrar o numero do telefone do irmão dele. Apanhei o número fui até a uma cabine telefónica e consegui falar com o irmão dele o qual acabou recebendo a noticia. Ele disse-me que iria descer para Portugal com a mãe e ao chegar a Braga entraria em contacto comigo.
Fui ao hospital e disse que a família estava vindo de França para cuidar do funeral e tudo que correspondesse ao acontecido.
Depois de uns 3 dias estava em casa quando recebo a ligação do irmão dele. Eles estavam em Braga e fui mim encontrar com eles. Quando vi a mãe do Patricy fiquei com muita pena dela, carregava nos olhos as dores de uma mãe que acabou de perder o seu filho, o irmão também notavasse a dor mais ele procurava manter o controle e transmitir um ar de dureza. Quando eu havia estado em França com o Patricy tinha conhecido a irmã e a mãe quanto ao irmão na altura não estava em França e acho também que a relação deles não era muito boa já que o Patricy nunca tinha falado dele. Abracei a mãe do Patricy e dei os meus pêsames.

Eles demoraram mais para chegar porque o irmão achou melhor fazer a viagem de carro para que ela pudesse durante a viagem ir se recompondo do choque e se tivessem vindo de avião seria mais difícil.
Procurei cuidar de toda a papelada referente a cremação do Patricy, que foi o mais indicado no caso e a família queria assim, levar para a França as cinzas do Patricy.
Estive com o irmão dele na câmara mortuária para nos despedirmos do Patricy, ele estava deitado nu em cima de uma cama de mármore, havia sido autopsiado e carregava uma grande costura em todo o tronco. Aquele que estava naquela mesa parecia com tudo menos com o Patricy.
Depois de tudo resolvido o irmão e a mãe sentiram-se muito gratos pelo o que eu havia feito no sentido de ajudar na papelada e resolução dos problemas referentes a cremação do Patricy, nos despedimos e seguiram viagem para França e disseram que se caso precisasse de alguma coisa deles deveria contactar de imediato já que a mãe sabia do quanto éramos amigos.
Depois de todos esses acontecimentos resolvi deixar Braga e fui para Coimbra.

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terça-feira, 2 de março de 2010

Parte 12º. A vida de um imigrante brasileiro baiano na Europa. Anildo Motta

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Holanda, amsterdam.

A casa do Fernando era muito agradável, tinha um quintal com mais ou menos uns 15 metros do qual ele mim revelou mais tarde que tinha como objectivo criar um jardim em estilo chineses ao fundo e montar um ginásio para treinar, depois que virou europeu começou a criar manias, disse eu para ele. É natural que o meu amigo estivesse diante da nova vida descobrindo coisas novas e procurando dar um ar de evolução social e adaptação ao sistema Holandês, e mim agradava esse sinal de realização que ele transmitia. A Marenca trabalhava em uma espécie de clínica que dava apoio a crianças que sofriam de Tricemia 21, não sei se é o termo correto, mais foi o que mim veio a cabeça para definir pessoas que sofrem de mongolismo, e ela parecia gostar muito do seu trabalho.
Fui muito bem recebido pela Marenca e conheci também a filhinha deles, não tinha dito antes mais o Fernando já era pai e já tinha realizado o sonho dele de ter um filho europeu. Depois de conhecer a casa e mim instalar apanhamos umas bicicletas que ele tinha na garagem e fomos da um passeio. Como vocês todos sabem a Holanda é um país estremamente plano, foi um país criado pelos homens. Há uma frase que conheci na Holanda que dizia: “Deus criou o mundo e os holandeses criaram a Holanda.”


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Um factor extremamente interessante é que o país é todo plano, por isso o uso da bicicleta é considerado um meio de transporte fácil, eficiente e barato, é um verdadeiro mar de bicicleta que encontramos próximo a locais de trabalho e estações, como por exemplo a Central Station. Ao você estacionar a sua bicicleta fique bem atento quanto a localização por que ao você retornar pode encontrar centenas de bicicletas ao lado da sua tornando uma odisseia descobrir qual é a sua.
O uso da bicicleta é tão grande e normal que temos até semáforos para bicicletas assim como temos para os carros no resto do mundo, e ao virar para esquerda ou direita devemos fazer a sinalização com as mão. Evidentemente que esses detalhes nós praticamente esquecíamos e andávamos da maneira tradicional esquecendo que estávamos em um país que as leis existem e são cumpridas.
Aproximadamente a metade do território holandez fica abaixo do nível do mar, muitas área são protegidas por diques e barragens. Parte dos países baixos inclusive quase toda província da Flevolândia foram conquistada ao mar, estas áreas são conhecidas como Polderes.

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Os Países Baixos são um país densamente povoado. É conhecido por seus moinhos de ventos, tulipas, tamancos, queijo de gouda, artistas visuais, e bicicletas e, além disso, pelos valores tradicionais e virtudes civis, tais como a sua tolerância social. O país, mais recentemente, tornou-se conhecido por sua política liberal em relação a homossesualidade, drogas, prostituição, eutanasia e aborto.
É interessante conhecer também os enormes moinhos de vento construídos pelos holandês usados para moer grãos e na produção industrial de óleo. Na Holanda foram desenvolvidos moinhos especiais para serrar madeira que era usada na indústria náutica.
Chegamos a famosa Central Station em Amsterdam que tinha sua frente uma enorme avenida que ia em direcção a famosa praça do Dam. Deixamos as bicicletas na estação para fazermos o resto da caminhada a pé, queria ter mais um pouco de liberdade.
Fomos conhecer as famosa Red Line onde fica as vitrines com as famosas prostitutas holandesas, uma visão simplesmente espetacular e liberal. São varias pequenas lojas com uma grande vidraça da qual podíamos ver lá dentro uma cama ou simplesmente um quarto apresentando o máximo conforto, e em frente na vitrine ficavam a meretriz a espera de um cliente mais excitado. No quanto da cama víamos o relógio para controlar o tempo referente ao serviço da profissional que cobrava por cada 15 minutos de serviço ficando o cliente o tempo que desejasse.
Era uma visão fantástica mesmo porque as prostitutas que lá trabalhavam em sua grande maioria eram mulheres bonitas e bem cuidadas não tinha nada a ver com aqueles verdadeiros “Jaburus” que havia em Portugal, e como se trata de uma profissão considerada normal pelo governo holandês e tendo os mesmos direitos sociais que qualquer outra profissão era muito bem controlada em termo de higiene e controle sanitário.
O Fernando mim contou uma situação bem engraçada que foi um brasileiro que ele conheceu que tinha uma irmã trabalhando em Amsterdam vendendo flores enquanto ele estava no Brasil, e esse irmão resolveu fazer uma surpresa a irmã. Depois de juntar um bom dinheiro no Brasil resolveu imigrar também para a Holanda e ir visita-la, só que não disse nada porque queria fazer-lhes uma surpresa. Quando chegou a Amsterdam foi passear na Red Line com uns brasileiros que havia conhecido e geralmente esse era o primeiro passo que todo os brasileiros davam quando chegavam a Amsterdam, conhecer a Red Line. Quando passeava com os amigos visitando as famosas vitrines, quem ele acabava por encontrar exposta em uma das vitrines? Exactamente quem vocês estão pensando, a irmã dele. Foi uma situação bem complicada para o rapaz que ficou atónito olhando para a irmã usando roupas interiores exposta a venda naquela vitrine. Para uma pessoa mais informada e liberal a situação pode não ser assim tão grave, mais para um rapaz vindo do interior do Brasil e membro de uma família pacata e humilde, aquilo foi um verdadeiro tiro no peito, bem quanto ao resto vocês devem imaginar.
Saindo da Red Line resolvi entrar em um dos diversos coffee shop que havia para ver de perto os produtos que eram possíveis encontrar nesses espaços sendo vendidos de forma normal e também sobre o controlo do governo holandês. Se tratava de drogas como. Haxixe. Marijuana… e diversas outras das quais não sou especialista e nem usuário, mais entrei para matar a curiosidade.
Já no interior do coffee shop pedi uma cerveja e durante o tempo que bebia observava na normalidade que se vivia ali dentro com os clientes consumindo drogas. Pedi o cardápio das ditas drogas para verificar as sua procedências. Havia drogas de varias parte do mundo. No cardápio alem da informação quanto a origem da droga havia também uma pequena amostra dela colada ao cardápio.
Depois de beber a minha cerveja em companhia do Fernando pagamos e fomos continuar a nossa visita, ou melhor, a minha visita já que para o Fernando já havia vasculhado todo o centro de Amsterdam e arredores. Ao deixar o coffeshop quando caminhava sentia uma sensação de leveza e relaxamento sem igual e atribui a qualidade da cerveja, dizendo ao Fernando que a cerveja holandesa era realmente boa e relaxante, eu estava mim sentindo como meio drogado. O Fernando disse o mesmo, só que ele não havia bebido cerveja e sim uma bebida sem álcool, portanto a conclusão final é que não era o álcool e sim o ar envolvido com a fumaça das drogas consumidas pelos clientes que lá se encontravam e como não estávamos acostumados com aquele ambiente era o suficiente para nos deixar tontos.
Rimos muito da situação e mais a frente entrei em outro coffee shop para tomar mais uma cerveja e o Fernando um outro refrigerante e procuramos respirar profundamente durante esse tempo. Eu e o Fernando riamos tanto com a situação, nos divertíamos tantos que as pessoas que olhavam para gente podia chegar a conclusão que estávamos consumindo muita droga e que a mesma estava nos pondo bem alegre. Mais era só a bebida acompanhada do cheiros das drogas e era o suficiente para ficarmos completamente doidões.
Sem dúvida os meu momento na Holanda em Amsterdam e Roterdam foram simplesmente marcantes, jamais irei esquecer aqueles momentos de muitos risos e curtições.
Estive cerca de 1 semana em Amsterdam, antes de deixar Amsterdam liguei para o Andreias, aquele alemão que conheci no Algarve, lembram? Quando disse que mim encontrava na Holanda ele de imediato disse-me que antes de voltar para Portugal deveria passar primeiro pela Alemanha para visita-lo e que iria ter o maior prazer em mim hospedar e mim apresentar a Stuttgart a cidade em que ele morava. Para mim a ideia era excelente, mesmo porque era isso que eu previa, e como havia dito antes, depois de estarmos no centro da Europa, tudo se torna mais perto inclusive a Alemanha.
Durante o tempo que estive na casa do Fernando procurei resolver o problema com relação ao adaptador para poder abastecer o carro com gpl, recordam-se que ao chegar a Bélgica de madrugada não consegui abastecer pelo fato do adaptador da bomba de combustível ser diferente do usado no meu carro, então contactei com uma amiga em Portugal e pedi-lhe que fosse ao local onde eu havia instalado o GPL e solicitasse ao responsável esse mesmo equipamento. Passado algum tempo recebo esse adaptador na casa do Fernando, mim disperso dele e da Marenca e sigo viagem em direcção a Stuttgart.
A viagem foi agradável, apanhei a estrada em direcção a Luxemburgo um pequeno país enfiado entre a Alemanha, Bélgica e a França e antes de chegar lá fiz o desvio apanhando em direcção a Stuttgart. Quando já mim encontrava em território alemão apanhei com uma chuva que nunca na minha vida tinha presenciado tal violência. Fui obrigado a parar o carro na estrada derivado a força com que a agua caia impossibilitando o carro a continuar. Mesmo com o limpador do parabrisa ligado ao máximo, não era possível enxergar nada com a quantidade de agua, o o limpador não dava conta, todos os carros na estrada estavam parado na berma aguardando que aquele mal tempo passasse, foi um sinal de boas vindas nada agradável por parte da Alemanha.
Mais estava curtindo muito a viagem, depois dessa forte queda d'agua o tempo limpou de repente e o céu voltou a mostrar a sua cor azul. O que eu achava interessante era o fato de tentar gravar na memoria o nome das cidades que via no mapa e que servia de orientação para chegar a Stuttgart, não era nada fácil, os nomes das cidades alemãs eram bem complicados e as vezes tinha que olhar varias vezes o mapa para não esquecer aqueles nomes complicados dos quais eu usava como referencia, mais correu tudo bem e finalmente lá estava eu chegando ao aeroporto de Stuttgart. Sim aeroporto porque foi o único lugar que mim veio a cabeça de onde poderia marcar para mim encontrar com o Andreias sem haver risco de nos perdermos.
Depois de mim encontrar no aeroporto liguei para ele informando quanto a minha localização, foi fácil passado pouco tempo aparece o Andreias guiando um Mercedes com um enorme sorriso estampado no rosto. Depois de nos comprimentar-mos entrei no meu carro e procurei segui-lo. Evidentemente conhecendo o Andrieas sabia que ele iria querer mim apresentar a capacidade mecânica daquela bomba que ele tinha e ia acelerar a fundo, e eu para não ficar para trás, desliguei o sistema GPL e accionei o de gasolina, sistema esse que daria bem mais a potencia ao carro e evitaria assim que o Andreias mim fizesse passar vergonha com o seu Mercedão. Mais não adiantou muito, o Mercedes corria que se fartava, era realmente uma bomba alemã e o meu bravinha italiano não conseguia apanha-lo.

Depois dessa brincadeirinha para animar a situação finalmente chegamos a sua casa, ou melhor apartamento. Era um prédio pequeno de 8 apartamentos no qual o andreias morava logo na entrada. O vantajoso disso é que tinha um pequeno quintal do qual havia uma mesa de camping, cadeiras e um barbecue, onde fazíamos uns bons churrascos acompanhado de uma boa cerveja alemã.
A noite fui jantar na casa da mãe do Andreias que ele queria que eu conhecesse. Uma senhora extremamente simpática e educada, ela tinha em casa um salão de beleza do qual trabalhava cuidando da beleza das alemãs portanto não precisava sair de casa para ir ao trabalho.
Ela tinha se separado do pai do Andreias e tinha se casado com um outro alemão, era um cara tipicamente germany, ou seja, um comportamento frio e afastado, agia de forma educada mais mantendo sempre uma distancia. Quanto a mãe do Andreias era diferente, lembro-me que quando ele mim apresentou a ela eu de imediato mim aproximei e a cumprimentei com o típico beijinhos na face, como é comum na nossa sociedade, mais na Alemanha não é tão comum assim, notei que ela ficou meia inibida mais sempre sorrindo e amável.
Preparou para gente um belo jantar regado de um bom vinho que ficou a cargo do padrasto do Andreias. Ele era um grande apreciador de vinhos, o andreias já havia mim dito, ele tinha uma cave na casa da qual tinha uma variedade de vinhos alemãs e estrangeiros, mais ele precisava mesmo era o vinho alemão, dizia ser o melhor vinho do mundo, e vim concordar com ele depois.
Na hora do jantar estava criada uma mesa por parte da mãe do Andreias simplesmente magnifica. O padrasto do Andreia com o ar muito serio e fechado tipicamente alemão, sentou-se na ponta mesa e eu fiquei a sua esquerda, a direita ficou a mãe do Andreias e ao lado dela o Andreias. O pai tinha ido a sua adega e trouxe duas garrafas de vinho para acompanhar o jantar, o Andreias abriu-a e serviu a todos. Eu não percebo lá grande coisa de vinho, mais resolvi fazer o meu teatro. Cheirei o vinho na taça, analisei a cor do mesmo e depois bebi um gole, enquanto isso o pai do Andreias mim observava. Depois virei-me para o Andreias e disse: É o vinho alemão não é tão mal! O Andreias sorriu e de imediato o pai dele perguntou em alemão o que eu havia achado do vinho, e o Andreia traduziu a letra as minhas palavras. O Padrasto se levantou apanhou as duas garrafas e saiu, eu percebi que o meu teatro tinha surtido efeito mais não sabia se positivo ou negativo. O Alemão foi a cave e voltou com mais duas garrafas de vinho, afinal o meu teatro tinha surtido um efeito positivo. Ele abriu uma nova garrafa, apanhei ao lado uma bolachas para tirar o sabor do vinho anterior e logo depois sobre o olhar atento do alemão experimentei o novo vinho e evidente que para ficar bem no filme larguei um enorme elogio ao vinho, traduzindo o Andreias para o Padrasto de imediato causando um sorriso enorme na cara dele o qual mim deu um tapinha nas costas e apartir dai o cara se tornou meu amigão e bebemos durante e depois do jantar a ponto do velho não querer que eu fosse mais embora. O engraçado é que eu usava o inglês para mim comunicar com o Andreias já que ele não falava português, e o padrasto dele não falava inglés muito bem, mais com todo aquele vinho nos entendiamos que era uma maravilha.
O padrasto dele gostou tanto de mim que mim convidou para no outro dia ir com ele para uma local turistico que ele gostava de frequentar na Black florest, mais o Andreias sabia que eu iria ficar pouco tempo na Alemanha e portanto tinhamos muito para ver.
No outro dia pela manhã fomos para o centro de Sttutigart para eu conhecer a cidade. Gostei muito da Alemanha, pelo menos a cidade de sttutigart, é curioso um continente tão pequeno e povos tão diferentes em lingua, comportamentos, culturas, é realmente uma experiencia singular conhecer vários paises e costumes que nos leva a entender mais o nosso e a valoriza-lo também, embora acabamos por descobrir a quantidade muito grande de problemas que o Brasil possui derivado ao seu problema economico.
Depois de passar uma semana fantastica na Alemanha em companhia do Andreias chegou a hora de voltar a realidade.
Portugal ai vou eu de novo.


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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Parte 11º. A historia de um imigrante brasileiro baiano na Europa. Anildo Motta

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Portugal Braga

Trabalhei mais algum tempo, encarei o pior inverno da minha vida em Braga, durante o mês de Dezembro no Natal, ganhei um bom dinheiro. Trabalho não faltava, mais o problema era o frio que fazia, era terrível, o frio em Braga era extremamente húmido e penetrava na roupa deixando-nos com a sensação constante de humidade, e trabalhando na rua nessa temperatura era mesmo mal.


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Depois desse período resolvi voltar a Lisboa, fui matar saudades do pessoal que já pensavam que já não me veriam mais, que eu tinha ido para o outro lado do planeta, mais estava eu de volta e no outro dia fui para a rua Augusta trabalhar fazendo os meus retratos e novos clientes.
Procurei deixar um pouco de aventuras, trabalhar e levar uma vida normal, entrei em um ginásio “Academia” para começar a malhar e cuidar da saúde e do aspecto físico, foi uma excelente atitude, comecei a levar a sério os treinos e procurei manter uma alimentação sadia e diminui as farras e as cervejas. Arrumei uma namorada maluca que era stripes em uma casa nocturna de luxo para o lado de Marques de Pombal chamava-se Susana, fazia strip tise e ganhava muito dinheiro, era uma gata autentica, só fiquei sabendo que ela era striper passado algumas semanas depois de estarmos juntos, ela tinha receio quanto a minha reacção, mais não mim importei, era divertida e não consumia drogas portanto o resto para mim não mim preocupava, mais até o momento as coisas corriam bem e aquele avião tava sendo uma nova aventura.
Procurei trabalhar com os retratos e as aquarela, eu gostava de pintar aquarelas e esse estilo funcionava como uma forma de fugir da rotina. Era incrível a necessidade que sempre tive de mudar, não só a titulo de cidades, de locais, mais até com relação ao próprio trabalho.
Tinha uma boa quantidade de aquarelas prontas e resolvi ir para a rua Augusta fazer uma boa exposição com aquarelas e retratos.

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Nessa manhã resolvi ir para a Rua Augusta, sabia que em poucos minutos poderia levantar mais uma boa grana, e foi o que fiz. Depois das últimas aventuras, consegui fazer uma nova colecção de aquarelas e já estava com o dedo no gatilho para vende-las.
Cheguei a rua Augusta como sempre e coloquei o meu cavalete próximo ao Banco de Portugal, era o local usual, enquanto colocava as aquarelas no expositor paravam pessoas para admirar, como sempre, sentei peguei o meu material de pintura e comecei a pintar uma aquarela da Rua Santa Helena, era uma pequena e estreita rua da alfama muito conhecida e muito bonita, se apresentava como sempre, com as suas típicas janelinhas com uma gaiola para um pássaro, canteiros nas varandas cheios de flores, várias roupas penduradas para secar e um majestoso gato dormindo ao lado da gaiola como se fosse o anjo protector do pássaro.
Eu gostava muito de pintar essa vista pelo fato de se vender muito rápido, a aquarela da rua de Santa Helena nunca passava muito tempo no expositor era interessante a forma como que ela hipnotizava as pessoas.
Depois de algumas horas se aproximou um senhor ficou olhando os meus trabalhos e eu disse para mim mesmo, esse não sai daqui sem uma aquarela. Quando trabalhamos com vendas adquirimos uma capacidade de persuasão que não é comum nas pessoas de outras profissões, isso é natural já que o nosso trabalho nos obriga a isso, e criamos artimanhas que muitas vezes faz com que a pessoa efectue uma compra sem nem mesmo está contando com isso, só pela simpatia do vendedor e a sua forma eloquente de falar essa pessoa se ver inclinada a comprar, e era o que eu pretendia fazer com aquele homem, com um aspecto bem cuidado elegante e demonstrando interesse nas minhas obras, tinha todas as caracteristica para ser um potencial comprador.
Mais depois que comecei a bombardia-lo com as minhas técnicas de vendas, cheguei a conclusão que afinal não era isso que ele queria, disse-me que era presidente de uma junta de freguesia na cidade de Angra do Heroísmo, era a principal e única cidade em uma pequena ilha dos Açores, um local dito extremamente turístico e muito bonito por sinal.
Ele disse-me que todos os meses de Agosto era comemorado na ilha uma famosa festa, as festas de Sanjoaninas, e ele gostaria que fosse realizada na praça principal da ilha uma manifestação artística, ou seja, gostaria que eu realizasse uma exposição lá durante as festas e que a Câmara de Angra do Heroísmo pagaria a
passagem aérea de ida e volta e quanto a hospedagem eu não precisava mim preocupar que eles se responsabilizavam.
Gostei da ideia, vi ai uma boa possibilidade de conhecer essa ilha, e como tinha praticamente tudo pago, era imperdivel a oferta, e aceitei de imediato. Ele pediu o meu contacto e ficou de ligar para confirmar a viagem e enviar o bilhete aéreo, a principio fiquei meio em dúvida que isso fosse ocorrer, embora ele parecia uma pessoa muito séria mais imaginei que provavelmente ele poderia encontrar um outro tipo de manifestação artística e se interessar já que haviam tantas na rua Augusta, principalmente o Tó “ O homen estátua”. Mais felizmente isso não ocorreu, passado algumas semanas recebi uma ligação da secretaria dele que pedia o endereço para que fosse enviada as passagens, foi muito bom esse dia, contei ao Patricy e ele gostou da ideia pelo fato de saber que durante esse tempo eu mim manteria ocupado com o meu provável turismo nos Açores e não iria mim lançar em direcção a Itália.
Recebi a passagem e finalmente chega o dia da viagem, a Susana mim levou até ao aeroporto nos despedimos e embarquei para ilha era uma viagem rápida e por sinal divertida, o avião estava cheio de pessoas que estavam indo curtir essa festa, eram todos portugueses que apois o avião descolar, se levantaram e apartir desse momento era só beber e jogar conversa fora, e muita animação.
Conheci no aviaõ duas açorianas que pelo jeito se achavam muito inteligentes e viajadas, eram simpáticas e comunicativa, muito mais que as garotas do continente, o que mim surpreendeu porque pelo fato de acreditar que as meninas das ilhas fossem muito mais provincianas na sua maneira de ser do que as lisboetas, mais estava completamente enganado, a situação era completamente contrária como quase tudo em Portugal.
Nos divertimos muito durante a viagem e uma delas queria mim convencer que no verão com dia de sol e céu limpo era possível da ilha ver a estátua da liberdade no Estados Unidos, eu ri muito e perguntei se os portugueses que elas estavam acostumadas a se relacionar acreditavam naquele tipo de conversa e se fosse o caso elas estavam precisando mudar urgentemente de amigos.
Finalmente chegamos no aeroporto dos Açores, Ilha Terceira era assim que se chamava a ilha, tinha apenas 80 km de extensão, o aeroporto era minúsculo evidentemente, foi o menor aeroporto que desembarquei na minha vida.
Angra do heroismo. Açores


Conheci também no avião uma rapaz chamado Pedro, também era retratista mais tinha a mania de ser o bonzão então pensei comigo, deixa o cara sonhar você não perde nada com isso.
Para ir a cidade apanhamos um táxi junto, o motorista muito simpático e conversador, fez um pequeno desvio para nos mostrar uma paisagem da ilha realmente fascinante, mais disse para não nos preocuparmos que esse desvio não iria alterar o preço da corrida, o cara era mesmo simpático.
Chegando a Angra do Heroísmo pagamos a corrida e pela simpatia ainda levou uma boa gorjeta. Acho que ele já contava com isso, a simpatia também gera rendimentos é o que aprendemos no mundo das vendas.
A cidade era pequena, evidentemente estamos em uma ilha, e pensei de forma bastante errónea, que essa minha passagem por aqui seria só a turismo porque se tratando de encomendas de retratos provavelmente não iria haver grande coisa. Pois é, não levei aquarelas. Como ele queria apenas uma manifestação artística era o que eu iria fazer, ira montar o meu cavalete, colocar alguns retratos prontos de celebridades internacionais para servi de modelo, e iria aguardar as encomendas.
Perguntamos onde ficava o clube ao qual ficaríamos hospedado assim como havia dito o responsável pelo o convite e fomos lá ter com ele.
A cidade embora pequena mais estava muito movimentada, havia muito turismo. Depois de nos instalarmos fui dar um passeio pela cidade, havia um vulcão extinto de nome, Monte Brasil e de imediato parti em direcção a ele e comecei a subir, era uma vista muito bonita da cidade, cheguei ao alto fiquei algum tempo e depois voltei a cidade, era bonito mais não havia nada assim de tão extraordinario o tal do vulcão extinto.
Tinha comprado um excelente livro para lê, porque acreditava que fosse ter tempo o bastante para isso e passei um longo tempo sentado a beira mar relaxando e lendo o meu livro.
A noite fui jantar em um restaurante com comidas típicas e fui para cama mais cedo. No outro dia quando acordei e sai do clube, reparei que varias lojas estavam protegidas com placas de madeiras, comecei a andar pelas ruas e reparei que também estava meio deserta e pensei que provavelmente iria haver algum desfile comemorativo e a rua tinha sido interditada a passagem de pessoas e carros, de repente reparo uns rapazes em cima de uma árvore como se estivesse fugindo de alguma coisa, viro-me para o lado direito e vejo muitas pessoas sentadas em uma pequena arquibancada, e reparei que elas olhavam para mim de forma não muito comum, quando olho para trás apanho um enorme susto, havia 4 touros enorme soltos e correndo pelas ruas. Isso fazia parte da festa que era soltar os touros dentro da cidade e alguns malucos correrem a frente deles provocando-os.
De imediato procurei mim proteger mais aonde, havia protecção de madeiras por todo o lado que impedia a passagem para fora daquela confusão, quanto as árvores da praça estavam todas ocupadas a minha única hipótese era mim esconder atrás da árvore, situação que não era nada segura porque acabei mim encontrando no meio deles.
Resultado, a minha sorte foi que um dos rapazes mais atrevidos puxou o rabo de um dos touros que acabou por atrai-los em direcção contrária levando os outros 3 juntos, nesse momento aproveitei para corre em direcção a uma das placas de madeira e consegui saltar para o outro lado da barreira, foi um bom susto para eu despertar.
Fiquei assistindo aquela tourada a moda dos Açores e tirando fotos, nesse dia também com relação ao trabalho não fiz nada e cheguei a acreditar que a qualquer momento o Açoriano que mim convidou para a festa ia começar a reclamar então desci para a praça com o intuito de estudar o espaço, ao chegar lá já estava o Pedro desenhando e muita gente em volta dele, e isso mim inspirou a ir buscar o meu material e trabalhar também, já que agora eu tinha companhia.
Fui ao clube apanhei o material e desci para praça. A cidade estava enchendo de turistas de uma forma muito rápida, pelo visto era um avião atrás do outro e depois acabei por saber que nessa altura há uma grande enchente de turistas americanos e imigrantes açorianos que lá vivem, e que vem todos os anos passarem as ferias.
Montei o material e comecei a desenhar e de repente estava cheio de pessoas em minha volta assistindo o meu trabalho, e a partir dai começou a entrar encomendas, e quando ocorria não era apenas uma foto, as vezes apareciam pessoas com o álbum de família e eu acabava tendo que pintar quase toda a família. Nunca pensei que aquela ilha fosse um local tão bom nesse aspecto, e eu que pensei que não haveria trabalho.
Para quem ir curtir acabei passando os últimos dias trabalhando mais valeu a pena, quando voltei a Lisboa trazia um bom dinheiro no bolso, coisa que geralmente ocorria de forma contrária quando eu voltava das minhas viagens, portanto correu bem essa aventuras e trouxe boas lembranças dos Açores.
Ao chegar em Lisboa voltei ao trabalho e a vida dita normal, a essa altura a doidinha da Susana já não queria saber de mim, no fundo ela estava era a procura de um marido e eu definitivamente não nascí para viver trocando fraldas de crianças e nem levar uma vidinha de maridinho comportado, a liberdade para mim é mais importante.
Depois de algum tempo recebo noticias do Fernando, estava curioso como estaria sendo a vida dele na Holanda, ele estava muito feliz e quando eu perguntava se ele não sentia saudades de Portugal, ele dizia que Portugal jamais iria voltar a ve-lo, estava muito satisfeito com a vida na Holanda. Ele morava em uma cidade chamada Gouda que ficava a poucos quilómetros de Amsterdam e gostaria imenso que eu fosse visita-lo, percebi que embora a nível profissional ele estivesse bem, mais em termo de amigos e pessoas para conversar ele não tinha ninguém, evidentemente só a Marenca, ainda estava na fase de adaptação e o idioma era um sério problema, falar holandes não é nada fácil e ele costumava dizer que nunca iria aprender, que era muito difícil, mais eu sempre o animei no sentido de faze-lo entender que o fato de morar no país e conviver diariamente com pessoas que fala outro idioma, simultaneamente aos poucos ele iria acabar por apreender, mais ele não acreditava muito.
Então depois de equilibrar as contas resolvi e ter com o Fernando e conhecer esse país tão famoso pela a sua forma liberal de viver e a sua enorme hospitalidade. Quanto ao carro estava preparado para uma aventura dessa, como tinha instalado o sistema gpl viajem seria bem mais barata em termo de combustível, e também tinha mandado instalar um radio com leitor de cd que naquela época era um luxo possuir tal equipamento no carro, portanto enfiei lá a minha bagagem e apanhei a estrada em direçaõ a Amsterdam.
Já havia planeado no mapa todo o trajecto da viagem, o meu objectivo era passar a 1º noite em Burgos, Espanha, e atravessar a Espanha era o trajeto mais longo embora as estrada nacional sejam formidáveis não havia comparação possível com Portugal, só em entrarmos em Espanha já sentíamos a diferença, essa viagem desnecessário dizer que sempre foi um dos meus milhões de sonho, atravessar a Europa de carro e estava realizando mais um sonho.

Espanha. Salamanca.


Tenho agora pela frente a IP5 que liga Portugal a Espanha, isso será rápido, depois duas grandes cidades espanholas como Ciudad Rodrigo, Salamanca e Valladolid. Quando estava próximo a Valladolid começa a anunciar o primeiro problema, problema esse que consistia no combustível, precisei abastecer e parei em
uma bomba na estrada e para a minha surpresa a bomba não possuía GPL ou seja, o sistema de abastecimento a gás o qual a pessoa da empresa em Portugal que mim instalou o equipamento havia mim dito que era comum em todos os postos na Europa Bombas com abastecimento GPL e que cheguei a conclusão que não era verdade.
Depois de algum tempo de conversa com o funcionário do posto, ele deixou bem claro que os postos em Espanha não vendiam esse tipo de combustível para carros e que ele tinha conhecimento de que o único meio de transporte em Espanha que usava tal combustível era os ónibus de transporte público, que se eu fosse a uma estação de ónibus talvez conseguisse abastecer. E foi o que fiz sai a procura da estação onde eles efectuavam manutenção e abastecimento dos ónibus de transporte público para tentar abastecer, e cada vez mais o combustível no fim.
Depois de algum tempo rodando pela aquelas ruas em busca da tal estação, cheguei a conclusão que se encontrasse iria ter problema na mesma por causa do adaptador que liga a mangueira a tampa de combustível do meu carro, já que provavelmente a tampa de encaixe que liga aos ónibus seria diferente do adaptador do meu carro, portanto resolvi ir em direcção a um posto de abastecimento normal e encher o tanque com gasolina. Pois é, o vantajoso desse sistema era que mantinha-se sempre o tanque de gasolina no carro e o sistema de alimentação para o caso de não haver gás. Possibilitava voltar a tradicional gasolina, só que o gasto em combustível ficaria o dobro, mais eu não tinha outra escolha, só torcia que ao chegar a França, Bélgica e Holanda os postos utilizassem o mesmo sistema de Portugal e eu pudesse fazer toda a viagem usando o gás como combustível, alguns quilometros depois, parei em uma simpática cidade chamada Tordesilhas, o que mim fez recorda o velho tratado de Tordesilhas que foi assinado entre Portugal e Espanha na altura dos descobrimento, tratado esse que dividia a América latina entre os dois colonizadores.
Parei para descansar um pouco e esticar as pernas, embora a viagem seja confortável de carro ouvindo radio e procurando sintonizar as rádios espanholas, não deixar de se tornar cansativa pelo fato de mantermos um estado de alerta constante e na mesma posição o tempo todo.
Já próximo de Burgos encontrei uma área de serviço a qual resolvi passar a noite, fui ao restaurante tomar um café e ver um pouco de televisão até o sono mim apanhar por completo o que mim faria retornar ao carro e seria o local em que eu iria dormir.

Tinha comigo o saco cama que havia comprado naquele verão em Paris, portanto não iria ter frio algum já que ele era bem quente e quanto ao carro era bem espaçoso portanto conseguiria dormir sem problemas, sem problema digo eu, porque durante a noite com os movimentos acabei arrancando alguns botões do radio, sistema de usuflagem e mais algumas coisinha pontiagudas que não deveria está ali nesse momento, mais pronto nada de tão grave.
Pela manhã depois do café da manhã apanho a estrada em direção a Irum, fronteira de Espanha e França. Se a Espanha as estradas já eram boas França melhor ainda. Evitava apanhar as autoestradas com portagens porque nesse caso teria de pagar, por isso procurava fazer a viagem sempre pela nacional embora havia situações em que acabava por lá ir parar mais não permanecia por muito tempo, a primeira saída que encontrava retornava a nacional.
Depois que entrei em França fiquei atento aos postos de abastecimento para ver se encontrava bombas a GPL e encher o tanque. O tanque que possuía instalado na bagageira do meu carro era enorme a ponto de ocupar toda a bagageira que por si já era grande, portanto ao encher esse tanque tinha combustível para muitos quilómetros. De repente vejo uma placa de sinalização alertando quanto a aproximação de um posto, e ao chegar curioso e correndo o olhar pelas bombas todas para ver se via o símbolo GPL que era usual nos postos que trabalhavam com ele e finalmente para a minha felicidade lá estava uma área muito bem preparada só para os automóveis movidos a GPL, fiquei extremamente tranquilo, porque se não fosse o sistema GPL eu iria gastar o dobro do dinheiro com combustível. Enchi o tanque e segui viagem. A uma pequena diferença no comportamento do carro quando estamos usando o GPL, é como se ocorresse uma pequena perda de potencia, mais valia a pena sem dúvida o uso desse combustível, evidentemente se fosse para um uso mais desportivo, mais de que interessa quem está viajando e passeando não tem essa necessidade, pelo menos eu não nesse momento.
Era bem agradável parar nas pequenas cidades que havia pelo interior de França para tomar um café e relaxar um pouco, era um atmosfera a interessante e as pessoas como sempre muito simpáticas atravessar a França foi bem interessante.
Cidades como Bordeaux, cidade essa que conhecia e já tinha ouvido diversas vezes a falar por causa do bom vinho que eles produziam. Procurava sempre seguir em direção a Paris para manter sempre a trajetória e pelo fato da sinalização ser muito boa.
Quando estava chegando a Paris evidentemente teria que evitar entrar na cidade e procurar passar ao lado fugindo do transito infernal de Paris, mais a coisa não saiu como eu queria, quando
dei conta estava preso no meio de centenas de carros seguindo uma rota que não era a bem pretendida, resultado, lá estava eu dentro da cidade com carros em toda a minha volta, um ritmo típico das grandes cidades e cada vez mais eu mim enfiava no meio da confusão do transito sem conseguir encontrar uma saída, mais de repente vi uma placa sinalizando Aeroporto e foi o que fiz de imediato, apanhei em direcção ao aeroporto porque sabia que uma vez estando lá próximo, encontraria muitas opções para seguir em direcção a Bélgica e foi o que aconteceu na primeira indicação que apareceu.
A noite eu já estava atravessando a Bélgica, a auto estrada belga era espetacular, grande parte dela toda iluminada, a pista era larguíssima a ponto de nos convidar a dar uma aceleradazinhas mantendo o ritmo da viagem um pouco mais rápido, evidentemente sem abusar muito. Precisava abastecer e parei no primeiro posto que surgiu e havia bombas GPL para abastecimento a automóveis dei um sorriso de satisfação parei o carro e fui proceder o abastecimento. Foi ai que mim deparei com uma outra surpresa, havia GPL, óptimo, mais o adaptador da bomba era diferente do adaptador do meu carro, portanto não encaixava, ou seja não tinha hipótese de abastecer, portanto a única solução era voltar a colocar gasolina e seguir para a Holanda.
Carreguei o tanque de gasolina paguei e fui continuar a viagem, ou melhor, tentar continuar porque depois de ter andado tanto a
GPL e ainda com umas aceleradas forte que andei dando o sistema já não queria aceitar a gasolina, simplesmente o carro não pegava a gasolina. Pronto tô ferrado, de madrugada em uma autoestrada no meio da Belgica com o carro sem querer funcionar, ok, depois de dar alguns chutes no carro cheguei a conclusão que o melhor seria relaxar, empurrar o carro até uma área mais segura e passar a noite no posto, pela manhã iria ver o que seria possível fazer. Depois de empurrar o carro até uma área mais segura, resolvi mim armar em mecânico, sabia que um sistema eletronico controlava todo o sistema no carro relativo ao sistema de injecção e pensei, se eu desligar a bateria e voltar a ligar passado alguns minutos isso pode resultar em um reset no sistema que teria que começar tudo de novo e assim poderia voltar a funcionar com a gasolina.
Pois foi o que fiz, retirei a bateria e passado uns 10 minutos resolvi voltar a ligar, resultado, o carro funcionou perfeitamente, foi uma vitória bem agradável para mim, resolvi um problema do qual se não tivesse feito, seria uma perda de tempo e dinheiro que atrasaria bem a viagem, embora tempo não era problema, era o que eu mais tinha.
Peguei a minha maquina e acelerei em direcção a Holanda. Quando estava para passar ao lado de Antuérpia, ocorreu o mesmo que em Paris, embora não havia tantos motivos já que era noite e não havia transito, mais por incrível que pareça mim enfiei para o centro da Antuérpia. Uma cidade maravilhosamente linda, mais não era minha intenção visita-la, portanto tinha que sair dali.
Só que não estava fácil, por duas vezes sai e entrei na Antuerpia sempre pela mesma entrada, e ia parar sempre no mesmo lugar, resolvi ter mais atenção na 3º vez para não repetir, e por incrivel que pareça fui parar no mesmo local e quase que entro pela 3º vez, mais consegui corrigir o erro que estava cometendo e apontei de novo em direcção a Holanda.
Eu já estava muito cansado por isso que estava cometendo alguns erros e cheguei a conclusão que deveria parar e dormir um pouco e pela manhã chegaria a Holanda mais tranquilo e descansado, não havia necessidade de forçar a barra, então arrumei uma área de serviço e passei a noite.
Pela manhã cedo estava entrando nesse país simplesmente maravilhoso. A Holanda para mim é o país mais simpático e liberal que já estive, sem levar em conta a quantidade de mulheres bonitas que cruzávamos nas rua, eu mim apaixonava a cada esquina, era fantástica a genética holandesa a estrutura física das mulheres, eram altas e fisicamente perfeitas, via-se mulherões de 1.80 a 1.90 e quando olhava no rosto via que se tratava de meninas ainda novinhas mais já possuía um físico admirável. Confesso Holanda mexeu muito comigo o Fernando tanto falava ao telefone a respeito de lá, afinal era verdade.
Como tudo na vida a sempre tem um porem, e no caso da Holanda era o inverno extremamente forte, o clima era muito duro e levava-me sempre como nos países anteriores a retornar a Portugal, portanto a hipótese de viver em um país desse era muito complicado, como faria eu para ganhar dinheiro no inverno, uma coisa eu sabia, seria possível sim viver na Holanda como artista, porque é evidente que há artista lá que vivem assim, mais uma coisa eu tinha certeza, não iria ganhar dinheiro tão fácil como o que ganho em Portugal, em Portugal aquilo chegava a virar piada, as vezes eu ganhava dinheiro até sem está trabalhando, as vezes estava em um café a noite curtindo com os amigos quando se aproximava uma pessoa que mim perguntava se era o rapaz que fazia retratos na baixa e depois disso acabavam por puxar umas fotografias e fazer umas encomendas, encomendas essas que muitas vezes equivalia a mais de uma semana de trabalho dos colegas nas obras, trabalhando muito duro e recebendo ordens. Por causa disso Portugal mim tinha sempre de volta, na verdade eu mim deixava vender pelas facilidades que o país mim oferecia em temos financeiros, mais em termos humanos e relações sociais o pouco tempo que eu levava quando estava fora de Portugal, em relações sociais e humanas equivalia a meses vivendo lá.
Mais pronto, tudo na vida tem o seu preço, uma coisa também eu tinha certeza, se tivesse morando em um país desse principalmente Holanda, muito cedo acabaria mim apaixonando por um anjinho daqueles e acabaria mim casando e mim enchendo de filhos, compromissos, e muitas responsabilidades assim como i´ra se passar com o Fernando e no fundo isso mim assustava um pouco, por isso acho que como costuma-se dizer, Há males que vem para o bem!
Já mim encontrava no centro de Gouda, era uma cidade pequena e foi muito fácil encontrar a casa do Fernando. Haviam dois policiais na rua quando parei e fui ter com eles para pedir informação, os dois policiais eram ambos da mesma altura que eu, e eu conversava com eles sem ter que olhar para baixo para pode olhar nos olhos, o que eu quero dizer com isso, em Portugal era impossível, era raríssimo conversar com um português sem ter que olhar para baixo, impossível conversar mantendo uma postura recta olhando de forma horizontal, pelo simples fato da genética portuguesa não permitir que crescessem a não ser para os lados, e eu com os meus 1.90cm tinha sempre que conversar olhando para baixo, para vocês isso não deve fazer muita diferença porque sei também que nem todos tem 1.90, mais é agradável conversar com pessoas que possuem uma estatura física evoluída, sei que como se diz na linguagem popular, tamanho não é documento, mais é presença e sempre será, por isso eu mim sentia em casa estando na Holanda, é um povo que em termo de estrutura física assim como os alemães são bem desenvolvida e isso dava mais seriedade ao filme.
Depois de falar com os policiais, agradeci e fui até uma cabine pública ligar para o Fernando, disse-lhe para mim aguardar na porta da casa já que a rua eu já sabia qual era. E foi o que aconteceu assim que entrei na tal rua que os policiais mim indicaram vi o Fernando acenando do outro lado com um enorme sorriso estampado no rosto.

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